quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

RONY: PEDREIRO E PIANISTA

DE ONDE BROTA O TALENTO?

FORA, RENAN!


Mais de 270 mil já assinaram. Vamos engrossar essa lista?
Ficha Limpa no Senado!!!

PROCURANDO WALMOR


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Por Bernard Attal

O papel do colecionador Samir da Coleção Invisível foi o ultimo a ser escalado, em fevereiro de 2011, um pouco mais de um mês antes do começo das filmagens. O personagem exigia um grande ator por ser o objeto da busca e do fascínio do protagonista Beto, interpretado pelo ator Vladimir Brichta. O papel apresentava uma dificuldade particular: morando com a família numa fazenda isolada da região do cacau, o Samir tinha ficado cego ao longo dos anos. Meu objetivo era evitar os estereótipos da representação da cegueira. Pois quem vive cego num ambiente familiar sabe se virar muito bem e sua deficiência raramente fica obvia de primeira para os visitantes.
Meu amigo e co-roteirista Sergio Machado me sugeriu o nome do Walmor Chagas. Eu tinha assistido São Paulo S/A, obra pela qual eu tinha uma grande admiração mas eu não sabia se o Walmor ainda atuava. Consegui o endereço dele através duma produtora de elenco que logo me avisou que o Walmor recusava a maioria dos roteiros. Liguei com antecedência, enviei o roteiro na caixa postal indicada e, na situação de urgência de escalar o papel, propus de visitá-lo já no Domingo seguinte. Começou assim uma viagem bem parecida á da busca do colecionador pelo protagonista. Guaratinguetá fica a menos de duas horas do aeroporto de Garulhos. Mas da cidade até o sitio do Walmor, era mais de uma hora de viagem em pista de barro, me perdi várias vezes e subi ladeiras íngremes de pedras para finalmente descobrir o esplendor do Vale de Paraíba, respirar o ar puro, e ouvir a música de uma natureza pouca comprometida. Instruído por Walmor, eu tinha ligado do telefone público do mercadinho do ultimo vilarejo, Pedrinhas, aonde todo mundo parecia conhecer o ator. E lá na entrada do seu sitio, no final da ultima ladeira, estava Walmor me esperando, de chapéu, vestido com uma bermuda florida azul, e com seus cachorros correndo soltos a seu lado. Eu não lembro ter ficado tão impressionado por alguém como fiquei nesse momento pela beleza e elegância do Walmor. Alto, de ombros largos, com cabelos brancos lindos que pareciam seda, Walmor tinha tudo do rei de uma peça de Shakespeare.
Ele me levou na sua casa e começamos a conversar, bebendo um vinho português, e ele fumando um cigarro atrás do outro. Me disse logo que tinha gostado do roteiro, admirava Stefan Zweig cujo conto inspirou a historia do filme, e achou uma ironia incrível da vida de poder fazer um papel de cego num momento que ele quase não enxergava mais. Até essa revelação, eu não tinha percebido nada, de tanta mobilidade e agilidade que ele mostrava no seu próprio ambiente. Me confessou que essa doença era uma verdadeira tragédia para quem adorava ler mas tentava curtir a vida, ouvindo música. Assim descobri que o filho do caseiro tinha lido o roteiro pra ele mas que poucos detalhes da historia e do personagem tinham escapado a sua vigilância. Depois de três horas de conversa alimentada pela cultura imensa e pelo humor feroz do Walmor, eu tive que revelar que esse filme era meu primeiro longa metragem e que iríamos precisar ensaiar bastante para minha própria segurança e também para criar um cimento afetivo real entre seu personagem, sua mulher, sua filha, e o protagonista. Apesar da distância, da dificuldade de viajar no interior desse pais, e do calor do verão no interior da Bahia, principal locação do filme, Walmor topou.
Para quem faz seu primeiro filme, é sempre um desafio dirigir atores de lenda como Walmor. Legitimamente preocupado com seu legado, o grande ator as vezes tenta impor suas soluções, alterar os diálogos, o perfil do personagem, até mesmo o drama. Mas Walmor gostava de ser dirigido, fez sugestões sabias com tato e honestidade, e entrou de cara no personagem do colecionador arruinado e cego. Ele não gostava de improvisar. Talvez por ser um ator de teatro no coração, ele preferia interpretar o texto escrito. Ele era também um ator muito prático, não curtia os detalhes psicológicos mas precisava de motivos concretos. Na sua última cena, lhe pedi para sair pela porta do fundo. Ele me perguntou: “Porque?” Eu respondi: “Porque você acabou de se despedir.” Ele replicou: “Mas porque nesse momento mesmo? Sou velho e preciso mijar?”
Eu logo descobri que uma das marcas do grande ator é sua generosidade com os outros atores. Walmor fazia seus parceiros melhores, com sua presença forte e sua capacidade aguda de escutar. Walmor não tirou a cobertura para ele, nunca exigiu um plano, porque sabia que seu colega Vladimir Brichta precisava ser tão bom quanto ele para a relação entre os dois personagens funcionar. A lembrança das cenas entre esses dois homens lindos, humildes e tão talentosos até hoje me faz tremer de emoção. Ver na tela perfeitamente encarnado o que você escreveu no papel representa a grande gratificação de fazer cinema. Apesar das condições de trabalho exigentes e da sua saúde frágil, Walmor nunca se queixou de nada e logo criou sua rotina no convento onde a equipe ficava: o café e o cigarro logo as seis da manha, o uísque noturno para escutar o jornal nacional, e a sopa antes de dormir que minha esposa baiana preparou no modo francês para agradá-lo. Toda a equipe adorou o Walmor: as meninas costumavam mexer com delicia nos seus cabelos, ninguém deixou de tirar uma foto com ele, e eu posso ainda ouvir seu riso ruidoso cortado pela tosse do fumante .
O ultimo dia de filmagem com Walmor foi obviamente de emoção forte. Eu senti que talvez seria sua ultima cena no cinema. Eu não quis me despedir dele e tentei fazer mais planos. Mas Walmor estava cansado, e no final do dia, eu percebi seu alivio. Ele nos confessou que o tempo tudo, temia não conseguir terminar a filmagem. Fomos comer numa churrascaria de posto de gasolina e Walmor, feliz, encomendou um pedaço de jacaré, devorando a carne, rindo e contando historias para todos. Levando Walmor para o aeroporto, atravessamos  Itajuípe, sede da filmagem,  e pequena cidade que na sua historia foi palco de dois filmes: A Coleção Invisível e “Os Deuses e os Mortos” de Ruy Guerra em 1970. Walmor tinha sido escalado para o papel principal da obra do Ruy quarenta anos atrás. Uma semana antes da filmagem, ele pegou hepatite e teve que desistir.  Muito abalado, nunca conseguiu assistir o filme que rendeu a Othon Bastos o premio do melhor ator no Festival de Brasilia.  Walmor lembrou do episódio e talvez debatendo com seu próprio ateísmo, fez o percurso num longo silencio.
A Coleção Invisível estreou um ano e meia depois, em outubro de 2012, no Festival do Rio. Grande estrela do teatro brasileiro, Walmor, encorajado pelo próprio Luis Buñuel, tinha sonhado brilhar no cinema também e sempre lamentou a falta de boas propostas. Mas, no tapete vermelho do Cine Odeon, generoso como sempre, Walmor elogiou primeiro o trabalho de Vladimir e deixou para seu colega os holofotes. É pouco dizer que você vai fazer falta, Walmor. Sua arte, sua elegância, sua inteligência vão deixar um vazio imenso.

