quinta-feira, 28 de abril de 2011

Vitória de quem, cara pálida?


O prefeito João Henrique apressou-se a divulgar na mídia baiana a aprovação do projeto do parque tecnológico de Salvador, ocorrida ontem (27) na Câmara Municipal, como se fosse uma vitória sua. Midiático como ele só – inclusive já anunciou que será radialista ao fim do mandato – demonstra inaudita capacidade de distorcer os fatos a seu favor. A verdade é bem outra daquela que o desprefeito tenta fazer os incautos acreditarem.
O projeto ficou mais de quatro meses aguardando votação exatamente porque o JH perdeu o controle da sua base parlamentar, perdeu a maioria que tinha até a eleição do ano passado e ficou refém dos interesses diversos que movem os nobres edis. Aprovar qualquer coisa na Câmara do interesse do alcaide virou uma queda de braço sem fim. O clima de instabilidade política na Câmara é mais do que evidente.
O pior é que no jogo dos interesses particulares, o interesse maior da cidade fica comprometido. As vozes dissonantes fizeram de tudo para protelar a votação e tentarem tirar o máximo de proveito da situação. A alegação para fora é que o projeto precisava ser mais discutido. Dois secretários estaduais estiveram na Casa debatendo com os vereadores. Nunca se viu projeto tão esmiuçado na Câmara. Só para lembrar aos que tem memória curta, projetos cabeludos como os de interesse das empresas de lixo e de transportes foram aprovadas na Casa sem a menor discussão, em tempo recorde, enfiados que foram goela abaixo da oposição.
A aprovação do projeto do parque deu-se ontem devido à impossibilidade da Câmara continuar empurrando com a barriga a decisão sobre o assunto, que estava sobrerestando a pauta, ou seja, nada mais poderia ser votado enquanto não houvesse decisão sobre o parque. Mesmo assim foi uma votação marcada por uma quebra da legalidade: reza a legislação que vereadores não podem apresentar projetos e/ou emendas a projetos que gerem despesas.
Contudo, este preceito foi desconsiderado e decidiu-se pela aprovação de emendas de vereadores que, evidentemente, se forem levadas a sério irão criar despesas. Mas mesmo assim foram aprovadas pela maioria, pois se assim não fizessem ninguém sabe se o projeto seria votado realmente ontem.
Nas próximas semanas teremos a reedição dessa novela com o projeto que o prefeito já anunciou que irá enviar para a Casa com novas mudanças no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU). Pretende-se ampliar ainda mais o gabarito para a construção de hotéis na Orla e outros empreendimentos no entorno da Arena Fonte Nova. Muita grana estará em jogo. Será que o assunto será exaustivamente debatido na Câmara? Será que os interesses da maioria da população da cidade serão respeitados? Quem viver verá. E depois haverá o teste final: a aprovação ou rejeição das contas do prefeito, recusadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios. Acorda Salvador!!

Mandado por Josias Pires Neto
Comentário do Bahia na Rede sobre a falsidade ideológica do desprefeito de Salvador.

Comentário de uma leitora: O Exterminador quer ser RADIALISTA? Que falta de personalidade, Jesus Henrique! Já existe um ex-prefeito midiático! Com tanta cortesia dedicada às incorporadoras - escancaradamente explicitada nos termos do mutante PDDU - Janjão,o Fanfarrão, deveria ser mais ambicioso e comprar, logo de uma vez,as Organizações Globo.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Broadway Melody (1929)

Uma raridade: o primeiro filme musical da história do Cinema!

DESPACHO POUCO COMUM

                   A Escola Nacional de Magistratura incluiu em seu banco de sentenças, o despacho pouco comum do juiz Rafael Gonçalves de Paula, da 3ª Vara Criminal da Comarca de Palmas, em Tocantins. A entidade considerou de bom senso a decisão de seu associado, mandando soltar Saul Rodrigues Rocha e Hagamenon Rodrigues Rocha, detidos sob acusação de furtarem duas melancias:
DESPACHO JUDICIAL.
DECISÃO PROFERIDA PELO JUIZ RAFAEL GONÇALVES DE PAULA
NOS AUTOS DO PROC Nº. 124/03 - 3ª Vara Criminal da Comarca de Palmas/TO:
       

                   DECISÃO
                   Trata-se de auto de prisão em flagrante de Saul Rodrigues Rocha e Hagamenon Rodrigues Rocha, que foram detidos em virtude do suposto furto de duas (2) melancias. Instado a se manifestar, o Sr. Promotor de Justiça opinou pela manutenção dos indiciados na prisão.
                   Para conceder a liberdade aos indiciados, eu poderia invocar inúmeros fundamentos: os ensinamentos de Jesus Cristo, Buda e Ghandi, o Direito Natural, o princípio da insignificância ou bagatela, o princípio da intervenção mínima, os princípios do chamado Direito alternativo, o furto famélico, a injustiça da prisão de um lavrador e de um auxiliar de serviços gerais em contraposição à liberdade dos engravatados e dos políticos do mensalão deste governo, que sonegam milhões dos cofres públicos, o risco de se colocar os indiciados na Universidade do Crime (o sistema penitenciário nacional)...
                   Poderia sustentar que duas melancias não enriquecem nem empobrecem ninguém.  Poderia aproveitar para fazer um discurso contra a situação econômica brasileira, que mantém 95% da população sobrevivendo com o mínimo necessário apesar da promessa deste presidente que muito fala, nada sabe e pouco faz.
                   Poderia brandir minha ira contra os neo-liberais, o consenso de Washington, a cartilha demagógica da esquerda, a utopia do socialismo, a colonização européia....
                   Poderia dizer que George Bush joga bilhões de dólares em bombas na cabeça dos iraquianos, enquanto bilhões de seres humanos passam fome pela Terra - e aí, cadê a Justiça nesse mundo?
                   Poderia mesmo admitir minha mediocridade por não saber argumentar diante de tamanha obviedade.
                   Tantas são as possibilidades que ousarei agir em total desprezo às normas técnicas: não vou apontar nenhum desses fundamentos como razão de decidir.
                   Simplesmente mandarei soltar os indiciados. Quem quiser que escolha o motivo.
                   Expeçam-se os alvarás.
                   Intimem-se.
                               Rafael Gonçalves de Paula
                                        Juiz de Direito

terça-feira, 26 de abril de 2011

ACORDA, SALVADOR!

TODA A VERDADE SOBRE A CAPITAL BAIANA E SUA DESASTROSA PREFEITURA!
                      por Cyrana Menezes, da revista CARTA CAPITAL

Primeira capital brasileira, porta de entrada do Nordeste, aos 462 anos Salvador está ficando para trás. Literalmente. Com um dos prefeitos mais mal avaliados do País, João Henrique Carneiro, do PP, a cidade da Bahia acaba de ser ultrapassada por Fortaleza, no Ceará, que se tornou a mais visitada pelos turistas nacionais. A informação integra uma pesquisa mundial publicada em março pelo site Hoteis.com, a partir do número de reservas em hotéis e pousadas. Ao que tudo indica, as praias e o centro histórico foram trocados não só por outros destinos na região como por localidades mais aprazíveis no interior do próprio estado.
Além da segurança e da limpeza urbana, preocupações constantes em Salvador, três temas fazem os tranqüilos baianos esquentarem a cabeça ultimamente: a sujeira e desorganização da orla marítima, o abandono do centro histórico e o trânsito. Como se fosse pouco, o prefeito teve as contas de 2009 rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Município, com quem trava uma disputa judicial. No início do mês, o prefeito conseguiu uma liminar para anular o parecer do TCM, que o acusa de uma série de irregularidades lesivas aos cofres públicos. Se as contas forem mesmo recusadas, ele se tornará inelegível por oito anos.
Não é, porém, o único imbróglio jurídico a envolver João Henrique. Há exatamente um ano, por determinação judicial, todas as barracas de praia da orla de Salvador foram derrubadas e nada foi posto no lugar. O resultado é que os antigos barraqueiros passaram a ocupar a beira-mar com cadeiras e mesas plásticas em frangalhos, que devem ser colocadas e retiradas diariamente, por ordem da prefeitura. Não existem mais duchas e banheiros públicos nas praias.
“Virou uma favela”, reconhece o proprietário de uma das mais antigas barracas da orla, na Praia de Piatã, Nadson Araújo. Há 18 anos, Araújo possuía a maior barraca do pedaço, a Malibu, agora reduzida a dois isopores grandes com cerveja, refrigerante e água de coco. “É para minha família não morrer de fome que me submeto a essa humilhação de ficar tirando e botando cadeira e mesa todo dia”, diz o barraqueiro. “Pagamos financiamento por meio de um banco público, o Desenbanco, para levantar as barracas, em 1985. Não entendo como só depois descobriram que a areia é tombada”, reclama José de Lima Praxedes, outro proprietário.
A última revitalização da orla marítima de Salvador foi feita em 1985, durante o governo João Durval Carneiro, pai do atual prefeito, João Henrique, que em 2007 trocou o PDT pelo PMDB e depois pelo PP. Em 2006, o prefeito anunciou sua intenção de intervir mais uma vez na orla, modernizando as barracas. O novo projeto para a orla foi apresentado à cidade em janeiro do ano passado, mas, antes que pudesse ser iniciado, em abril, uma ação do Ministério Público Federal determinou que todas as barracas teriam de ser retiradas da areia. A prefeitura exime-se da responsabilidade por, após um ano, a situação continuar a mesma.
“Isso depende da Justiça, a prefeitura não pode fazer nada”, afirma o secretário de Desenvolvimento Urbano, Meio Ambiente e Habitação de Salvador, Paulo Damasceno. “A única coisa que podemos fazer é fiscalizar para que os barraqueiros tirem as mesas e cadeiras todos os dias.” Na cidade, muita gente concorda que as barracas antigas não tinham mais condições de funcionamento, sujas e deterioradas pelo tempo. Mas, sem elas, ficou pior e, mais grave, não existe solução à vista.
Outro cartão-postal de Salvador, o centro histórico também virou um espanta-turistas. Com algumas ruas do entorno do Pelourinho tomadas por usuários de crack, a região é evitada até mesmo por moradores da capital. Os lojistas reclamam de uma queda de mais de 70% do movimento nos últimos três anos. “De dia ainda vêm algumas pessoas. De noite, todo mundo some”, diz o americano Pardal Roberts, há seis anos proprietário- de uma loja de música no Pelourinho. “Se tiver show, os turistas e o pessoal daqui vão à praça onde estiver acontecendo e depois vão embora. Nos próprios hotéis eles já ouvem o conselho de evitar o Pelourinho, dizem que é perigoso.”

