quarta-feira, 12 de agosto de 2015

PMDB DIVIDIDO!

Ataque de Cunha a Dilma causa reação e divide PMDB

Cunha se declarou “de oposição”, criou CPIs para atingir o governo e começou a articular impeachment de Dilma

PMDB, do vice-presidente Michel Temer e seis ministérios, classificou rompimento como posição estritamente pessoal de Cunha
PMDB, do vice-presidente Michel Temer e seis ministérios, 
classificou rompimento como posição estritamente pessoal de Cunha

A deflagração da guerra entre o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o governo Dilma Rousseff agitou o meio político. E foi interpretada como “ato de desespero” do deputado após, mais uma vez, ver seu nome ligado ao escândalo de corrupção na Petrobras. Nesta sexta-feira (17), ele se declarou “de oposição”, criou CPIs para atingir o governo e ainda começou a articular pedido de impeachment da presidenta.
As decisões de Cunha geraram reações em vários segmentos. À noite, houve panelaços durante pronunciamento dele na TV para prestar contas da atuação na Câmara. No Twitter, a hashtag #CunhaNaCadeia ficou no topo dos assuntos mais comentados. O PMDB, que tem vice-presidente Michel Temer e seis ministérios, classificou o rompimento como uma posição estritamente pessoal de Cunha.