O LIVRO É UMA RELIGIÃO...

... E AS BIBLIOTECAS SUAS CATEDRAIS


quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

TROCANDO SEIS POR MEIA DÚZIA



por Jansen Viana 

- Por favor, gostaria de fazer minha inscrição no Congresso.
- Pelo seu sotaque vejo que o senhor não é brasileiro. O senhor é de onde?
- Sou de Maputo, Moçambique.
- Da África, né?
- Sim, sim, da África.
- Aqui está cheio de africanos, vindo de toda parte do mundo.
O mundo está cheio de africanos.
- É verdade.
- Se pensar bem, veremos que todos somos africanos, pois a África é o
berço antropológico da humanidade...
- Pronto, tem uma palestra agora na sala meia oito.
- Desculpe, qual sala?
- Meia oito.
- Podes escrever?
- Não sabe o que é meia oito, sessenta e oito, assim, veja: 68
-Ah, entendi, meia é seis.
- Isso mesmo, meia é seis. Mas não vá embora, só mais uma informação: A organização do Congresso está cobrando uma pequena taxa para quem quiser ficar com o material, DVD,apostilas, etc., gostaria de encomendar?
- Quanto tenho que pagar?
- Dez reais. Mas estrangeiros e estudantes pagam meia.
- Humm... que bom. Ai está, seis reais.
- Não, o senhor paga meia. Só cinco, entende?
- Pago meia? Só cinco? Meia é cinco?
- Isso, meia é cinco.
- Tá bom, meia é cinco.
- Cuidado para não se atrasar, a palestra começa às nove e meia.
- Então já começou, são nove e vinte.
- Não, ainda faltam dez minutos. Como falei, só começa às nove e meia.
- Você pode escrever aqui a hora que começa?
- Nove e meia, assim, veja: 9:30
- Ah, entendi, meia é trinta.
- Isso, mesmo, nove e trinta. Mais uma coisa senhor, tenho aqui um folder de um hotel queestá fazendo um preço especial para os
congressistas, o senhor já está hospedado?
- Sim, já estou na casa de um amigo.
- Em que bairro.
- Nas Trinta Bocas.
- Trinta bocas? Não existe esse bairro em Fortaleza, não seria nas seis bocas?
- Isso mesmo, no bairro meia boca.
- Não é meia boca, é um bairro nobre.
- Então deve ser cinco bocas.
- Não, seis bocas, entende, seis bocas. Chamam assim porque há um
encontro de seis ruas, por isso seis bocas. Entendeu?
- E há quem possa entender?

PARA QUEM GOSTA DE MOTO!

A PROPÓSITO DA ARENA DA PRAÇA CASTRO ALVES

QUEM SERÁ "ELE"?


COPA DO MUNDO OU COMO GANHAR MAIS DINHEIRO...

... FAZENDO O ZÉ POVÃO DE IDIOTA!

HOTÉIS DE CHARME NA EUROPA

ESTES SÃO OS VERDADEIROS ENDEREÇOS PARA QUEM GOSTA DE VIAJAR BEM, EM HOSPEDAGEM SOFISTICADO, MAS LONGE DA OSTENTAÇÃO.