Este é um dos raros moradores do Pelourinho

Integrantes da prefeitura, do governo e representantes dos lojistas dizem que o Pelourinho “pegou fama” de local inseguro, onde proliferariam gatunos à espera de uma distração para roubar objetos como câmeras, correntes e relógios. O coronel José Nascimento, responsável pelo policiamento do centro histórico, é elogiado por não dar expediente no gabinete, e, sim, zelar pessoalmente pela segurança dos turistas. “A senhora está há duas horas aqui. Viu alguém ser assaltado?”, pergunta o coronel diante da Igreja de São Francisco, no Terreiro de Jesus. Eram 5 da tarde. Quando a noite cai no Pelourinho, todo mundo sabe, começa o assédio de pedintes aos turistas e as aparições das figuras esquálidas dos viciados em crack, dispostos a tudo.
Segundo o presidente da Associação dos Comerciantes do Centro Histórico (Acopelô), Lenner Cunha, mais de 200 lojas fecharam na região nos últimos sete anos. Cunha se mostra saudoso da época do falecido governador Antonio Carlos Magalhães, quando havia o projeto “Pelourinho Dia e Noite” e o centro histórico vivia seu auge. “Hoje, o governo não tem diagnóstico para a área e a prefeitura vive uma inércia reconhecida por todos”, critica o comerciante. “A Secretaria Estadual de Cultura dá informações imprecisas à Unesco, de que ACM ‘botou todo mundo pra fora’. Mesmo que ele tenha errado, tem de se ver as benesses que houve desde a revitalização.”


             
Mas nem sempre o acumulo de lixo tem esta poesia...

O Instituto de Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), por sua vez, acusa os comerciantes da área de não pagarem pela ocupação dos imóveis desde o início, totalizando uma dívida de quase 8 milhões de reais para com o estado. Nessa queda de braço, a voz mais sensata parece ser a da coordenadora do setor cultural da Unesco no Brasil, Jurema Machado, que atua em conjunto ao governo na busca de uma solução para o centro antigo de Salvador, que compreende não só o Pelourinho. “Não vou demonizar o que foi feito no passado, porque houve o salvamento de uma situação física grave. Mas houve uma estratégia de uso incompleta. Não tem gente no Pelourinho porque ele é artificial.”
Jurema Machado compara a revitalização do centro histórico baiano com outras experiências mais bem-sucedidas em capitais da Europa, em que não se visou apenas o turismo, mas o caráter de normalidade das regiões, com moradores inclusive. No Pelourinho, só existe comércio, e mesmo os soteropolitanos não o freqüentam no dia a dia, o que seria o ideal. “O morador de Salvador não vai ao Pelourinho para nada. É preciso haver uma estratégia de uso que envolva os setores público e privado. O governo é proprietário de centenas de imóveis na região, alugados exclusivamente para uso comercial e de serviços, o que não confere vitalidade à região”, diz a representante da Unesco. Os comerciantes, a propósito, são contrários à idéia de atrair moradores para o centro antigo.
Você que levou poucos minutos de leitura para chegar da orla ao Pelourinho nesta reportagem, na vida real gastaria ao menos duas horas no trânsito caótico de Salvador para fazer idêntico percurso. Com o tempo recorde de 12 anos sem concluir, o metrô da capital estimula as piadas sobre a célebre lentidão baiana. Atualmente sob fiscalização do Exército, a prefeitura promete concluir o primeiro trecho do metrô, de apenas 7 quilômetros, no fim deste ano. O segundo, garante a prefeitura, será entregue aos soteropolitanos até o fim do mandato de João Henrique, em 2012. No total, o metrô de Salvador terá parcos 12 quilômetros, absolutamente insuficientes, sob qualquer perspectiva, para desafogar o tráfego na capital.
Especialistas questionam ainda o traçado do metrô, que ligará o subúrbio ao terminal da Lapa, trecho onde não há grande fluxo de automóveis. “O metrô vai ligar o nada a lugar nenhum. Não retira carro da rua porque passa por locais onde não tem carro”, desdenha a socióloga Maria Brandão, secretária de Planejamento na administração Lídice da Matta (1992-1996), hoje senadora, de quem também é crítica. “Ninguém até hoje fez uma análise de fluxo em Salvador, o que se tem é uma visão tópica. Resolver o tráfego não é só uma questão de mecânica de circulação, de se planejar em cima da planta”, defende a socióloga. “É preciso observar também as questões socioculturais.”
O secretário de Transportes de Salvador, José Mattos, reconhece que o metrô servirá apenas para dar uma “amenizada” no trânsito, mas promete que, até a Copa de 2014, outras soluções serão implementadas. “Em 60 dias apresentaremos projetos para receber recursos do PAC da Mobilidade nas Grandes Cidades”. As idéias vão desde a ampliação de vias à instalação de semáforos “inteligentes” em pontos críticos. A prefeitura decidirá ainda se vai optar pelo modelo de transporte em massa Bus Rapid Transit (BRT) – linhas exclusivas para ônibus – ou Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Se a obra do metrô for o modelo, Salvador passará mais três Copas do Mundo na lanterninha.

Fotos de Dimitri Ganzelevitch

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Um homem dança

Nada mais comovente que alguém, de idade avançada, dançando. Vi vários, sempre com a mesma ternura. A lendária Martha Graham, no Coliseu de Lisboa no fim dos anos 60. Cheguei a trabalhar com ela uma noite inteira. A cubana Alicia Alonso, aqui, no Teatro Castro Alves, beirando os 70, quase cega, usando um piano de cauda como bengala para substituir a fragilidade pela soberba elegância das prima-donas. Outros, anônimos, domingos ensolarados, nos zócalos mexicanos, alinhados por pares comportados, elas com um lenço na mão esquerda, eles de terno e gravata. O danzón é lá uma instituição. Mais perto, ainda assisti a alegres representantes da melhor (sic) idade elaborando barrocas coreografias de dança de salão sob as frondosas árvores do largo de Nazaré. Dançar é vida, é superação ao mesmo tempo que lembrança.

Quando entrei no teatro da Aliança Francesa, não esperava ver um homem de cabelo branco a dançar – Rei David frente à provável caixa de Pandora - a evocar sua vida, memórias e mágoas dispersas como os confetes escapando de suas mãos enquanto se arrastavam nostálgicos lamentos de Piazzola. O bandônion, criado para ilustrar rituais sacros no século XIX, presta-se, neste exato momento á celebração da vida. A de um homem que sempre dançou, desde a infância, e que agora entrega seu corpo à procura do tempo perdido, à procura de seus sonhos e amores. Luiz Arrieta, exímio profissional, soube usar o pequeno espaço proposto, ampliando-o ao despojá-lo de qualquer apetrecho. Holofotes detalham as negras irregularidades do muro. “Ele tem memórias” afirmará mais tarde. O bailarino se identifica totalmente com o minimalismo ambiental e sabe tirar partido de cada saliência. Um Borsanilo a la Gardel nos fala de sua juventude irrequieta, a cadeira nos remete a outras memórias, mais obscuras. Usa até toques de butô, embora negue, para adensar a coreografia. É quando nada acontece que o público fica mais preso à possível narrativa. Durante 40 minutos o argentino nos levará numa viagem, não somente ao seu, mas também ao nosso passado.

RETALHOS 37


Um professor da UFBA se queixa “O teto do MAM que foi refeito há 3 anos está caindo e a parte da bienal que veio p/ Salvador teve que sair correndo. O setor de Restauro do IPAC está ao desabrigo há 4 anos, com a mudança do Solar do Ferrão para a 28 de setembro. Desde então os restauradores vivem zanzando... O Arquivo Público, segundo mais importante do país, está fechado desde fevereiro. Medo de curto-circuito. Bira, diretor da Fundação que administra o Arquivo, apesar de ser historiador, nem tchum.”

Existe algo de necromania na insistência dos repórteres de televisão em focalizar a dor dos parentes de vítimas. O espectador se sente com freqüência um intruso. Uma pergunta: Quando um drama envolvendo mortos aparece na televisão, poucas horas após o acontecimento, todos os parentes e amigos vestem camisetas com as fotos das vítimas. Quem está orquestrando a fúnebre fantasia? Os familiares? Duvido. Deve haver algum tipo de empresário-urubu sempre à espera de novo drama para poder faturar em cima da dor alheia. Vergonhoso.

Finalmente o jornal A Tarde tem uma crítica gastronômica, Daniela Castro, que sabe do que escreve, não vive pedindo regalias nos restaurantes e tem senso de humor.

A definição sobre qual projeto de mobilidade urbana será implantado na capital baiana não é só um problema político ou técnico. A defesa do VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos), sempre desejado e anunciado pelo ex-secretário de Planejamento e atual senador, Walter Pinheiro, leva também a assinatura da Construtora OAS. Já o BRT (Bus Rapid Transit), que utilizaria ônibus e abriria mais pistas de rolamento, bancado pelos empresários do setor via SETPS, foi aprovado e incentivado pelo prefeito João Henrique. Enquanto isto, o dinheiro está à disposição no BNDES e a população continua seu sofrimento.  (Coluna do Geraldo Villalva)

Sobre o mesmo problema, os arquitetos Paulo Ormindo de Azevedo e Zezeu Ribeiro também acham mais coerente a implantação do VTL. Mas os senhores do cartel dos transportes públicos preferem o BRT. Por que será?