O presidente da Câmara foi criticado até pela oposição. Alguns líderes afirmaram temer o “agravamento” da crise política e econômica. Um grupo de deputados manifestou desejo de vê-lo fora do comando da Casa. A revolta de Eduardo Cunha com o governo teve como gota d’água a divulgação, na quinta-feira, de que um dos delatores do esquema de corrupção na Petrobras disse à Justiça que o deputado exigiu U$ 10 milhões (R$ 32 milhões), em propina, para não atrapalhar contrato com a estatal.
Irritado, o deputado atacou o governo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o juiz Sérgio Moro, que comanda as investigações da Operação Lava Jato. “Tem um bando de aloprados no Planalto que vive desse tipo de circunstância, de criar constrangimento”. Cunha disse ainda que Janot manobra contra ele. E que Moro, por ouvir denúncia contra um deputado, que tem foro privilegiado, exorbitou de suas funções.
Horas depois do rompimento, o presidente da Câmara anunciou a criação da CPI para apurar empréstimos secretos do BNDES e irregularidades nos fundos de pensão de estatais, contrariando o governo.
Cunha ainda pediu que parlamentares façam emendas aos pedidos de impeachment protocolados na Câmara. A Jair Bolsonaro (PP-RJ), mandou ofício pedindo que, na volta do recesso, em agosto, apresente novo pedido de saída da presidenta.
Temer diz que PMDB não respalda e mantém aliança
O vice-presidente da República e presidente do PMDB, Michel Temer, divulgou nota afirmando que a decisão de Eduardo Cunha é pessoal e não representa a posição do partido. O juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato, rebateu as críticas de que ele não poderia “conduzir o processo”. “Não cabe ao juízo silenciar testemunhas”, disse Sérgio Moro, em nota.
O líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani (RJ), também assinou nota. No documento, manifestou “respeito” à posição do colega de partido. No PT, reações diferentes: o líder do governo, José Guimarães (PT-CE), minimizou os ataques e afirmou que a aliança entre os partidos “irá continuar”.
O presidente regional do PT, o prefeito de Maricá, Washington Quaquá, afirmou que o ato de Cunha foi de desespero. “Foi só começar a ser investigado. Nada mais é do que medo de ser preso. Ele criou uma crise institucional da qual Dilma sairá mais forte”.
Jorge Picciani, presidente da Assembleia Legislativa e do PMDB no estado, afirmou que “desconhece” o porquê de Cunha ter rompido com o governo. “Foi uma decisão pessoal. PMDB é democrático e aceita. Por mim, não teria nenhuma aliança com Dilma”.
‘Não há espaço para aventuras antidemocráticas’
O Palácio do Planalto reagiu à declaração de Cunha com uma nota na qual afirma esperar que a posição não se reflita nas decisões e nas ações da Presidência da Câmara que devem ser pautadas pela imparcialidade e pela impessoalidade. “O governo sempre teve e tem atuado com total isenção em relação às investigações realizadas pelas autoridades competentes”, diz trecho do comunicado.
Mesmo sem comentar diretamente os ataques de Eduardo Cunha, a presidenta Dilma Roussessf mandou um recado para ele durante reunião em Brasília com os chefes de Estado dos países do Mercosul. Ela afirmou que “não há mais espaço para aventuras antidemocráticas” na América do Sul.
“Temos a capacidade de lidar com as diferenças políticas por meio do diálogo, do respeito às instituições e da participação cidadã. Temos de persistir neste caminho e evitando atitudes que acirrem disputas e incitem a violência”, afirmou.
No discurso,Dilma ressaltou a consolidação da democracia no continente. “No ano passado, tivemos eleições no Uruguai e no Brasil. Este ano, é a vez da Argentina e da Venezuela”, lembrou.
Veja quem são os políticos que estão na lista da Operação Lava Jato:
Antes de aparecer na lista de Janot, Renan Calheiros disse que não conhecia Youssef ou envolvidos na Lava Jato. Foto: Câmara dos Deputados/Gustavo Lima
O ex-presidente e senador pelo PTB de Alagoas, Fernando Collor, é acusado de ter recebido dinheiro de Yousseff. Foto: Reprodução
Presidente da Câmara, Eduardo Cunha está entre os que serão investigados na Lava Jato. Foto: Gustavo Lima / Câmara dos Deputados
Senador pelo PMDB do Maranhão e ex-ministro das Minas e Energia de Dilma, Edison Lobão é investigado em inquérito que envolve a ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB). Foto: CÉLIO AZEVEDO/AGÊNCIA SENADO - 15.5.2007
Senadora pelo PT do Paraná ex-ministra da Casa Civil de Dilma, Gleisi Hoffman foi citada em delação premiada da Lava Jato. Foto: Facebook
Alvo de inqúerito, Antônio Anastasia é senador pelo PSDB de Minas Gerais,  ex-governador do Estado e foi coordenador de campanha de Aécio à Presidência. Foto: daniel de cerqueira - 7.11.2014
Senador pelo PP do Piauí, Ciro Nogueira teve dois inquéritos arquivados, mas é alvo de um terceiro, que envolve outras 36 pessoas. Foto: Agência Brasil
Lindberg Farias, senador pelo PT do RJ, é suspeito de ter pedido dinheiro a Paulo Roberto Costa. Foto: Futura Press
Ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB) é citada também no inquérito contra o senador Edison Lobão (PMDB-MA). Foto: BETO BARATA/AGência ESTADO - 4.1.2011
Deputado pelo PP da Paraíba, Aguinaldo Ribeiro fio ministro das Cidades durante o governo Dilma. Foto: Divulgação
Vilson Covatti foi deputado federal pelo PP do Rio Grande do Sul até janeiro de 2015. Foto: Facebook/Reprodução