terça-feira, 29 de janeiro de 2013

MOÇÃO DE SOLIDARIEDADE


 
As entidades ao fim subscritas, através de seus representantes legais, filiadas ao Forum “A Cidade também é nossa”, informadas de que tramita no CNMP-  (Conselho Nacional do Ministério Público) 
Representação tombada sob nº 0.00.000.001484/2012/56, movida pelo Sr. André Luiz Duarte Teixeira dirigente da Patrimonial Saraíba Ltda  e GOBI Empreendimentos Imobiliários S/A e também  Diretor de Assuntos Ambientais da ADEMI  contra as Promotoras Ambientais Drªs Cristina Graça Seixas e Hortênsia Pinho, porque supostamente estariam atuando contra os parâmetros legais, ao exercitarem suas atribuições funcionais na área ambiental, tornam manifesta sua posição sobre a matéria, nos termos seguintes . 
Por estarem permanentemente sintonizadas com os interesses de nossa cidade - particularmente os vinculados a seu patrimônio ambiental - nossas entidades têm acompanhado regularmente o desempenho das aludidas Promotoras no tocante a questões de maior repercussão para os destinos de nossa gente; e, a propósito, destacam a dedicação, destemor e estrita fidelidade aos interesses sociais, que têm  marcado o desempenho de seus misteres funcionais em tais demandas. 
Outrossim, não deve ser desprezado – como simples coincidência – o fato de oRepresentante integrar entidades lamentavelmente notabilizadas por estarem à frente de empreendimentos notoriamente questionados justamente pelo potencial de predação, que infligiriam aos atributos naturais de nossa já tão maltratada cidade, comprometendo seu desfrute para as presentes e futuras gerações. 
Citem-se, como exemplo, os seguintes empreendimentos: obras na Ilha dos Frades investigadas pela PF e MPF ; obras na Paralela : Greenville , Colinas de Jaguaribe , Tecnovia e Canal de Mussurunga - que tem mais de 20 Inquéritos civis e criminais em curso propostos pelos Mp's estadual e federal . 
À vista de tais razões, manifestam sua solidariedade às dignas Promotoras, ao tempo em que encaminham a presente Moção a Vossa Excelência e a seus eminentes Pares, integrantes do órgão legitimado para o julgamento da aludida Representação, certas de que seu desfecho honrará a história dessa Instituição, à qual nossa Constituição confiou a elevada missão de atuar como Advogada da Sociedade. 
Salvador, 29 janeiro  2013



 Estrutura Organizacional da Ademi

Você está em:   http://ademi-ba3.hospedagemdesites.ws/estrutura-organizacional/
home » ademi-ba » estrutura organizacional

A ADEMI-BA está subdividida pelos seguintes órgãos dirigentes: Diretoria, Conselho Diretor e Conselho Consultivo. Este traz como membros os ex-presidentes da entidade.

  • Diretoria da Região Metropolitana de Salvador e Litoral Norte Franklin Oliveira Mira Odebrecht Realizações
  • Presidente Nilson Sarti da Silva Filho akasa Incorporadora Ltda.
  • 1° Vice-Presidente Luciano Muricy Fontes Metrus Empreendimentos Ltda.
  • 2° Vice-Presidente Nelson Trief NCN Engenharia Indústria e Comércio Ltda.
  • Diretor Administrativo-Financeiro Gustavo Gesteira Mattos Concreta Incorporação e Construção Ltda.
  • Diretor Técnico Adriano Guerreiro e Segura Construtora Segura Ltda
  • Diretor de Expansão de Mercados Marcos Nogueira Vieira Lima MVL Incorporadora Ltda.
  • Diretor Comercial José Azevedo Filho JTH Adm. e Negócios Ltda(Ello Imóveis)
  • Diretor de Habitação Cristiano Augusto da Silva Freitas Gráfico Empreendimentos Ltda
  • Diretor de Gestão Sustentável Ivan de Freitas Leão Leão Engenharia Ltda.
  • Diretor de Expansão de Mercados Marcos Dias Lins Melo Franisa Empreendimentos Imobiliários Ltda.
  • Diretor de Assuntos Ambientais André Luiz Duarte Teixeira GOBI Empreendimentos Imobiliários S/A.
  • Diretor de Marketing Cláudio D’Avila Teixeira D'Avila Empreendimentos Imobiliários Ltda

CARNAVAL DA MORTE ANUNCIADA

Camarote montado sobre posto de gasolina, 
mais especificamente sobre bombas e tanques de combustível!

INFLAMÁVEL 

Anúncio de tragédia.....


APARELHAMENTO DESMONTOU A PETROBRAS


"Aparelhamento desmontou a Petrobras". Editorial de O Globo
Na foto: Graça Foster, Presidente da Petrobras 

Algum tempo depois de assumir a presidência da Petrobras, no início de 2012, Graça Foster, técnica de carreira da estatal, deu um sincero balanço do estado deplorável em que se encontrava a maior empresa brasileira — e, em alguma medida, ainda se encontra. Foi tão sincero que a engenheira química enfrentou resmungos de alas do PT.

Lembre-se que não foi difícil relacionar o conteúdo da prestação de contas feita por Graça — imprescindível, pela crucial necessidade de transparência nas empresas públicas, ainda mais em uma de capital aberto — com a gestão ruinosa do antecessor, José Sérgio Gabrielli, economista, sindicalista filiado ao PT. Se entre os símbolos do aparelhamento executado em boa parte da máquina pública federal, na Era Lula, o Incra e o Ministério do Desenvolvimento Agrário representam a participação de “organizações sociais” no governo, a Petrobras foi ícone da ação de sindicatos companheiros no universo das estatais.

A empresa foi capturada por fortes grupos de interesses, e o resultado disso vem sendo expresso por números dramáticos sobre a situação financeira da estatal. No balanço que deu da situação da estatal, em meados de 2012, Graça Foster, entre outras questões, se referiu a metas irrealistas e atrasos em projetos. Entre o irrealismo, incluam-se estimativas de custo. Todas estouradas, é claro.

Alguns números são emblemáticos. Reportagem do GLOBO de domingo, por exemplo, informa que, de 2009 a 2012, os gastos da empresa superaram em US$ 54 bilhões a geração de caixa, numa média de US$ 13,5 bilhões por ano.

O caminho tomado até chegar a este ponto foi pavimentado por projetos com custos subestimados, investimentos de necessidade discutível, falta de manutenção em equipamentos estratégicos — dos quais depende a produção, em queda — e uma longa e desastrosa defasagem entre o preço interno de combustíveis e o custo de importação, mantida por Brasília. A estatal se tornou também um instrumento a serviço de interesses políticos e, assim, deixou de ser conduzida com base em boas práticas gerenciais. Daí o projeto de uma refinaria no Maranhão e uma outra em Pernambuco, esta em sociedade com a Venezuela de Hugo Chávez, sem que sequer um centavo de dólar o regime bolivariano tenha destinado ao empreendimento até agora.