Um advogado baiano declara: “A nossa justiça é péssima, demora muito. Só perde em morosidade para a Justiça Divina.”  

Chegou na minha mesa, abril já avançado, um calendário 2011. Como patrocinadores, a Caixa, Estado da Bahia, o Centro Antigo de Salvador (Leia Escritório sem Referências) e a Casa da Fotografia. Uma elefanta casou com um hipopótamo, tiveram como padrinhos um rinoceronte e uma avestruz e a noiva só conseguiu parir um cágado... Haja mediocridade! Desde o papel até a tiragem, nada se salva. Além do inadmissível atraso, mal cortado e mal montado. A quitanda da esquina faria muito melhor. Quanto custou ao bolso de contribuinte esta triste empreitada? Lamentável.

Demorou... Mas finalmente saiu o comunicador Daniel Rangel da diretoria da Dimus. O garoto andava confundindo demais os museus da Bahia com galerias. Entra Maria Célia Moura Santos, uma museóloga profissional de longa experiência. Meteorologia anuncia bom tempo estável para os próximos anos.

Depois de oito anos de um governo que se pretendia popular e até repudiava o tênis como esporte de burguês, as escolas continuam em estado de calamidade e nas filas dos hospitais, pacientes continuam morrendo. Até quando?

Vergonhoso. Nossos políticos não têm a menor preocupação em preservar o meio ambiente. O cínico Aldo Rebelo, do PC do B que o diga, com seu insensato projeto restringindo cada vez mais o já doente Código Florestal. Quem bate palmas com entusiasmo são os fazendeiros, usineiros e donos de qualquer monocultura que só vise o lucro imediato, sem pensar no futuro de seus próprios filhos.

A inflação batendo de novo à porta de nossas casas e poupanças. As gastanças da era Lula serão a herança maldita da gestão Dilma. Uma sugestão: Vamos convidar o Itamar Franco e o Fernando Henrique Cardoso para dar um jeito ? Assim como as coisas estão indo, corremos o risco de retirar o B do Bric. E Ric soa esquisito, né?

Uma das raras fotos recentes do Lula – anda meio sumido do noticiário – revela: deixou de usar a gravata como símbolo ideológico. Do vermelho bolchevico passou para as listras. Feias, por sinal. Quanto a Dona Marisa, cada dia mais botoxada.

E o deputado Marco Maia, líder do PT, pretendendo assistir a um jogo de bola em Madri com despesas pagas pelos contribuintes? Está bem dentro do perfil do mensalão do PT, cujo julgamento anda a passos de cágado. Em contrapartida o mensalão do DEM está sendo julgado de vento em popa. Quem disser que a Justiça é cega?

Os que não hesitaram em enfrentar o congestionamento de um fim de dia chuvoso pelos lados do Iguatemi para prestigiar Florisvaldo Mattos, não se arrependeram. A Livraria Cultura ficou abarrotada de amigos e leitores do conhecido poeta baiano. Durante cinco horas ele não parou de escrever dedicatórias. Mais de 250! Sucesso merecido.

O MST é visto geralmente como um movimento baderneiro manipulado por um bando de agiotas. Pode ser que haja abuso de muitos dirigentes e até enriquecimento ilícito de alguns deles. Mas que o governo também não faz o dever de casa, isso não deixa de ser evidente. As escolas prometidas há anos continuam promessas e as estradas para escoar os produtos não passaram de discursos de palanque. Ninguém duvide: quem tem casa, família e emprego não anda pelas estradas do país afora, faça sol, faça chuva.

É entre as mil pequenas notas que ocupam espaços ociosos na imprensa que se conhece o verdadeiro perfil do poder. Um fazendeiro foi pego em flagrante, acusado de trabalho escravo em Barreiras, nos confins da Bahia. Mas a Justiça não é cega. A condenação a quatro anos de prisão foi substituída por pena de trabalho voluntário, não se sabe por quê.  O nome do bandido não foi publicado. Somente as iniciais B.R.P.F. Na China dos bons tempos da Revolução Cultural, teria seu nome pendurado no pescoço e acabaria fuzilado. Salvo erro, não está previsto nas nossas leis a desapropriação para entregue aos Sem Terra? Que a lei seja comprida!

Abril foi inteiramente ocupado, na capital da Bahia, pelo Viva Dança, um envolvente festival de dança. Apesar de algumas restrições, esta é uma realização que merece entrar nas tradições da agenda cultural baiana. Pena não ter podido assistir a todos os espetáculos. Já na abertura, apesar de ter convite na mão, a confusão administrativa que permeia, na Boa Terra, este tipo de eventos, me deixou plantado na porta do TCA. Pelo menos fui dormir mais cedo.
Pelos comentários ouvidos, o Antônio Nóbrega, embora de alto nível, ao dar, com certa condescendência, aulas ao público, denota evidente crise de estrelismo. Lamento. Conheci-o mais humilde. Na verdade, a primeira vez que se apresentou em Salvador, ainda nos anos 80, foi no Solar Santo Antônio, minha casa – Sim sinhô! - um domingo de manhã, entre dois aviões, por sugestão de Romero de Andrade Lima, afilhado de Ariano Suassuna. Espetáculo muito especial para reduzida platéia: minha mãe, o artista Reinaldo Eckenberger e eu. Tempo e talento levaram-no muito acima de minha modesta carrequice.
Perdi estupidamente o Tadashi Endo, embora eu seja fã de butô.
Em contrapartida, decepcionante foi a companhia de Nivaldo Bertazzo. Este cara tem um ego do tamanho do TCA. Dança, fala e canta, mas não encanta. Confesso não entender esta tentativa de cabaré com show folclórico. Quanto à cantora que pensa ser divertida, coitada... tem mais de Cirque du Sommeil que de Ionesco. Ela parece estar no lugar errado no momento errado. Nós também. 
Outra mancada: aqueles dois que vieram de Paris ( Robe Bonbon et Queue de Pie... que nome mais idiota!) para nos impressionar com suas preocupações ecológicas, deveriam ter ficado por lá. Pretensioso discurso oco apoiado em gestual de contorcionismo entediante. Desde Loie Fuller e Isadora Duncan até Alwin Nikolais e Clyde Morgan, muitos foram os que usaram e abusaram de panos, lenços e véus com mais adequação. Se algum leitor também assistiu, quem sabe possa me explicar por que cargas d´água o par levou quinze minutos para descer seis degraus do palco para a sala com um balão na mão? Me arrependi de não ter saído no meio. Haja saco!
O Teatro Molière compensou ao apresentar o solo de “Tango aDeus”. Bela viagem ao passado do bailarino-coreógrafo Luiz Arrieta a partir de variações de Artur Piazzola. Teve momentos realmente comoventes.
Para finalizar estes poucos palpites sobre o Viva Dança, os Diálogos sobre Nijinsky, da Virtual Companhia de Dança (SP) me deixaram encantado. Qual a companhia contemporânea que ousaria recuperar Debussy por mais de uma hora para um homem e uma mulher interagir com projeções em vários níveis dos próprios, e vídeo de cemitério parisiense? Fiquei especialmente sensível à re-leitura da coreografia de “L´aprés-midi d´un faune” que já vi dançada por Nureyev. Na época da criação, 1912, causou escândalo pela sugestão erótica. Para mim, o melhor momento do festival.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

JUIZITE- UM DESSERVIÇO Á MAGISTRATURA

O artigo "Juizite - um desserviço à magistratura" é de autoria do presidente da Seccional da OAB da Bahia, Saul Quadros, e foi publicado no jornal A Tarde, da Bahia:
"Irritação, nervosismo, rispidez, insegurança, arrogância, autoritarismo e prepotência são sintomas patológicos identificados em parte dos magistrados brasileiros. As consequências daquele estado irritadiço, arrogante e prepotente, que no "mundo jurídico" passou a ser chamado de "juizite", tem-se revelado através do desrespeito às partes, pressão psicológica sobre as testemunhas, perseguição a servidores, maus tratos a advogados e inobservância às suas prerrogativas, muito deles recusando-se o simples registro, em ata de audiência, de um protesto por cerceamento de defesa.
Da maneira como conduz o processo, ninguém pode "ousar" discordar, "esquecendo-se" do que aprendeu na academia, que a "liberdade de julgar não está acima da lei, nem da segurança do direito".
Como seria bom se todos compreendessem e reconhecessem, como reconheceu o Juiz Rafael Magalhães, mineiro, um dos mais eminentes do Brasil, quando, há mais de quarenta anos, proclamou que "o advogado precisa da mais ampla liberdade de expressão para bem desempenhar o seu mandato" e que "o Juiz deve ter a humildade necessária para ouvir com paciência as queixas, reclamações e réplicas que a parte oponha a seus despachos e sentenças", arrematando que "seria uma tirania exigir que o vencido se referisse com meiguice e doçura ao ato judiciário e à pessoa do julgador que lhe desconheceu o direito".
Lamentavelmente nem mesmo o tempo tem-se encarregado do amadurecimento do portador da "juizite" para inspirar-lhe confiança, sensatez, paciência e a cordial convivência com os advogados e as partes, dando-lhe a certeza de que é ele mesmo, nos limites fixados pela lei, quem, ao conduzir o processo, substitui a vontade das partes e decide, como se fosse o próprio Estado.
O Poder Judiciário, diferentemente dos dois outros poderes do Estado, na prestação de seus serviços, "é aquele que assegura direitos, aplaca dissídios, compõe interesses na diuturna aplicação da lei e de sua adaptação às mutáveis condições sociais, econômicas e políticas". Exatamente por isso, é o poder que reclama de seus membros "serenidade e bravura, paciência e desassombro, humildade e altivez, independência e compreensão".
De igual modo o advogado, na luta pelos interesses do seu cliente, deve se portar "como um guerreiro sem bravata" e não é por isso, senão, que também deve manter a sua independência em qualquer circunstância, não devendo ter receio de desagradar a qualquer autoridade, nem de incorrer em impopularidade, no exercício da profissão.
A "juizite" tem-se revelado num desserviço à magistratura.
O juiz vocacionado esquece o relógio e o afã em terminar rapidamente as audiências. Ouve as partes e as testemunhas com paciência. Faz prova bem feita, dispondo de elementos para uma decisão segura, com menos riscos de injustiças, além de não cercear os sagrados direitos das partes e dos seus procuradores, ainda que a sua carga seja pesada e tenha centenas de processos a despachar.
Na convivência diária com o juiz, o advogado deve conduzir-se profissionalmente nos limites da elegância, da cordialidade e da ética, mas não pode esperar tão somente pelo tempo, pela cura da "juizite.
É preciso que o advogado combata tal "enfermidade", sem receio de melindrar ou desagradar ao magistrado, desde que sua ação se enquadre nos limites estabelecidos pela lei estatutária, com altivez e serenidade, de modo firme e respeitoso.
A vocação do advogado é combater, é lutar, é opor-se, é apaixonar-se pela paixão alheia, é ter alma de guerreiro, ainda que às vezes não seja nem mesmo compreendido por aqueles que fazem justiça!
Nossa ação deve se desenvolver no campo da utilização dos "remédios jurídicos" postos à nossa disposição: a representação correicional, a denúncia pública do seu comportamento atentatório à própria magistratura, o protesto por cerceamento de defesa, a interposição de recursos, o requerimento de mandados de segurança.
Nossa omissão seria estímulo a um "processo epidêmico" que poderia atingir toda a magistratura brasileira, em razão da "contaminação pelo exemplo".
Fonte: Conselho Federal da OAB

