domingo, 27 de dezembro de 2015

DE ARISTIDES ALVES



Fiz esta foto em junho de1999, no dia seguinte vim o mais rapido que pude pra Salvador, direto pro Jornal A Tarde, a intenção era denuciar os incêndios na Chapada Diamantina e mobilizar ações do governo para ajudar os brigadista no combate ao fogo. Missão cumprida, a foto me rendeu o Prêmio Bahia de Proteção Ambiental na categoria de fotografia jornalística. Infelizmente ficou por aí, nenhuma medida de caráter mais efetivo, preventivo ou punitivo. E todo ano a história se repete,vejam este relato de Fernando Gabeira: 

CINZAS NO PARAIZO.
…"Visitei a Chapada Diamantina em chamas. Perdemos 55 mil hectares de uma das mais ricas e diversas regiões do Brasil. No meio da fumaça e do calor infernal, descobri as brigadas voluntárias da pequena cidade de Lençóis, gente que deixou tudo para apagar o fogo. Essas brigadas são importantes. Elas se antecipam ao governo, combatendo os primeiros focos. E pressionam para que a máquina oficial entre em combate.As chamas na Chapada Diamantina lembram-me o filme de Terence Malick; “Cinzas no paraíso” (“Days of Heaven”). As imagens de mestre Nestor Almendros o crepitar das chamas parecem uma cerimônia fúnebre, a cremação da mata e dos bichos.Seca prolongada e as chuvas intensas no sul: quando a Nasa previu que El Niño seria intenso, era necessário um projeto nacional para reduzir seus danos. Não houve. Com a eclosão do vírus da Zika, outro gigantesca força tarefa é necessária. Também não saiu.Alguns voluntários, na Chapada combatem sem botas e de camiseta. As vezes, as fagulha os faz contorcer como se estivessem recebendo um santo.Talvez sejam orixás que os mantêm vivos no combate ao fogo".

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