No segundo trimestre do ano passado, a empresa teve o primeiro prejuízo desde 1999 (R$ 1,3 bilhão). Consequência inevitável tem sido a redução de seu valor de mercado: ontem, a petroleira de capital misto Ecopetrol, da Colômbia, ultrapassou a Petrobras neste quesito. Não se perdem 45% do valor, em três anos, impunemente. Graça parece fazer o possível para resgatar a estatal. Mas há dúvidas se ela terá dinheiro para ser a operadora monopolista no pré-sal e dona cativa de 30% dos consórcios, impostos pelo modelo de exploração por partilha. Nenhuma companhia resiste à mistura de gestão com política. Nem a PDVSA.











Graça Foster, Presidente da Petrobras 

Algum tempo depois de assumir a presidência da Petrobras, no início de 2012, 
Graça Foster, técnica de carreira da estatal, deu um sincero balanço do estado 
deplorável em que se encontrava a maior empresa brasileira — e, em alguma 
medida, ainda se encontra. Foi tão sincero que a engenheira química 
enfrentou resmungos de alas do PT.

Lembre-se que não foi difícil relacionar o conteúdo da prestação de contas 
feita por Graça — imprescindível, pela crucial necessidade de transparência 
nas empresas públicas, ainda mais em uma de capital aberto — com a gestão 
ruinosa do antecessor, José Sérgio Gabrielli, economista, sindicalista filiado ao 
PT. Se entre os símbolos do aparelhamento executado em boa parte da 
máquina pública federal, na Era Lula, o Incra e o Ministério do 
Desenvolvimento Agrário representam a participação de “organizações 
sociais” no governo, a Petrobras foi ícone da ação de sindicatos companheiros 
no universo das estatais.

A empresa foi capturada por fortes grupos de interesses, e o resultado disso 
vem sendo expresso por números dramáticos sobre a situação financeira da 
estatal. No balanço que deu da situação da estatal, em meados de 2012, Graça
 Foster, entre outras questões, se referiu a metas irrealistas e atrasos em 
projetos. Entre o irrealismo, incluam-se estimativas de custo. Todas 
estouradas, é claro.

Alguns números são emblemáticos. Reportagem do GLOBO de domingo, por 
exemplo, informa que, de 2009 a 2012, os gastos da empresa superaram em 
US$ 54 bilhões a geração de caixa, numa média de US$ 13,5 bilhões por ano.

O caminho tomado até chegar a este ponto foi pavimentado por projetos com 
custos subestimados, investimentos de necessidade discutível, falta de 
manutenção em equipamentos estratégicos — dos quais depende a produção, 
em queda — e uma longa e desastrosa defasagem entre o preço interno de 
combustíveis e o custo de importação, mantida por Brasília. A estatal se 
tornou também um instrumento a serviço de interesses políticos e, assim, 
deixou de ser conduzida com base em boas práticas gerenciais. Daí o projeto 
de uma refinaria no Maranhão e uma outra em Pernambuco, esta em 
sociedade com a Venezuela de Hugo Chávez, sem que sequer um centavo de 
dólar o regime bolivariano tenha destinado ao empreendimento até agora.

No segundo trimestre do ano passado, a empresa teve o primeiro prejuízo 
desde 1999 (R$ 1,3 bilhão). Consequência inevitável tem sido a redução de 
seu valor de mercado: ontem, a petroleira de capital misto Ecopetrol, da 
Colômbia, ultrapassou a Petrobras neste quesito. Não se perdem 45% do 
valor, em três anos, impunemente. Graça parece fazer o possível para resgatar 
a estatal. Mas há dúvidas se ela terá dinheiro para ser a operadora 
monopolista no pré-sal e dona cativa de 30% dos consórcios, impostos pelo 
modelo de exploração por partilha. Nenhuma companhia resiste à mistura de 
gestão com política. Nem a PDVSA.



UM MUSEU ESTILO SANTA ENGRACIA


Museu da Cultura Afro Brasileira em Salvador tem obra inacabada

Dez anos após ideia de criação, Muncab funciona parcialmente e não tem verba para finalizar obras e custear exposições

João Paulo Gondim 
21/10/2012 08:00:00

Fachada do Museu Nacional da Cultura Afro Brasileira (Muncab), em Salvador

Idealizado há dez anos, o Museu Nacional da Cultura Afro Brasileira (Muncab), em Salvador, não está pronto. Faltam ainda a recuperação de dois subsolos e do segundo andar, a colocação de elevadores, a elaboração da escultura simbólica intitulada "Árvore da memória", além de outras melhorias no prédio do antigo Tesouro do Estado, no Centro Histórico da capital baiana.
Envolto por tapumes de obras, paralisadas em novembro do ano passado, o local só recebe visitantes com agendamento. A ONG Sociedade Amigos da Cultura Afro Brasileiro (Amafro), que administra o museu, planeja realizar parceria com a secretaria estadual de Educação para organizar visitas de estudantes. As visitações ocorrem no térreo, onde está a exposição "A estética de búzios", e no primeiro andar, onde fica o acervo permanente com mais de 260 peças. Alguns desses objetos são agrupados de modo a contar a história do negro, desde quando ocorreram os aprisionamentos na África à época da alforria. Também em 2012 foi montada a exposição "Cavalo de santo".
João Paulo Gondim
Péssimo estado de conservação do segundo andar do Muncab