domingo, 17 de abril de 2011

REALENGO E MALU FONTES

"...Nas mesmas edições noturnas em que os telejornais exibiam uma emocionante e concorrida missa de sétimo dia na escola do massacre, foi preso no Rio um vereador da cidade, André Ferreira, o Deco, apontado como chefe de uma milícia que assassinou pelo menos 30 pessoas nos últimos quatro anos e explora cinco bairros pobres. A pergunta é delicada e incômoda, mas aos oportunos e aos oportunistas, ei-la: quais os elementos que fazem de Wellington o monstro da capa vermelha da revista semanal e de Deco, igualmente matador e em nome não de um transtorno ou sofrimento psíquico solitário, mas por enriquecimento pessoal, ser objeto de aplauso de milhares de eleitores? A propósito, durante esta semana, houve, em Salvador, uma passeata organizada pelos próprios pacientes dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) de Salvador, inconformados com a precariedade do atendimento, gerada pela crise na saúde municipal. A imprensa veiculou? Se um deles, ao invés de organizar um protesto público reivindicando tratamento, puxasse uma faca num ônibus, certamente seria manchete.

Malu Fontes é jornalista, doutora em Comunicação e Cultura e professora da Facom-UFBA. Texto publicado originalmente em 17 de abril de 2011, no jornal A Tarde, Salvador/BA. maluzes@gmail.com

Curso Rápido de Gramática

Filho da puta é adjunto adnominal se for: ''Conheci um político filho da puta".
Se for: "O político é um filho da puta", aí é predicativo.
Agora, se for: "Esse filho da puta é um político", é sujeito.
Porém, se o cara aponta uma arma para a testa do político e diz: "Agora nega o roubo, filho da puta!" - é vocativo.
Finalmente, se for: "O ex ministro, José Dirceu, aquele filho da puta, desviou o dinheiro para o mensalão?" Aí é aposto.

Que língua a nossa, não?!

COMPLETANDO: Se estiver escrito: "Foi reeleito na presidência do senado em janeiro". O filho da puta é sujeito oculto.

TARZAN E JANE

Este trecho de um film de Tarzan é importante porque seria o primeiro nu integral da história do cinema

sábado, 16 de abril de 2011

AMÉRICA, AMÉRICA

"América, América"...  Este filme do arménio Elia Kazan marcou meus 20 anos, então estudante em Paris. Naquela época ele não foi bem recebido pela crítica. Em parte talvez porque o cineasta era hostilizado, com toda razão, pela reputação de delator dos comunistas no meio de  Hollywood.
 Este trecho retrata a chegada dos emigrantes aos Estados Unidos.

A canoa de Edivaldo Brito

Conforme eu recebi...

GENTE , veja ( não deixe de ler ) a canoa furada em que estamos embarcados . Nem o próprio Dr. Edvaldo Britto aguenta mais o prefeito ! E pensar que ainda temos uns 18 meses pela frente ! Dá para imaginar que ele vai conseguir acabar com a cidade. Alguém precisa convencê-lo a pegar o seu boné , o seu banquinho e sair de mensinho..                                                             
O evento saiu completamente de tema sobre Direito Tributário, pelo qual foi convidado, e virou um desabafo de um vice-prefeito completamente em desacordo com a gestão a qual participa. “Os terceirizados são a febre desse município de Salvador. Não me conformo senão com a porta aberta do concurso público”. Ao ser questionado sobre os motivos que o fizeram continuar no governo a qual massacrou em seu discurso, Britou justificou: “o povo me elegeu, eu não posso chegar agora e dar uma de menino zangadinho, dizendo ‘como não tenho mais poder dentro dessa administração, abro mão, renuncio’. Não. Vou até o fim. Aprendi que fermento só tem importância dentro da massa, fora dela, é só um pozinho. Quando entra, a massa cresce. Estou lá para isso”. Em sua conclusão, Brito explicou seu desabafo: “É assim que eu concilio o jurista inconformado com o poder que está em minhas mãos. Em um ano e oito meses, ainda dá para fazer um grande estrago na vida de muita gente. Eu tenho de pregar o oposto do que está aí. O prefeito vai para um lado fazendo as coisas dele, e eu vou para o outro denunciando. Eu não posso, em nome da governabilidade, ficar calado. É em nome dela que tenho de falar”.
              A cobertura do evento foi feita pelo sítio Viver Paralela.
Mauro Marconi

Reação de uma leitora

A retórica desse espertinho arrivista é impressionante!
Claramente trata a plateia como sendo todos burros (e o pior é que são mesmo!) quando afirma coisas do tipo: “fui eleito” (quem foi eleito foi o Exterminador do Futuro de Salvador; o Edvaldo foi – pela lei eleitoral -  acessório compulsório).
Ou quando tenta se justificar inventando uma história furadíssima sobre como ele estaria minando a administração do prefeitinho (com um alegado poder que vice-prefeito não tem); ou seja, piorando o que já está péssimo. Governabilidade às avessas.
Esse pulha doutoral e doutorado apenas aproveitou-se do precioso espaço de uma palestra para tirar o corpo fora da cilada em que se meteu, e montar um palanque político para si.
Sei ler, tenho proficiência em semiótica e em análise do discurso.
Além do mais não sou burra.
 

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Realengo, alguns dias depois

por  André Barcinski

Pensei em postar algo sobre a tragédia de Realengo no próprio dia, mas desisti.
Ainda não havia informações claras sobre o ocorrido.
Além do mais, no calor do momento, o que se poderia fazer a não ser lamentar?

Eu queria ver como nossos políticos iriam reagir ao crime.


Como era de se esperar, eles reagiram como sempre: empurraram os problemas reais para debaixo do tapete.

A primeira reação da Presidente Dilma foi dizer: “Não era característica do país ocorrer esse tipo de crime”.

Entendo que Dilma estava se referindo à forma como o crime ocorreu. De fato, não é comum por aqui.

Mas e a conseqüência do crime, não é comum por aqui?

Doze jovens mortos.  Um número assustador. Mais assustador ainda porque foram doze jovens mortos de uma vez, com requintes de sadismo.


Mas sabe quantas pessoas morrem por dia vítimas de armas de fogo no país?

Cento e dez. Quarenta mil por ano.

Ou seja: por dia, acontecem no Brasil nove massacres com igual número de vítimas.

A frase da presidente foi repetida muitas vezes nos últimos dias.

Vi inúmeras pessoas – políticos, especialistas em segurança pública e até cidadãos – comparando o episódio de Realengo ao crime de Columbine. “Isso é coisa dos Estados Unidos”, disse uma testemunha.


Parecia que o Brasil era um oásis de tranqüilidade, e que episódios assim eram exceção.

Como é que a gente quer solucionar um problema se nem nos damos ao trabalho de reconhecê-lo?

O crime de Realengo “parecia coisa de Estados Unidos”?

Na verdade, não. O número de mortos por arma de fogo no Brasil é mais do que o dobro dos Estados Unidos.

Aqui, para cada 100 mil habitantes, 21,72 morrem a tiro. Nos Estados Unidos, são 10,36.


O índice para adolescentes brasileiros é ainda maior: 71 mortes para cada 100 mil habitantes.

No ranking mundial, o Brasil só é mais seguro que a Venezuela, que tem um índice de 30 mortes a cada 100 mil habitantes.
O líder no ranking é o Japão, com 0,06. Ou seja: um brasileiro tem 362 vezes mais chance de ser morto a tiros que um japonês.

A conclusão: crimes assim são, sim, “característica do nosso país”.

Nas entrevistas, várias autoridades e especialistas disseram que a escola precisa identificar com mais rigor os casos de “bullying”, para tentar antecipar eventuais problemas.


Só pode ser brincadeira.

Vivemos num país onde mais de metade dos professores da rede pública de ensino fundamental ganha menos de 800 reais por mês.

Há décadas, nosso sistema educacional é sucateado pelo governo.

A pessoa que escolhe ser professor da rede pública sabe que vai receber um salário de fome. 

Conheço uma professora que largou a escola pública para trabalhar de faxineira. Ganhava o dobro.

O Ministério da Educação tem um orçamento anual de 65 bilhões. Mas as obras de infra-estrutura para a Copa do Mundo e as Olimpíadas devem custar o dobro, 135 bilhões de reais.