Deputado federal pelo PT de São Paulo e ex-líder do governo Lula, Cândido Vaccarezza teria recebido R$ 400 mil em propina. Foto: Agência Brasil
Alvo de inquérito, Humberto Costa é senador pelo PT de Pernambuco e foi ministro da Saúde durante o governo Lula. Foto: Divulgação
Senador pelo PMDB de Roraima, Romero Jucá foi líder dos governos FHC e Lula. Foto: Agência Senado
Senador pelo PMDB de Rondônia, Valdir Raupp foi governador de Rondônia e líder do partido. Foto: Divulgação
Ex-ministro da Casa Civil de Dilma Rousseff, Antônio Palocci terá suas condutas investigadas pela Polícia Federal no Paraná, para onde o STF mandou o inquérito. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil - 2.1.11
Tesoureiro do PT, João Vaccari Neto é alvo do processo que envolve 37 pessoas. Foto: Agência Brasil
Deputado federal pelo PP de Mato Grosso, Pedro Henry foi condenado no processo do mensalão. Foto: Agência Brasil
Deputado federal pelo PMDB do Ceará, Aníbal Gomes é investigado no inquérito que envolve 37 pessoas. Foto: Divulgação/Governo Municipal de Acaraú
Deputado federal pelo PP do Rio de Janeiro, Simão Sessim ocupa o cargo desde a década de 1970. Foto: Agência Câmara
Ex-deputado federal pelo PP de Pernambuco, teve seu mandato cassado na esteira do escândalo do mensalão. Foto: Agência Brasil
Deputado federal pelo Solidariedade da Bahia, Luiz Argôlo chegou a ter sua cassação aprovada pelo Conselho de Ética da Câmara. Foto: Agência Câmara
Deputado federal pelo PP do Paraná, Nelson Meurer é presidente do partido no Estado. Foto: Agência Câmara
Deputado pelo PP do Acre, Gladson Cameli é investigado no inquérito que envolve 37 pessoas. Foto: Agência Câmara
Deputado federal pelo PP de Goiás, Roberto Balestra é investigado no maior inquérito, que envolve 37 pessoas. Foto: Divulgação
Deputado federal pelo PP de Goiás, Sandes Júnior, é alvo do maior inquérito da Operação, com 37 investigados. Foto: Divulgação
Deputado federal pelo PT do Mato Grosso, Vander Loubet é investigado em inquérito que inclui o deputado Cândido Vaccarezaa (PT-SP). Foto: Divulgação
Senador pelo PP do Piauí, Ciro Nogueira teve dois inquéritos arquivados, mas é alvo de um terceiro, que envolve outras 36 pessoas. Foto: Divulgação
Deputada federal pelo PP de São Paulo, Aline Corrêa consta da lista de 37 investigados de um dos inquéritos da Lava Jato. Foto: Agência Câmara
Senador pelo PP de Alagoas, Benedito de Lira iniciou sua carreira política no extinto Arena, que apoiava a ditadura militar. Foto: Divulgação
Deputado federal pelo PT de São Paulo, José Mentor foi líder estudantil contrário à ditadura militar. Foto: Divulgação
Deputado federal pelo PP do Rio Grande do Sul, José Otávio Germano é alvo de dois pedidos de instauração de inquérito. Foto: Divulgação
Deputado federal pelo PP do Ceará, José Linhares Ponte foi padre e usa a experiência de sacerdócio nas campanhas eleitorais. Foto: Reprodução
Deputado federal pelo PP de Pernambuco até janeiro  de 2015, Roberto Teixeira é investigado no inquérito que envolve 37 pessoas. Foto: Divulgação
Deputado federal pelo PP de Santa Catarina até janeiro de 2015, João Alberto Pizzolatti Junior é alvo do inquérito que envolve outras 36 pessoas. Foto: Facebook/Reprodução
Deputado federal pelo PP da Bahia até janeiro de 2015, Mário Negromonte foi ministro das Cidades durante o governo Dilma. Foto: Wikimedia
Deputado pelo PP do Maranhão, Waldir Maranhão é investigado no inquérito que envolve outras 36 pessoas. Foto: Facebook/Reprodução
Vice-governador da Bahia, comandada por Rui Costa (PT), João Leão foi deputado federal pelo PP do Estado. Foto: Reprodução
Deputado federal pelo PP de Rondônia até janeiro de 2015, Carlos Magno Ramos foi secretário da Casa Civil do ex-governador  e hoje senador Ivo Cassol (PP). Foto: Divulgação
Deputado federal pelo PP da Bahia, Roberto Britto é investigado no inquérito que envolve outras 37 pessoas. Foto: Facebook/Reprodução
Deputado federal pelo PP do Rio Grande do Sul, Renato Molling é investigado no inquérito que envolve 37 pessoas. Foto: Facebook/Reprodução
Deputado federal pelo PP do Rio Grande do Sul, Luis Carlos Heinze é investigado no inquérito que envolve 37 pessoas. Foto: Facebook/Reprodução
Deputado federal pelo PP do Tocantins, Lázaro Botelho é investigado no inquerito que envolve 37 pessoas. Foto: Facebook/Reprodução
Deputado federal pelo PP de São Paulo, José Olímpio se apresenta como missionário da Igreja Mundial do Poder de Deus. Foto: Facebook/Reprodução
Deputado federal pelo PP do Rio Grande do Sul, Afonso Hamm é investigado no inquérito que envolve outras 37 pessoas. Foto: Facebook/Reprodução
Deputado federal pelo PP, Jerônimo Goergen foi vice-líder da bancada do PP na Câmara dos Deputados. Foto: Facebook/Reprodução
Deputado federal pelo PP do Paraná, Dilceu Sperafico é investigado no inquérito que envolve outras 37 pessoas. Foto: Twitter/Reprodução
Deputado federal pelo PP de Alagoas, Arthur Lira é filho de Benedito de Lira, também investigado na Lava Jato. Foto: Twitter/Reprodução
Deputado pelo PP de Minas Gerais, Luiz Fernando Faria é investigado no inquérito que envolve 37 pessoas. Foto: Reprodução
Deputado federal pelo PP de Pernambuco, Eduardo da Fonte foi segundo vice-presidente da Câmara e líder do PP na Casa. Foto: Divulgação
Antes de aparecer na lista de Janot, Renan Calheiros disse que não conhecia Youssef ou envolvidos na Lava Jato. Foto: Câmara dos Deputados/Gustavo Lima
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