De acordo com a Amafro, a falta de verbas dificulta a conclusão das obras e o pleno uso do museu. O orçamento mensal, cujo cálculo abrange da curadoria de exposições ao lanche de crianças em excursão escolar, é de R$ 1,3 milhão.
O objetivo original era fazer do Muncab uma instituição pública federal. Tal iniciativa foi de Francisco Weffort, ministro da Cultura dos dois governos Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). No entanto, o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) não fez uma lei para federalizá-lo, de modo que ele não tem, por enquanto, personalidade jurídica.
Em 2002, o Ministério da Cultura (MinC) teve a iniciativa de criar o Muncab, que passaria a ser o primeiro museu federal da Bahia. Nesse ano, foi assinada a portaria 704 do ministério, que autorizava a captação de recursos para a concretização do museu. Inicialmente, houve a ideia de a instituição ser ligada diretamente ao Centro de Estudos Afro Orientais da Universidade Federal da Bahia (Ceao/Ufba), o que não foi para a frente, já que esse órgão possui seu próprio museu, no Terreiro de Jesus, no Centro Histórico de Salvador.
"A existência do museu é uma conquista. É necessário para Salvador. É uma casa de conhecimento fundamental", diz o presidente da Amafro, José Carlos Capinan, que lamenta a falta de uso permanente. "É um museu de história, de arte, não tem part pris religioso - o candomblé aqui tem uma força muito grande, mas há também arte sacra católica. É o museu da religiosidade negra."
Coautor de canções como "Soy loco por ti, America", "Ponteio" e "Papel machê", Capinan não conseguiu avançar na implantação definitiva do Muncab no período em que Gilberto Gil, um de seus principais parceiros musicais, esteve à frente do Ministério da Cultura, de 2003 a 2008. A primeira captação de recursos para o museu ocorreu em 2004. O dinheiro arrecadado, proveniente da Caixa Econômica Federal, BNDES e Votarantim, foi de cerca de R$ 2 milhões, quantia insuficiente para medidas como reforma arquitetônica dos prédios do Muncab e do extinto Pronto-Socorro Municipal onde funciona a gerência -, montagem de exposições, entre outras ações.
João Paulo Gondim
Parede descascada do segundo andar

Em novembro de 2010, o então ministro Juca Ferreira assinou convênio entre Ministério da Cultura (MinC) e a Amafro no valor exato de R$ 9.983.397,79, originários do Fundo Nacional de Cultura (FNC), metade dos recursos que o museu calculou serem necessários. O dinheiro seria distribuído em quatro vezes. A primeira parcela, de R$ 3,8 milhões, foi liberada logo após a assinatura do contrato. Depois, chegou mais R$ 1,8 milhão. O restante, no entanto, ainda não foi concedido ao Muncab. A razão é que uma recomendação da Controladoria Geral da União (CGU) fez com que fossem analisados todos os contratos de convênio do governo federal. E para receber uma nova parcela, o proponente - no caso, a Amafro - deve prestar contas do dinheiro recebido anteriormente.
Como todos os questionamentos ainda não foram respondidos ao MinC, o pagamento das duas últimas parcelas do convênio está suspenso. "Houve uma época de carência total de recursos", disse ele, que diz ter gasto dinheiro “do próprio bolso” no museu.
De acordo com Capinan, um imbróglio com a empreiteira CSC, a empresa que fez as reformas do museu, impede as respostas às diligências do governo. A ONG respondeu às questões sobre acervo e repassou os questionamentos sobre as obras para a empreiteira. "Nós tivemos problema com a construtora. Há uma divergência sobre o que ela cobra e o que a gente acha que ela fez", afirma Capinan, que contratou uma perícia para contestar o trabalho feito pela empreiteira. Procurada pelo iG, a construtora CSC não se manifestou.
"Então estamos em uma fase de diligências. Nós somos uma ONG cultural e, por exemplo, na área de aquisição dos acervos foi tudo muito bem [nas respostas dadas ao governo]. Na área de obras tem problemas. Nós não somos uma entidade capacitada para a gerência de obras. E o fato de você não ter verba de custeio, a contratação de gente, como fiscal de obras, fica dificultada. E a gente não pode parar porque tem prazo para o convênio [anual, que vence em novembro] e prazo também para entregar isso, que já tem dez anos. Então você é submetido a uma pressão, a uma coação, a uma coerção de fazer. E isso nós temos feito", diz. "Enquanto não finaliza, não inaugura, nós não paramos. Porque a minha cultura não é de esperar inaugurar para acontecer. A gente está andando. É um museu em processo."
João Paulo Gondim
Obra da mostra "A estética de Búzios"

Entre as realizações que foram feitas, ele destaca as exposições montadas de 2009 para cá. A primeira, quando, no seu entendimento, o prédio era uma "ruína", foi intitulada "Benin está vivo ainda lá - ancestralidade e contemporaneidade". A curadoria foi de Emanoel Araújo.
Diretor-curador do museu Afro Brasil, em São Paulo, o baiano Araújo é, na definição de Capinan, "o grande guerreiro de estarmos hoje, ainda vivos, lutando". Coube a Araújo a aquisição e organização de boa parte do acervo. Há, por exemplo, telas de Heitor dos Prazeres, Rugendas e Debret e fotos de Pierre Verger.
Ele também escolheu a localização atual do Muncab. Antes de ir para o edifício do Tesouro do Estado, foi cogitada a instalação no imóvel conhecido como a "casa das sete mortes", tido como mal-assombrado, também no Centro Histórico de Salvador. "Mas há esse estigma. Por isso indiquei o prédio atual", diz Araújo, que também foi curador de duas mostras ano passado, "Mestre Didi, o escultor do sagrado" e "Nós, os afrodescendentes".
Araújo questiona o atual status do Muncab. " A Amafro deveria ser responsável apenas provisoriamente. A gente tem de perguntar ao Ibram qual deve ser o destino do museu." Ele acrescenta que as exposições que organizou sentiram o efeito da falta de melhor estrutura da instituição.
O presidente da Amafro é o primeiro a reconhecer a enorme carência de cargos na instituição "Você tem de ter museólogo, pesquisador, programador, divulgador, captador de recurso, gente para a segurança e manutenção do acervo", enumera Capinan.