Faz algum sentido?

Faz sentido destruir o sistema de ensino no país e depois reclamar que a escola precisa identificar possíveis assassinos?

Faz sentido deixar 17 milhões de armas espalhadas pelo país (8,5 milhões delas ilegais) e depois ficar chocado quando um vizinho mata o outro numa discussão?

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Vou abrir minha igreja e já volto!!! -

Folha de São Paulo...

O primeiro milagre do heliocentrismo
Eu, Claudio Angelo, editor de Ciência da Folha, e Rafael Garcia, repórter do jornal, decidimos abrir uma igreja.
Com o auxílio técnico do departamento Jurídico da Folha e do escritório Rodrigues Barbosa, Mac Dowell de Figueiredo Gasparian Advogados, fizemo-lo. Precisamos apenas de R$ 418,42 em taxas e emolumentos e de cinco dias úteis (não consecutivos) . É tudo muito simples.
Não existem requisitos teológicos ou doutrinários para criar um culto religioso. Tampouco se exige número mínimo de fiéis.
Com o registro da Igreja Heliocêntrica do Sagrado Evangélio e seu CNPJ, pudemos abrir uma conta bancária na qual realizamos aplicações financeiras isentas de IR e IOF. Mas esses não são os únicos benefícios fiscais da empreitada. Nos termos do artigo 150 da Constituição, templos de qualquer culto são imunes a todos os impostos que incidam sobre o patrimônio, a renda ou os serviços relacionados com suas finalidades essenciais, as quais são definidas pelos próprios criadores. Ou seja, se levássemos a coisa adiante, poderíamos nos livrar de IPVA, IPTU, ISS, ITR e vários outros "Is" de bens colocados em nome da igreja.
Há também vantagens extratributárias. Os templos são livres para se organizarem como bem entenderem, o que inclui escolher seus sacerdotes. Uma vez ungidos, eles adquirem privilégios como a isenção do serviço militar obrigatório (já sagrei meus filhos Ian e David ministros religiosos) e direito a prisão especial.

LISTA DE IGREJAS ABERTAS NO BRASIL EM 2010 (até setembro)
01- Igreja da Água Abençoada
02- Igreja Adventista da Sétima Reforma Divina
03- Igreja da Bênção Mundial Fogo de Poder
04- Congregação Anti-Blasfêmias
05- Igreja Chave do Éden
06- Igreja Evangélica de Abominação à Vida Torta (QUE ZORRA É ESSA?)
07- Igreja Batista Incêndio de Bênçãos
-08 Igreja Batista Ô Glória!
09- Congregação Pass o para o Futuro
10- Igreja Explosão da Fé
11- Igreja Pedra Viva
12- Comunidade do Coração Reciclado
13- Igreja Evangélica Missão Celestial Pentecostal
14- Cruzada de Emoções
15- Igreja C.R.B. (Cortina Repleta de Bênçãos)
16- Congregação Plena Paz Amando a Todos
17- Igreja A Fé de Gideão
18- Igreja Aceita a Jesus
19- Igreja Pentecostal Jesus Nasceu em Belém (do Pará?????)
20- Igreja Evangélica Pentecostal Labareda de Fogo
21- Congregação J. A. T. (Jesus Ama a Todos)
22- Igreja Evangélica Pentecostal a Última Embarcação Para Cristo (quem perder vai ficar!!!)
23- Igreja Pentecostal Uma Porta para a Salvação
25- Comunidade Arqueiros de Cristo
26- Igreja Automotiva do Fogo Sagrado (ESSE DEVIA TER ABERTO UMA CONCESSIONÁRIA)
27- Igreja Batista A Paz do Senhor e Anti-Globo
28- Assembléia de Deus do Pai, do Filho e do Espírito Santo
29- Igreja Palma da Mão de Cristo
30- Igreja Menina dos Olhos de Deus
31- Igreja Pentecostal Vale de Bênçãos
32- Associação Evangélica Fiel Até Debaixo DÁgua (em são paulo no meio das enchentes)
33- Igreja Batista Ponte para o Céu
34- Igreja Pentecostal do Fogo Azul
35- Comunidade Evangélica Shalom Adonai, Cristo!
36- Igreja da Cruz Erguida para o Bem das Almas
37- Cruzada Evangélica do Pastor Waldevino Coelho, a Sumidade (Suma-se!!!!!!!!)
38- Igreja Filho do Varão (Opa!!! Se puxar o pai vai se dar bem!!!!)
39- Igreja da Oração Eficiente
40- Igreja da Pomba Branca
41- Igreja Socorista Evangélica  (essa é do Café, do Beiçudo, dos bombeiros de Tibagi)
42- Igreja A de Amor (NESSA SÓ DEVE TER ADORADORES DA XUXA)
43- Cruzada do Poder Pleno e Misteri oso
44- Igreja do Amor Maior que Outra Força
45- Igreja Dekanthalabassi (QUE PORRA DE LÍNGUA É ESSA GENTE, FALA????)
46- Igreja dos Bons Artifícios
47- Igreja Cristo é Show  (Padre Marcelo gosta dessa também)
48- Igreja dos Habitantes de Dabir
49- Igreja Eu Sou a Porta
50- Cruzada Evangélica do Ministério de Jeová, Deus do Fogo
51- Igreja da Bênção Mundial
52- Igreja das Sete Trombetas do Apocalipse
53- Igreja Barco da Salvação
54- Igreja Pentecostal do Pastor Sassá
55- Igreja Sinais e Prodígios
56- Igreja de Deus da Profecia no Brasil e América do Sul
57- Igreja do Manto Branco
58- Igreja Caverna de Adulão
59- Igreja Este Brasil é Adventista
60- Igreja E..T.Q.B (Eu Também Quero a Bênção) (????????)
61- Igreja Evangélica Florzinha de Jesus (QUE DEUS ME PERDOE, MAS ISSO FICOU TÃO GAY) deve ser a mulher do Carlinhos de Jesus.
62- Igreja Cenáculo de Oração Jesus Está Voltando
63- Ministério Eis-me Aqui
64- Igreja Evangélica Pentecostal Creio Eu na Bíblia
65- Igreja Evangélica A Última Trombeta Soará
66- Igreja de Deus Assembléia dos Anciãos
67- Igreja Evangélica Facho de Luz
68- Igreja Batista Renovada Lugar Forte
69- Igreja Atual dos Últimos Dias
70- Igreja Jesus Está Voltando, Prepara-te
71- Ministério Apascenta as Minhas Ovelhas
72- Igreja Evangélica Bola de Neve
73- Igreja Evangélica Adão é o Homem (ALGUÉM TINHA ALGUMA DÚVIDA QUANTO A ISSO???????? ?)
74- Igreja Evangélica Batista Barranco Sagrado
75- Ministério Maravilhas de Deus
76- Igreja Evangélica Fonte de Milagres
77- Comunidade Porta das O velhas
78- Igreja Pentecostal Jesus Vem, Você Fica (QUE EGOÍSTA)
79- Igreja Evangélica Pentecostal Cuspe de Cristo (O CARA QUE INVENTOU ESSE NOME ESTAVA CHEIRADO)
80- Igreja Evangélica Luz no Escuro
81- Igreja Evangélica O Senhor Vem no Fim (NÃO DÁ PRA CHEGAR UM POUCO MAIS CEDO)
82- Igreja Pentecostal Planeta Cristo
83- Igreja Evangélica dos Hinos Maravilhosos (???)
84- Igreja Evangélica Pentecostal da Bênção Ininterrupta
85- Assembléia de Deus Batista A Cobrinha de Moisés(COITADO DO MOISÉS TROCARAM O PAUZINHO DELE POR UMA COBRINHA rsrsrsrs)
86- Assembléia de Deus Fonte Santa em Biscoitão (SENHOR ISSO É HERESIA)
87- Igreija Evangélica Muçulmana Javé é Pai (PÔ, ESSE AQUI NÃO TEM NEM NOÇÃO DE RELIGIÃO rsrsrsrs.
88- Igreja Abre-te-Sésamo (AHHHH, ESSA SIM, TA NO ESQUEMA DE ALI BABA SÓ NÃO INFORMARAM COM QUANTOS LADRÕES.)
89- Igreja Assembléia de Deus Adventista Romaria do Povo de Deus
90- Igreja Bailarinas da Valsa Divina (SERÁ QUE ESSA É MEIO CLUBE DA LULUZINHA??? OU SERÁ QUE HOMENS TB PODEM PARTICIPAR?)
91- Igreja Batista Floresta Encantada (FICA NA DISNEY ISSO????)
92- Igreja da Bênção Mundial Pegando Fogo do Poder
93- Igreja do Louvre
94- Igreja ETQB, Eu Também Quero a Bênção
95- Igreja Evangélica Batalha dos Deuses (PENSEI QUE EVANGÉLICOS FOSSEM MONOTEÍSTAS)
96- Igreja Evangélica do Pastor Paulo Andrade, O Homem que Vive sem Pecados (é o Cristo em pessoa!!)
97- Igreja Evangélica Idolatria ao Deus Maior
98- Igreja MTV, Manto da Ternura em Vida
99- Igreja Pentecostal Marilyn Monroe (???????) (ESSE DEVE TER PREMONIÇÕES HOLLYWOODIANAS)
100- Igreja Quadrangular O Mundo É Redondo (ISSO É SACANAGEM)
101- Igreja Pentecostal Trombeta de Deus (Samambaia -DF)
- Igreja Pentecostal Alarido de Deus (Anápolis -GO)
102- Igreja pentecostal Esconderijo do Altíssimo (Anápolis -GO) COITADO DO ALTÍSSIMO,VIROU FUGITIVO
103- Igreja Batista Coluna de Fogo (Belo Horizonte -MG)
104- Igreja de Deus que se Reúne nas Casas (Itaúna -MG)
105- Igreja Evangélica Pentecostal a Volta do Grande Rei(Poços de Caldas-MG)
106- Igreja Evangélica Pentecostal Creio Eu na Bíblia (Uberlândia -MG)
107- Igreja Evangélica a Última Trombeta Soará (Contagem -MG)
108- Igreja Evangélica Pentecostal Sinal da Volta de Cristo (Três Lagoas -MS)
109- Igreja Evangélica Assembléia dos Primogênitos (João Pessoa -PB)
110- Ministério Favos de Mel (Rio de Janeiro -RJ)
111- Assembléia de Deus com Doutrinas e sem Costumes (Rio de Janeiro -RJ)

(Aqui fica provado que é mais fácil abrir uma igreja do que um boteco....kkkk)

vc tem alguma duvida abra o seu templo, basta grita esperniar dizer que vai tirar o capeta e pronto você será chamado de pastor e ótoridade religioooozaaaaaaaaaaa.


