terça-feira, 1 de dezembro de 2015

ECONOMIZANDO NA MESADA

Cristina deixa o cargo muito mais rica após 12 anos de governo Kirchner

Fortuna da presidente argentina cresceu de US$ 705,8 mil para US$ 6,5 milhões no período



BUENOS AIRES - A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, que cederá o cargo a Mauricio Macri em dez dias, encerra o mandato com uma fortuna ao menos nove vezes maior do que quando assumiu a Presidência. Em 2003, quando seu marido Néstor Kirchner assumiu o poder, o patrimônio de bens declarados somava 6.851.810 pesos argentinos (US$ 705.899,30), informou jornal argentino “Clarín”. Hoje, Cristina detém uma riqueza que ultrapassa 64 milhões de pesos (US$ 6,5 milhões), sem contar bens milionários herdados pelos filhos do casal. O mesmo acontece com todos os ministros do gabinete dela, que devem apresentar suas renúncias esta semana.

Imóveis, veículos, poupanças, sociedades, ações, iates, títulos da YPF, petroleira estatal, fazem parte da riqueza de altos funcionários de Cristina, segundo o jornal. Cristina foi quem teve o maior salto quantitativo. A fortuna que cresceu menos contemplou um aumento de 200 mil pesos (US$ 20,6 mil).

O patrimônio dos Kirchner chegou a quase triplicar em um ano. Na passagem de 2007 para 2008, o valor dos bens declarados cresceu de 17 milhões de pesos (US$ 1,75 milhões) para 46 milhões de pesos (US$ 4,73 milhões). O “Clarín” relata que, ao suceder o marido, Cristina declarou 39 milhões de pesos (US$ 4,01 milhões). Nos 12 anos de governo Kirchner, a riqueza da presidente aumentou 843,25%, segundo o jornal.


Entre os integrantes do gabinente de Cristina, Juan Manzur está listado como o mais rico dos ministros. Ele foi ministro da Saúde de 2009 a fevereiro de 2015, quando se candidatou ao governo do estado de Tucumán. Ele deixou a pasta com um patrimônio de 23 milhões de pesos (US$ 2,36 milhões) e entrou no cargo com 5 milhões de pesos (US$ 515, 11 mil) declarados. Segundo “Clarín”, entre os bens declarados, ele possui 17 lotes de terrenos, três apartamentos, três casas.

O presidente da Receita Federal argentina, Ricardo Echergay, chegou ao gabinete em 2008 com 138,6 mil pesos (US$ 14,2 mil) e encerra a gestão com 7,2 milhões de pesos (US$ 741,7 mil). Foi quem teve maior porcentagem de crescimento. Echergay é dono de dois barcos e chegou a comprar títulos da YPF no valor de 294 mil pesos (US$ 30,28 mil).
Aníbal Fernandez, atual chefe de gabinete e ex-ministro do Interior, iniciou o governo kirchner com 679,9 mil pesos (US$ 70,04 mil) e deixa o cargo com 3,3 milhões de pesos (US$ 339,97 mil). Segundo o “Clarín”, um de seus bens mais caro é uma BMW modelo 328 no valor de 606,5 mil pesos (US$ 62,48 mil).

A futura governadora de Santa Cruz, Alicia Kirchner, sobrinha de Cristina, exerce o cargo de ministra do Desenvolvimento Social desde 2003, quando seu patrimônio declarado era de 163,1 mil pesos (US$ 16,8 mil). Hoje, ela assume a província com 636,7 mil pesos (US$ 65,59 mil). Ela não declara nem casa, nem apartamento, apenas um terreno de mais de 1,5 mil metros quadrados como “investimento”.

Mauricio Macri, presidente eleito da Argentina que assume o poder em 10 de dezembro, anunciou que vai deixar seu patrimônio de atuais 52 milhões de pesos (cerca de US$ 5,35 milhões) sob vigência de um “fideicomiso”, tipo de contrato no qual uma pessoa transmite seus bens a terceiros (pessoa física ou jurídica) para que este seja o responsável pela administração da fortuna. Segundo ele, a medida zela pela transparência. De acordo com Macri, é um método também adotado nos Estados Unidos para evitar suspeita de enriquecimento durante o mandato.

— Estou buscando um instrumento que dê maior transparência à minha situação patrimonial enquanto dure a Presidência — afirmou Macri a um programa de televisão do canal América TV no domingo, segundo o “Clarín”.


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