João Paulo Gondim
José Carlos Capinan, presidente da Amafro, que administra o museu

Na ONG, trabalham o presidente, duas secretárias, um responsável pelo setor financeiro e outro para serviços na rua. Dentro do Muncab estão um vigilante, quatro seguranças e uma gerente que controla o trabalho desses funcionários.
Conhecedor das dificuldades de uma organização sem fins lucrativos e sem receita em tocar sozinha uma instituição cujo plano original era ser do governo, Capinan se diz favorável à federalização do museu. Por ele, a Amafro cuidaria da parte artística, deixando a incumbência das obras para o Ibran. Ele também acha importante haver um acerto entre o Ibram e a sua ONG, no qual haja ressarcimento do que foi investido pela Amafro.
O presidente do Ibram, José do Nascimento Júnior, diz que o seu órgão está preparando a legislação que torna o Muncab em museu federal. Após apreciação do MinC, o projeto de lei vai para a Casa Civil, que a encaminha ao Congresso. Se aprovado, vai ser sancionado pela presidenta Dilma Rousseff.
A intenção é realizar concursos públicos para o preenchimento de cargos. Apesar do Muncab ficar submetido à União, há a ideia de se fazer um conselho participativo com as três esferas de poder: federal, estadual e municipal. A Amafro, ele acrescenta, pode contribuir com o seu know-how museológico.

* Visitas devem ser agendadas pelos telefones (71) 3321-6722 e (71) 3011-6328. 

domingo, 27 de janeiro de 2013

CONTRA A HOMOFOBIA...

... OU A CORAGEM DE SER.
SIMPLESMENTE

O LADO SOMBRIO


Governo brasileiro acobertou nazistas para evitar julgamento de crimes da ditadura
Felix Bohr
do Der Spiegel
27/01/2013

Na Segunda Guerra Mundial, dezenas de criminosos nazistas foram se esconder na América do Sul. Um novo estudo revela como uma "coalizão relutante" dos dois lados do Atlântico conseguiu por décadas atrapalhar os esforços para caçar e levar à justiça esses criminosos.

Foi preciso apenas um número trocado -1974 em vez de 1947- para Gustav Wagner ter permissão para permanecer no Brasil. Foi um mero lapso do homem que traduziu o documento do alemão para o português que levou a Suprema Corte do Brasil a negar o pedido da Alemanha Ocidental para extraditar o antigo oficial da SS. E ainda assim, Wagner era acusado de cumplicidade no assassinato de 152 mil judeus no campo de exterminação Sobibor, na Polônia ocupada pelos alemães.

Josef Mengele, o notório médico do campo de concentração de Auschwitz, também se beneficiou de erros e atrasos porque os policiais franceses da Interpol, a força policial internacional com sede em Paris, recusou-se a conduzir buscas internacionais de criminosos de guerra nazistas. Já no caso do coronel da SS Walther Rauff, que ajudou a desenvolver as câmaras de gás portáteis usadas para matar judeus, foi um membro do Ministério de Relações Exteriores da Alemanha que sabotou o pedido de extradição de seu próprio governo para o Chile por 14 meses.
Foto 13 de 20 - 16.mai.2012 - Presidente Dilma Rousseff se emociona ao citar familiares de desaparecidos, em cerimônia oficial de instalação da Comissão da Verdade, no Palácio do Planalto. O grupo terá a missão de investigar e narrar violações aos direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988 (que abrange o governo do presidente Eurico Gaspar Dutra até a publicação da Constituição Federal) Mais Sergio Lima/Folhapress
Como resultado dessas falhas, esses três brutamontes nazistas nunca foram julgados pelas cortes alemãs depois da guerra. Wagner, a "besta" de Sobibor, morreu em São Paulo; Mengele afogou-se no Brasil e Rauff morreu de ataque cardíaco no Chile. Das centenas de oficiais nazistas e assassinos em massa que fugiram para a América do Sul após a rendição da Alemanha nazista, apenas meia dúzia deles jamais foram julgados.
Como tantos criminosos conseguiram sair sem punição, apesar de serem claramente culpados? Esta é uma questão que deixa os acadêmicos abismados até hoje. Seria pela falta de cooperação das autoridades da Alemanha Ocidental? A falta de interesse por parte dos regimes da América do Sul? Havia laços secretos e colaboração entre nazistas dos dois lados do Atlântico?

O historiador Daniel Stahl conduziu uma pesquisa nos arquivos europeus e sul-americanos para escrever seu novo livro, chamado "Nazi Hunt: South America's Dictatorships and the Avenging of Nazi Crimes" (em tradução livre: "Caça aos nazistas: as ditaduras sul-americanas e a compensação pelos crimes de guerra"). O trabalho oferece uma resposta certeira e terrível ao que há muito se suspeita: que havia uma ampla coalizão de pessoas –nos diferentes continentes, na justiça, nos corpos policiais e governos- que não se dispunham a agir ou até prejudicavam a perseguição dos criminosos nazistas por décadas.
Embargado por antigos nazistas
Stahl acredita que os motivos que levaram cada um a participar do que ele chama de "coalizão relutante" variou muito. Os diplomatas da Alemanha Ocidental sabotavam a caça aos nazistas por solidariedade. Já os investigadores franceses temiam que uma cooperação pudesse expor seus próprios passados como colaboradores nazistas. E os ditadores da América do Sul se recusavam a extraditar antigos nazistas por preocupação que os julgamentos de criminosos de guerra pudesse chamar atenção internacional aos crimes que seus próprios governos estavam cometendo na época.

Não era difícil para essa coalizão torpedear a caça aos nazistas. Inúmeros agentes –na polícia, na justiça, no governo- tinham que trabalhar juntos para organizar e realizar os julgamentos por crime. De fato, um pequeno erro ou uma irregularidade processual menor era suficiente para atrapalhar a prisão dos criminosos.

Stahl não deixa dúvidas que o judiciário da Alemanha Ocidental foi especialmente culpado de sérios lapsos. Suas descobertas confirmam que a instituição foi negligente em sua capacidade de processar os assassinos nazistas por décadas.

Walther Rauff, por exemplo, viajou entre a América do Sul e Alemanha depois da guerra como representante de várias empresas e nunca encontrou dificuldades, porque seu nome não aparecia em nenhuma das listas de criminosos procurados. Apenas em 1961, os promotores públicos da cidade de Hanover, no norte da Alemanha, emitiram um mandado para a prisão de Rauff por quase 100 mil acusações de assassinato.