 

 

terça-feira, 12 de abril de 2011

Corrupção começa com fraudes nas licitações

Dyelle Menezes
Do Contas Abertas

Quando alerta que “as fraudes nas licitações públicas são herança maldita, transmitida de uma administração para outra”, o professor Inaldo de Vasconcelos Soares sabe muito bem sobre o peso da afirmação. Especialista na área de controle de orçamentos, Inaldo, hoje, é auditor independente. Mas já atuou como Secretário de Controle Interno do Tribunal Superior Eleitoral, do Supremo Tribunal Federal e foi coordenador-geral de auditoria dos Ministérios da Fazenda, Planejamento, Comunicação e Transporte.

Com tal currículo, que inclui passagem pela Infraero, esse professor dos cursos de pós-graduação da Fundação Getúlio Vargas já traçou um triste diagnóstico da gestão pública, que pode ser lido no livro que escreveu em 2005: “Fraudes nas gestões públicas e privadas”. Trata-se de um roteiro didático de fácil leitura, inclusive, para leigos no assunto, mostrando os diferentes caminhos da ilegalidade na gestão pública.

Em entrevista ao site Contas Abertas, Inaldo revelou que os meios para fraudar as licitações, utilizados por quadrilhas organizadas, são os mais sofisticados esquemas de inteligência.  No outro extremo, a fiscalização pública não consegue acompanhar a agilidade da ação dos fraudadores, muitas vezes até por negligência. Segundo Inaldo, os contratos de informática e terceirização de mão-de-obra lideram o ranking das fraudes.

Esta entrevista vem a propósito das dezenas de denúncias da imprensa sobre o atraso nas obras para o Brasil receber a Copa 2014. Os problemas, frente às exigências de rigorosos cronogramas, sugerem pular etapas legais na contratação de serviços, como as licitações, tal qual aconteceu nas três esferas de governo federal, estadual e municipal, por ocasião dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, conforme relatórios do Tribunal de Contas da União. Assim, fugindo de etapas importantes para o uso de verbas públicas, revela-se uma das formas de fraudar a Lei 8.666/1993, das Licitações e se concretizar a prática da corrupção.

Especificamente sobre Copa e Olimpíada, Inaldo acredita que as irregularidades são possíveis: “Pode acontecer com todos os eventos internacionais” E alerta: “A sociedade precisa ficar atenta às grandes obras de infraestrutura  que serão realizadas. Estradas, portos, aeroportos, estádios, tudo deve ser acompanhado de perto e fiscalizado em profundidade”.

Confira a entrevista:

CA - Quais são as situações que mais indicam irregularidades nas licitações?

Vasconcelos - O maior índice de irregularidade ocorre na contratação dos serviços, em decorrência da ausência de critérios técnicos.  Os critérios devem seguir os princípios de legalidade e legitimidade. Além de ter duas peculiaridades: a motivação e a necessidade. É sempre essencial, conforme a lei, um parecer emitido pela consultoria jurídica, sendo esse opinativo, e não decisório. O Direito Administrativo determina que o poder público tem o poder discricionário para decidir, desde que tal decisão atenda ao interesse público. Os contratos de informática, obras e terceirização de mão-de-obra lideram o ranking em questão de volume de fraudes.

CA - O Estado possui meios para controle da Administração Pública. Isto tem funcionado?

Vasconcelos - Sim, o Estado possui meios para o controle, mas se torna ausente quando não os aplica.  A ausência do acompanhamento e da fiscalização, a questão do despreparo, da negligência e de interesses não-públicos permitem que os ilícitos continuem a acontecer. Os meios de controle não funcionam pela falta de uma gestão ativa, voltada para o interesse público. O que também é um descumprimento legal, haja vista que a lei tem instrumentos coibidores da fraude (Art. 13 do Decreto Lei 200/67).

CA - A Controladoria Geral da União e o Tribunal de Contas da União têm atuado com eficiência no combate à corrupção nas licitações?

Vasconcelos - Evidencia-se uma melhor preparação desses órgãos de controle interno (CGU) e externo (TCU). Porém, eles ainda patinam na luta contra a corrupção. As fraudes nas licitações constituem herança maldita, transmitida de uma administração para outra. O fato é passível de comprovação devido ao ainda elevado número de transações consideradas ilícitas pelo TCU e confirmadas por decisões judiciais. Os ilícitos e as fraudes afetam o erário público. Vide os acontecimentos de irregularidades narrados pela  mídia.

CA - Com tempo as fraudes ficaram mais sofisticadas. Como evoluíram os sistemas de controle?

Vasconcelos - Sim, as fraudes são complexos esquemas produzidos por quadrilhas organizadas.  Se antes a fraude acontecia de maneira singular (apenas um agente), hoje ela é feita de forma plural, com a participação de pessoas de dentro e de fora do sistema. Os meios para fraudar as licitações utilizadas pelas quadrilhas organizadas envolvem os mais sofisticados esquemas de inteligência. Os sistemas de fiscalização não evoluem na mesma proporção.

CA - Existem muitos projetos para mudanças na Lei de Licitações? Quais os melhores em tramitação no sentido de melhorar esta lei?

Vasconcelos  - A questão não é ausência de legislação, as leis existem. Deve-se levar em conta a morosidade da aplicação da lei de improbidade administrativa no âmbito do poder Judiciário. Além disso, a pouca celeridade da apuração dos ilícitos pelo poder Judiciário e os recursos que protelam, contribuem para o ritmo lento. Um recurso leva dez, às vezes, quinze anos para ser julgado.


CA - Existem riscos decorrentes das mudanças que o governo federal pretende fazer na legislação, para agilizar as obras com a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016?

Vasconcelos - O grande risco é a ausência de planejamento, que possa prejudicar a realização de licitações públicas consistentes. A falta de programação destas contratações de bens, serviços e obras - fugindo das licitações - pode gerar contratação emergencial, que é o grande perigo.CA - Em 2007, o governo extrapolou em mais de dez vezes o orçamento estipulado com o Pan do Rio.

CA - O senhor acredita que isto possa acontecer com a Copa do Mundo e as Olimpíadas?

Vasconcelos -   Pode acontecer com todos os eventos internacionais. A sociedade precisa ficar atenta às grandes obras de infraestrutura  que são realizadas, devido às necessidades dos megaeventos que estão por vir. Estradas, portos, aeroportos, estádios, tudo deve ser acompanhado de perto e fiscalizado em profundidade.

CA - O que é necessário para evitar tais abusos?

Vasconcelos  -  Urgem providências imediatas de forma a se proceder à feitura de uma programação transparente, inclusive com a maior participação dos órgãos de controle. Como no caso do estádio Maracanã, que o TCU já criticou, e da programação em outras obras de estádios de futebol.

CA - Como reduzir os problemas? E como adiantar as licitações, sem riscos para a sociedade?

Vasconcelos  -  É necessária ação eficiente do governo para a realização dos processos de contratação de obras de forma transparente, com acompanhamento e fiscalização em tempo real. Sem gerar prejuízo ao cronograma dos eventos e ao bolso do contribuinte.

Para saber mais: http://www.inaldosoares.com.br/index.asp

Livros: Fraudes nas gestões públicas e privadas – 2005 – Editora Brasília Jurídica/Brasília A gestão eficaz de licitação e contratos administrativos – 2010 – Gráfica e Editora Ideal Ltda/Brasília

Fonte: http://contasabertas.uol.com.br/WebSite/Noticias/DetalheNoticias.aspx?Id=481

Mas claro que é verdade só para o resto do Brasil! Sim, porque aqui temos empresas acima de qualquer suspeita. E se algume ousar afirmar o contrário, será processado. E perderá.
O poder económico é um rolo-compressor...

segunda-feira, 11 de abril de 2011

POLÊMICA DO CARNAVAL - Rachel Sheherazade - Esperando a quarta-feira de ...

