O Santa Cruz perdeu Alisson com um tiro nas costas
A arquibancada do Arruda nunca mais terá Alisson Campos da Silva. Alisson não mudou de time. Nunca faria isso. Alisson levou um tiro nas costas quando, na garupa da moto do primo, colocou a mão no bolso para apanhar seu celular. Alisson morreu porque o policial pensou que ele puxaria uma arma.
Alisson morreu porque o policial não perguntou, não abordou, não esperou. Disparou.
Alisson morreu porque o policial não perguntou, não abordou, não esperou. Disparou.
Mal sabia o policial que a arma que Alisson usava todos os dias era uma câmera fotográfica. Disparando também... cliques e mais cliques do Santa Cruz e de nós, torcedores.
Alisson não vai ter a alegria de ver o time do coração na Série A novamente. Não vai passar o natal com a família, não vai mais dar um beijo de ano novo na namorada.
Tudo porque o policial não perguntou, não abordou, não esperou. Disparou.
Vinte anos somente. Pensei em usar o Facebook para tentar o contato com alguém da família antes de escrever esse texto. Não tive coragem. Vou falar o quê? A dor excruciante do pai (que também era mãe) e do primo vista na matéria da TV Jornal e de todos que deixaram mensagens na rede social de Alisson já diz tudo.
Depois de ver o que tinha feito, o policial ainda levou Alisson para o Hospital da Restauração. Mas já era tarde demais. Imagino que a pressão de trabalhar nas ruas de guerra do Recife pode deixar qualquer um maluco. Os salários baixos, a falta de preparo. Mas o cara estava de costas... Provavelmente nem viu o PM.
Por que não perguntou, não abordou, não esperou? Por que disparou?
Por que não perguntou, não abordou, não esperou? Por que disparou?
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