Encontrar o endereço de Rauff no Chile não foi problema, e o Ministério de Relações Exteriores da Alemanha instruiu o embaixador Hans Strack, em Santiago, a solicitar a extradição do criminoso nazista. Mas Strack, que também tinha trabalhado no Ministério de Relações Exteriores antes de 1945, ignorou as instruções do ministério em Bonn e permitiu que o caso se arrastasse por 14 meses.

Apenas quando os membros da justiça em Hanover notificaram os colegas federais que estavam "extremamente desconcertados" com o fato de a embaixada estar tratando o caso "com tanta hesitação" que o governo disciplinou o embaixador recalcitrante. Strack, conhecido oponente das reparações pelos crimes da Alemanha nazista, finalmente pediu a extradição de Rauff, que levou à sua prisão no final de 1962.

Mas então, era tarde demais para punir Rauff, porque o homicídio prescrevia na maior parte dos países sul-americanos na época. A Suprema Corte do Chile negou o pedido da Alemanha para extraditar o ex-coronel da SS. Apesar dos protestos internacionais, Rauff continuou vivendo como homem livre no Chile por décadas.

Em outros casos, uma falta de cooperação da Interpol prejudicou a busca de nazistas. Stahl recuperou um documento particularmente revelador, as minutas de um encontro do comitê executivo da Interpol de maio de 1962. Pouco tempo antes, o Congresso Judeu Mundial tinha pedido à Interpol que participasse da busca mundial por criminosos nazistas. O então secretário-geral da Interpol, Marcel Sicot, respondeu com revolta. Por que os criminosos de guerra devem ser julgados, teria dito o francês segundo as minutas, "quando o vitorioso sempre impõe suas leis, de qualquer forma? Nenhuma entidade internacional define o termo ‘criminoso de guerra’". De fato, Sicot via a perseguição criminal de crimes nazistas como "a justiça do vitorioso".

Em 1960, houve rumores que Josef Mengele, o médico do campo de concentração conhecido como "Anjo da Morte", estava escondido no Brasil ou no Chile. O Ministro da Justiça Alemão aconselhou o Escritório da Polícia Criminal Federal a conduzir uma caçada –mas sem envolver a Interpol. As autoridades em Bonn aparentemente estavam tentando evitar incomodar os investigadores internacionais com o caso, mas o esconderijo de Mengele nunca foi encontrado.

Stahl atribuiu o fracasso da Interpol em prender nazistas e seus colaboradores ao passado de muitos policiais franceses. "Como homens do regime de Vichy, (eles) colaboraram com os nazistas até 1944", escreve Stahl. "Eles se opunham ao julgamento de crimes nazistas".

Stahl também observa que um dos principais obstáculos para a caçada de criminosos nazistas de fato era que os ditadores sul-americanos queriam cobrir seus próprios crimes. No dia 22 de junho e 1979, o embaixador alemão em Brasília escreveu que a extradição de alguém que tinha cometido crimes de guerra quase 40 anos antes ia "reforçar os pedidos dos que insistem que todos os crimes devem ser julgados, inclusive os cometidos pelos militares e policiais". Um pouco antes, o governo do então chanceler Helmut Schmidt tinha pedido a extradição de Wagner, subcomandante de Sobibor, um pedido que os juízes da Suprema Corte do Brasil negaram.

Na Alemanha, uma nova geração tinha entrado na burocracia do governo –e não tinha medo de usar meios não convencionais para colocar os criminosos nazistas atrás das grades. Em 1982, a Promotoria Pública de Munique iniciou procedimentos para pedir a extradição de Klaus Barbie, ex-diretor da Gestapo em Lyon, França. Temendo que Barbie pudesse ser absolvido na Alemanha por falta de evidências, os funcionários do Ministério da Justiça pediram aos seus colegas das Relações Exteriores que sugerissem aos aliados franceses que "eles também deveriam pedir a deportação de Barbie, especificamente da Bolívia para a França".

Quando Paris concordou, o Ministério de Relações Exteriores instruiu a embaixada alemã em La Paz, capital da Bolívia, que "encorajasse tal procedimento com os meios apropriados".

No início de 1983, Barbie foi deportado para a França. O famoso "Açougueiro de Lyon" morreu em um hospital naquela cidade em 1991.
Traduzido do alemão por Christoph Sultan.

MAL TRATADA SALVADOR

O FORTE SÃO MARCELO, EM SALVADOR, É UM MONUMENTO MILITAR DE EXTREMA RELEVÂNCIA.
DURANTE UNS ANOS ABRIGOU UM RESTAURANTE - LOS BUCANEROS - MUITO CHARMOSO. FECHOU PELA COSTUMEIRA INCOMPETÊNCIA DAS AUTORIDADES.

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UMA ADEGA POR SANTIAGO CALATRAVA

NA REGIÃO DE RIOJA, NA ESPANHA, CONHECIDA POR SEUS EXCELENTES VINHOS, O ARQUITETO CALATRAVA É AUTOR DESTE ESPETACULAR PROJETO PARA AS ADEGAS DE YSIOS. 
QUASE TÃO EXTRAORINÁRIO QUANTO A ARENA QUE O SECRETÁRIO ESTADUAL DE TURISMO DA BAHIA PRETENDE IMPLANTAR NA PRAÇA CASTRO ALVES, APESAR DO LEVANTE DE PROTESTOS DA CLASSE CULTURAL.







O GOVERNO E O POVO


O PIOR É QUANDO O GOVERNO USA DE SEU DINHEIRO PARA REALIZAR PROJETOS MIRABOLANTES, COMO A TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO,  OS ESTÁDIOS DE FUTEBOL PARA A COPA, A ARENA DA PRAÇA CASTRO ALVES ETC.