CARNAVAL DO APARTHEID

"Faturamento de um camarote de carnaval: R$ 14,4 milhões. Taxa que paga à prefeitura: R$10,58. Ser empresário de bloco ou camarote no Carnaval, na Bahia, não tem preço!
Números reveladores do Carnaval da Bahia, foram publicados na Revista da Metrópole desta sexta:
O bloco Camaleão fatura, sozinho, apenas com a venda de abadás, R$ 6,65 milhões.
O Me Abraça fatura R$ 5,4 milhões do mesmo jeito, fora patrocínios.
O Corujas fatura 4,94 milhões.
Tudo isso em apenas três dias.
Já os camarotes faturam assim:
O do Reino, R$ 7,2 milhões;
Nana Banana, R$ 6,2 milhões;
Camarote Salvador, R$ 14,4 milhões.
Tudo isso fora os patrocínios.
Mas, por outro lado, sabem quanto um empresário paga de taxa à Prefeitura para montar um camarote no circuito do Carnaval?
R$ 10,58 de taxa inicial e mais 42,34 por metro quadrado. Uma pechincha. Um achado. Uma oportunidade da China. Ou seja, os empresários não bancam, nem de longe, o custo da festa.
Então, quem banca? O Governo do Estado e a Prefeitura investem R$ 30 milhões para colocar polícia na rua, realizar a limpeza, montar e desmontar toda infra-estrutura, pagar equipes de saúde, etc, etc, etc.
Porém lembrem-se: o dinheiro do Governo do Estado e da Prefeitura sai do nosso bolso.
E considerando que pesquisa divulgada recentemente no A Tarde constatou que 76% da população de Salvador não pula carnaval, e mesmo os 24% que pulam ficam espremidos entre tapumes e cordas de blocos, bancar essa festa imensa com dinheiro público fica mais injusto ainda. Tá na hora dessa conta mudar de mãos: quem fatura com o Carnaval é que tem que bancar a festa.
Eu gostaria muito de saber  a opinião dos que criticam o Bolsa Família como uma “esmola que deixa o povo dependente do governo” para saber o que  eles acham dessa “superesmola” que dá lucro absurdo a empresas e mais empresas no carnaval, às custas dos investimentos públicos.
Tudo precisa ser mudado.
Quer fazer Carnaval, faça para o povo baiano também!...
Em tempo: a Daniela Mercury ficou revoltada com a Prefeitura porque não atenderam ao seu pedido de elevar a altura dos fios da rede eletrica; segundo ela, o seu novo trio ficou um pouco mais alto o que colocaria sua vida em risco; o custo desse pedido, só no circuito da Barra seria de mais de 3 milhões de reais;
já comprou seu abadá do próximo carnaval? Não? Então corra que está acabando!...
ENQUANTO ISSO!!!...
 
o hospital Martagão Gesteira declara que a Prefeitura de Salvador há dois meses não recebe uma dívida de R$ 2 milhões e o hospital corre o risco de fechar e 700 crianças ficarão sem tratamento, mas para o carnaval nos bairros da Barra-Ondina foram gastos sem titubear R$ 60 milhões  pelos gestores municipal e estadual.
 
O carnaval é prioritário, a saúde não!

sábado, 9 de abril de 2011

Cecilia Bartoli - Exsultate Jubilate - Alleluja

Passei uns bons momentos comparando as interpretações de várias cantoras líricas deste famoso "Exultate Jubilate" de Mozart. A Cecilia Bartoli foi com certeza quem mais me pareceu perto da alegria desta obra. Mas, que cada um faça sua própria escolha. Sumi Jo, sempre perfeita, Louise Friso, Renée Fleming, muito romántica, a sofisticada e belíssima australiana Kiri Te Kanawa ou até o surprendente garoto de 14 anos Lorin Wey. Possibilitar este excercio de estilos é uma das grandes vantagens da internet. Aproveitem!
PS.- Não deixem de ouvir uma das maiores mezzo-sopranos do século XX: a negra Shirley Vernett, muito melhor que Jessie Norman. Uma voz de veludo!

Robin Schlotz (14 anos) canta "A rainha da noite" de Mozart

Não dá para acreditar, a pesar de alguns delsies menores. Aproveite para comparar com a interpretação da eterna Maria Callas...

Mais sobre Belo Monte

Organização dos Estados Americanos determina suspensão imediata de Belo Monte

Comissão Interamericana de Direitos Humanos considera que povos indígenas devem ser ouvidos ANTES do início das obras

Altamira (PA)/ Washington (EUA) – A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) solicitou oficialmente que o governo brasileiro suspenda imediatamente o processo de licenciamento e construção do Complexo Hidrelétrico de Belo Monte, no Pará, citando o potencial prejuízo da construção da obra aos direitos das comunidades tradicionais da bacia do rio Xingu. De acordo com a CIDH, o governo deve cumprir a obrigação de realizar processos de consulta “prévia, livre, informada, de boa-fé e culturalmente adequada”, com cada uma das comunidades indígenas afetadas antes da construção da usina. O Itamaraty recebeu prazo de quinze dias para informar à OEA sobre o cumprimento da determinação.

A decisão da CIDH é uma resposta à denúncia encaminhada em novembro de 2010 em nome de varias comunidades tradicionais da bacia do Xingu pelo Movimento Xingu Vivo Para Sempre (MXVPS), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Prelazia do Xingu, Conselho Indígena Missionário (Cimi), Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH), Justiça Global e Associação Interamericana para a Defesa do Ambiente (AIDA). De acordo com a denúncia, as comunidades indígenas e ribeirinhas da região não foram consultadas de forma apropriada sobre o projeto que, caso seja levado adiante, vai causar impactos socioambientais irreversíveis, forçar o deslocamento de milhares de pessoas e ameaçar uma das regiões de maior valor para a conservação da biodiversidade na Amazônia.

"Ao reconhecer os direitos dos povos indígenas à consulta prévia e informada, a CIDH está determinando que o governo brasileiro paralise o processo de construção de Belo Monte e garanta o direito de decidir dos indígenas”, disse Roberta Amanajás, advogada da SDDH. “Dessa forma, a continuidade da obra sem a realização das oitivas indígenas se constituirá em descumprimento da determinação da CIDH e violação ao direito internacional e o governo brasileiro poderá ser responsabilizado internacionalmente pelos impactos negativos causados pelo empreendimento”.

A CIDH também determina ao Brasil que adote medidas vigorosas e abrangentes para proteger a vida e integridade pessoal dos povos indígenas isolados na bacia do Xingu, além de medidas para prevenir a disseminação de doenças e epidemias entre as comunidades tradicionais afetadas pela obra.

“A decisão da CIDH deixa claro que as decisões ditatoriais do governo brasileiro e da Justiça, em busca de um desenvolvimento a qualquer custo, constituem uma afronta às leis do país e aos direitos humanos das populações tradicionais locais”, disse Antonia Melo, coordenadora do MXVPS. “Nossos líderes não podem mais usar o desenvolvimento econômico como desculpa para ignorar os direitos humanos e empurrar goela abaixo projetos de destruição e morte dos nossos recursos naturais, dos povos do Xingu e da Amazônia, como é o caso da hidrelétrica de Belo Monte”.

“A decisão da OEA é um alerta para o governo e um chamado para que toda a sociedade brasileira discuta amplamente este modelo de desenvolvimento autoritário e altamente predatório que está sendo implementado no Brasil”, afirma Andressa Caldas, diretora da Justiça Global. Andressa lembra exemplos de violações de direitos causados por outras grandes obras do PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento do governo. “São muitos casos de remoções forçadas de famílias que nunca foram indenizadas, em que há graves impactos ambientais, desestruturação social das comunidades, aumento da violência no entorno dos canteiros de obras e péssimas condições de trabalho”.

Críticas ao projeto não vêm apenas da sociedade civil organizada e das comunidades locais, mas também de cientistas, pesquisadores, instituições do governo e personalidades internacionais. O Ministério Público Federal no Pará, sozinho, impetrou 10 ações judiciais contra o projeto, que ainda não foram julgadas definitivamente.

“Estou muito comovida com esta notícia”, disse Sheyla Juruna, liderança indígena da comunidade Juruna do km 17, de Altamira. “Hoje, mais do que nunca, tenho certeza que estamos certos em denunciar o governo e a justiça brasileira pelas violações contra os direitos dos povos indígenas do Xingu e de todos que estão juntos nesta luta em defesa da vida e do meio ambiente. Continuaremos firmes e resistentes nesta luta contra a implantação do Complexo de Belo Monte”.

A decisão da CIDH determinando a paralisação imediata do processo de licenciamento e construção de Belo Monte está respaldada na Convenção Americana de Direitos Humanos, na

Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), na Declaração da ONU sobre Direitos Indígenas, na Convenção sobre Biodiversidade (CBD) e na própria Constituição Federal brasileira (Artigo 231).

Como deslumbrar um catador de lixo

Abrindo a revista Bravo, uma frase chama minha atenção: “É como se a realidade não tivesse vida própria, mas dependesse dos olhos que a vê”. E a noção de estética, não depende da cultura e da sensibilidade do observador? Difícil, portanto, fazer uma analise objetiva da obra do Vik Muniz, já que objetividade não existe. O fato de não gostar daquilo que, para mim, não passa de espertas sacadas publicitárias, pode estar circunscrito às minhas naturais limitações culturais. Agora, quando ele utiliza o escalão social mais humilde para se promover, sinto como uma alergia coçar minha nuca. O Google, sempre ele, revela a formação do rapaz. “... Freqüentou aulas de Publicidade e Propaganda da Fundação Álvaro Penteado...”. Só. Pelos vistos, soube fazer muito bom uso deste pouco ensino. Não tem 30 anos quando chega a NY.
 Vik Muniz

Rica produção este “Lixo Extraordinário”, com diretora inglesa, belos carros com motorista, grandioso galpão e parafernália audiovisual última geração. Durante uma hora mostrará como ele, branco de olhos claros, que já foi classe média baixa, é bom com os catadores cariocas. Destes, a produção escolheu os mais fotogênicos, aqueles que não irão agredir vernissage nenhum. Todos, homens e mulheres, são lindos e choram no momento oportuno. Me deu um nó na barriga ao ouvir o artista declarar ao belo catador negro “Eu sou o artista brasileiro que mais vende no exterior”. No cavernoso mercado internacional de arte contemporânea, Vik soube, é verdade, remar nas águas certas. Hoje, pula ostensivamente do português para o inglês e o leiloeiro suíço Simon de Pury, alma da Phillips, é uma star entre NY e Londres. Mesmo assim, conseguir R$100 mil para a foto do Marat com lixo está longe dos U$250 mil que pode alcançar uma obra de Beatriz Milhazes.
Mas o ditatorial triunvirato Feiras de arte/Museus/Leilões faz e desfaz reputações e cotações com uma facilidade que está mais perto da Bolsa de Valores de Wall Street do que da essência da Arte.
É provável que muita obra retorne ao Jardim Gramacho.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Acabar com a escola pública ?

Vale a pena ler na íntegra o texto de James Martins...

Há muito tempo quero tocar no assunto escola pública aqui nesta ‘Cheio de Arte’. Nem preciso dizer que, numa realidade de estruturas básicas assim desestruturadas como a nossa, arte e educação estão interligadas em níveis acima dos desejáveis. Nossa miséria e nossa riqueza possibilitam o convívio de dados assim: 68% de analfabetos funcionais espalhados pelo território nacional enquanto Décio Pignatari sai de Osasco para ir fundar a Associação Internacional de Semiótica em Paris. É o Brasil. Alguns querem que não seja, diria o vaqueiro João Guimarães Rosa. Mas, voltando ao assunto, foi publicado nesta terça-feira (05), no Bahia Notícias, um vídeo mostrando alunos de uma escola pública do Espírito Santo dançando funk carioca dentro da sala de aula. Os meninos encostados na parede e as meninas se revezando para roçar a bunda nos seus pintos. A intenção de roçar é muito mais evidente que a de dançar. As imagens, encontradas no celular de uma das alunas, foram parar na TV e chocaram pais e avós, etc. etc. Detalhe: a professora aparece em cena. Aparece. Some. E não faz nada. Afinal, pela lógica brasileira, se a escola é pública significa que é de ninguém. Infelizmente, para mim não há novidade na denúncia. Ando de ônibus. Pego ônibus com supostos estudantes dentro, espalhados pelas cadeiras, com os pés inclusive, gritando, pulando, xingando e -os do fundão- fazendo a mesma coreografia (+ muitas outras, afinal estamos na Bahia!) dos meninos do ES. Ao mesmo tempo, converse com um deles, 90% não sabe ler. Nem fazer conta. Nem o que se comemora em 21 de abril. Nem nada. E ainda pagam meia para lotar o buzu com a sua gritante falta de educação. É muito dinheiro jogado fora.

É claro que a culpa não é das crianças. E na verdade eu quase chorei quando o governo atual resolveu fechar escolas para amontoar a maior quantidade de alunos possível em menos unidades de ensino (lógica de presídio?). Mas, vou citar uma brincadeira que faço sempre com o meu amigo Jorge Augusto (professor), e que reflete bem minha indignação, em que pese o que tem maluquice. Ou até por isso mesmo. Eis o que quero dizer: se é para ficar assim, porque não acabar de uma vez com a escola pública? Ora, primeiro seria uma economia enorme para os cofres público$ (não sei fazer a conta porque também estudei em escola pública), os ônibus ficariam vazios, os pais ficariam mais tranqüilos, etc. Já os terrenos das escolas (que são bem grandes em comparação com as edificações atuais) seriam transformados em excelentes hortas, galpões para escolas de samba e campos de futebol... Com a redução das muitas disciplinas para estas poucas (jogar bola, tocar tambor, plantar comida), haveria redução de gastos com professores (um só comandaria milhares de alunos) e maior aproveitamento curricular (o que faria bonito nas estatísticas de aprovação do MEC). Mais ou menos como hoje, mas ainda mais barato e eficaz. Digo sempre para Jorge: - Se é para ser esse engodo, melhor seria encararmos a realidade de que o Brasil Oficial (pensem na distinção Brasil Oficial x Brasil Real cunhada por Machado de Assis e citada por Suassuna) não está interessado em promover educação e fazer só o necessário para manter o povaréu vivo, afinal, é preciso ter os fornecedores de mão-de-obra. E, sejamos sinceros, para exercer a maioria das funções que os alunos de escola pública serão levados a exercer, nenhum deles precisaria ter ido um dia sequer para a escola. E eu poderia pegar meu ônibus em paz!

Mas eu dizia que o governo fechou escolas em Salvador. Só no meu bairro foram duas. Ao mesmo tempo os petistas bancaram uma campanha publicitária, em tudo desonesta, que atribuía ao crack a culpa de 98% da violência no Estado. Bom, não é nem preciso consultar o Espírito Santo para saber que muito mais culpado pela violência é esse chove não molha da educação. Outro item do meu projeto de acabar com a escola pública inclui a deportação dos brasileiros desajustados com o programa nacional, como Cristovan Buarque e Anísio Teixeira, para países como a Suíça, onde eles desenvolveriam suas idéias e, em troca, os governos estrangeiros nos mandariam parte da renda gerada para a gente aqui aplicar no próximo carnaval. Seria uma beleza! Mas, falando em escolas fechadas por falta de verba e verba publicitária para botar no crack a culpa de nossos males, lembrei de uma música da extinta banda Zé da Esquina, de Cássio Calazans. A canção se chama ‘O Crack e a Miséria’ e a letra merece ser reproduzida integralmente (de memória):

A minha escola só ensina a verdade
A minha bola fez escola também
Meu jogo tá perdido de qualquer maneira
Eu sei que você não deve nada a ninguém
Mas eu também quero participar da brincadeira
Aparecer de domingo a domingo na TV
Naquela cena que ‘cê passa por 1, passa por 2, passa por 3
E é claro finge que não vê
Não tá aí pra quem vai e nem aqui pra quem vem
Mas não pense que é só no futebol que tem craque
Na miséria tem crack também

Bate um bolão com a hipocrisia e a desonestidade
Tem torcida desorganizada a coisa é séria
A miséria também tem sua divisão de base
No banco de reservas também tem miséria
Aos 45 minutos do segundo tempo
E o time da miséria tá ganhando de cem
Então não pense que é só no futebol que tem craque
Na miséria tem...

A torcida gritando olé
Vendo a bola na televisão
Mais um craque com a bola no pé
Mais um corpo estendido no chão
O rei da brincadeira ê José
O rei da confusão ê João
Mais um craque com a bola no pé
A miséria na televisão
Que bonito é!

É bonito porque retrata o feio com precisão. Mas é como diz aquele samba, “feio não é bonito”. As meninas desprotegidas dentro dos colégios, os meninos acuados (ou encurralados), as professorinhas semi-alfabetizadas, a merenda que não chega, a droga vendida na porta, o apito para ir embora. E amanhã começa de novo. Tudo isso sendo pago com meu (nosso) dinheiro me ultraja. Não quero bancar essa farra. Ou, por outra, só quero bancar se for de verdade. Sou pelo fim (ou início) da escola pública. Todos os caminhos levam a Roma, menos o do meio. A existência da escola pública é um truque para fingir que existe educação. Sem ela, pelo menos nos livraríamos do nocivo placebo. O dinheiro aplicado em educação é pouco perto do que deveria ser, mas é muito para ficarmos nisso. Seria melhor distribuí-lo no bolsa família para comprarmos armas e munição. É como no caso da Maria Bethânia, se a escola particular engana os alunos e os pais dos alunos, formando meros robozinhos para o vestibular, pelo menos é com grana privada. A escola pública nem isso. Aqui, quando um estudante tem melhor desempenho é por mérito próprio e exclusivo. E este ainda é, não raro, ridicularizado e perseguido (inclusive pelo corpo docente). Faça o teste (eu já fiz): pergunte ao tocador de bumbo de fanfarra do desfile do 7 de setembro o que se comemora no próprio 7 de setembro. Tem quem responda até que é o 2 de julho! Este vídeo do roça-roça do colégio no Espírito Santo é apenas uma gota no imenso oceano de problemas que envolvem a escola pública e a educação em geral no Brasil. Há muita culpa, insisto nisso, dos meios de comunicação também neste assunto. Mas, por ora, a meta é acabar com a escola pública. Uma coisa de cada vez.

No aeroporto de Beirut - Líbano

Não é uma novidade? Talvez não... Mas é uma saudavel reação ao animato e mecanização de nossas sociedades. Que bom!...

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Jair Bolsonaro X Preta Gil, Gays e Negros.

Ainda bem que existe um Jair Bolsonaro. Pelo menos a opinião pública conhece o rostro da reação mais radical do país. Muito melhor que censurar e deixar que esta gente trabalhe na escuridão do poder, ja bastante corrompido por todo tipo de pensamento(?) estrúxulo...

sábado, 2 de abril de 2011

Tocando berimbau com os Yorùbás (Bénin).

O amigo André Jolly acaba de me mandar este tesouro: Um jobem brasileiro tocando berimbau com os iorubás do Benin. Vala a pena assistir.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

PERDÃO DE DÍVIDA DE R$ 35 MI DO AEROCLUBE FOI ILEGAL

A Prefeitura de Salvador perdoou uma dívida de cerca de R$ 35 milhões do Aeroclube em janeiro de 2007, contrariando avaliações de procuradores do município, como revelam documentos obtidos pelo Jornal A Tarde. O caso volta à tona depois que a prefeitura apresentou um projeto de construção de uma arena de shows no local, em janeiro deste ano, dentro do pacote chamado Salvador Capital Mundial, motivando protestos de associações de bairro e a interferência do Ministério Público (MP-BA). O órgão aponta irregularidades nas mudanças feitas ao contrato original. A dívida tributária teve início em janeiro de 2002, quando o consórcio deixou de pagar os tributos (uma mensalidade de R$ 100 mil).Em 2004, o consórcio apresentou à prefeitura um estudo, no qual argumenta ter obtido prejuízos de R$ 137 milhões, devido a um embargo inicial que a obra sofreu na Justiça e supostas modificações no contrato.O estudo alega que o município deveria ressarcir essa quantia e ingressa com ação judicial para anistiar a dívida. Respondendo à ação, o procurador municipal Almir Britto rebate os argumentos do consórcio. “Os danos materiais e morais alegados na petição inicial não decorreram de qualquer ato ou omissão do acionado (a prefeitura) ou de seus servidores; teriam sido provocados pela decisão judicial que embargou a execução das obras do Aeroclube”, escreveu em documento de março de 2005. Já o embargo, justifica o procurador, ocorreu devido às empresas constituintes do consórcio “não terem obedecido às exigências do edital de licitação, do contrato de concessão e do projeto apresentado”. Britto chega a dizer que os prejuízos “decorreram exclusivamente da má-administração”.

Por essa e outras parecidas que a cidade está um lixo!
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