O DELÍRIO

No jornal A Tarde deste domingo foi publicado, no Espaço do Leitor, este desabafo.
Teve uma boa repercussão

A internet tem coisas muito positivas, como denunciar projetos feitos nas coxas por arquiteto que nem ousa assinar a obra. 
Estou falando, é claro, da famigerada arena da Praça Castro Alves, concebida, num momento de delírio, pela Secretaria Estadual de Turismo, enquanto a secretaria de Cultura fica caladinha. 
O delírio se confirma ao ler a defesa publicada hoje neste jornal. 
Após ter mostrado o dito pre-projeto a um grupo de amigos escolhidos a dedo, o digníssimo senhor Leonelli afirma que vai pendurar, numa “área degradada” da encosta - tombada com área non aedificandi – um espaço cultural oculto para apresentar óperas e concertos. 


VIRÁ A SALVADOR A BELA SOBPRANO RUSSA?

Já imagino a bela Anna Netrebko interpretando a Traviatta e Zubin Metha dirigindo os Concertos de Brandeburgo para um palco que deveria esvaziar os festivais de Salzburgo e Baireuth.  
E o doutor Albino Rubim responde falando de Mário Cravo. 
A velocidade da informação levou personalidades baianíssimas como Consuelo Pondé de Senna, Paulo Ormindo de Azevedo, Odete Dourado e mais 2300 "aloprados" a assinar a petição contra a fantasia de um governo que mais se preocupa em como gastar 25 milhões de reais que resolver problemas mais emergenciais. 
Triste... 

THE BEATLES

UM CLÁSSICO DOS GAROTOS DE LIVERPOOL, NUMA EXCELENTE MONTAGEM.
PODEM ENTREVER A YOKO ONO, NAMORADA DE JOHN LENNON,
 DIZEM ALGUNS HISTORIADORES, 
RESPONSÁVEL PELA DISSOLUÇÃO DO QUARTETO.


SORVETES E PASTA FRESCA



Por duas ou três vezes, quando crítico gastronômico da Gazeta Mercantil, fui convidado pela Veja Salvador a opinar sobre os restaurantes da cidade. Fui o primeiro a mencionar o Mar Aberto em Arembepe, o Paraíso Tropical no Cabula e o bistrô Mini-Cacique na rua Rui Barbosa. 
Passados vinte anos, os três continuam firmes na excelência de suas propostas. 
A revista é um instrumento prático na hora de escolher a balada da noite, mas nem por isso deve ser considerada a Bíblia da Boa Mesa. O principal erro provém da reduzida geografia dos jurados para quem, fora a longa e estreita faixa Praia do Forte-Marina da Contorno, nada existe, começando pelo centro histórico que, definitivamente, não é colunável, nem freqüentável. 
Grave problema cultural.
No entanto lá se encontra, sem alternativa possível, o mais notável sorveteiro da Bahia, aquele que fornece os melhores restaurantes da capital, e convidado tradicional dos congressos gastronômicos pelo país afora. O Georges Laporte, herdeiro da mais afamada sorveteria da Normandia, não usa de alquimias suspeitas. É o Templo do Produto Natural. 
Na pequena loja à sombra da igreja de São Francisco, você não encontrará sorvetes em tecnicolor e cinemascope. De morango ou pitanga, só quando aparecem no mercado e de pistaches, jamais, pois o preço deste fruto nativo do sudeste asiático é absolutamente proibitivo.

A poucos metros, esquina da rua das Laranjeiras com Santa Isabel, está La Figa, um dos melhores restaurantes italianos da cidade (senão o melhor). O leitor cético precisa de prova? Basta dizer que é o endereço preferido dos italianos, tanto aqueles que visitam a cidade como os que aqui residem. Nada de nouvelle cuisine. Mesmo com porções tão generosas quanto cheirosas, ninguém deseja dividir o fetuccine mari e monti com molho de tomates fresquinhos, e os nhoques são incomparáveis. E não pense levantar da mesa antes de provar o semi-fredo ou a torta de maracujá. 
Os preços não são de boteco? Talvez, mas a relação qualidade/preço é altamente vantajosa. Um conselho: chegue cedo para encontrar uma boa mesa.

QUARTA IDADE E OS TEMPOS MODERNOS

VIOLINOS DA HUNGRIA

Esta música é belíssima e  representa, como nenhuma outra, a alma cigana da Europa Central.
Czarda tanto pode ser a dança quanto a música  de mesmo nome, mundialmente famosa e que  significa taverna em húngaro..
Ela foi composta por Vittorio Monti, compositor italiano que nada tinha de cigano.





Garrett nasceu (1980) em Aachen, filho de uma mãe americana e um pai alemão.[2]
Quando Garrett completou quatro anos, seu pai comprou um violino para o irmão mais velho. David interessou-se pelo instrumento e logo aprendeu a tocar.
 Um ano depois ele participou numa competição e ganhou o primeiro lugar. 
Aos sete anos, ele tocava uma vez por semana em público. Ele estudou violino no Conservatório Lübeck
Aos doze anos, Garrett começou a trabalhar com a violinista polaco-britânica Ida Haendel, frequentemente viajando a Londres e outras cidades europeias para encontrá-la.
Aos treze anos firmou um contrato com a gravadora Deutsche Grammophon Gesellschaft que assegura exclusividade. Foi também nessa idade que decidiu mudar seu nome artístico e começou a usar o sobrenome de sua mãe.
Em 1999 foi aluno da Juilliard School, na sala de Itzhak Perlman, para aprofundar seus conhecimentos do violino. Saiu formado de lá em 2004.
Garrett toca alternativamente um violino de Antonio Stradivari de 1718 e um de Giovanni Battista Guadagnini de 1772.
Carreira como modelo profissional
Garrett em 2010
Enquanto estudava da Juilliard School, David trabalhou como modelo para aumentar sua renda. Alguns críticos de moda o descrevem como o David Beckham da cena clássica.

Acidente com o violino

Em dezembro de 2007, Garrett caiu depois de uma apresentação no Barbican Hall em Londres e bateu no seu violino exclusivo. A princípio pensou-se tratar de um Stradivarius, mas logo foi confirmado que se tratava de um modelo fabricado por Giovanni Battista Guadagnini. David havia adquirido o violino há quatro anos por um milhão de dólares. O custo estimado do conserto foi de 120 mil dólares.

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