OS ASPONES E A ZONA
NO BAZAR BENEFICENTE
NO PALÁCIO DA ACLAMAÇÃO
MALU FONTES
- Se era para realizar um bazar e vender vídeo game aos conhecidos de classe média na surdina da madrugada, os aspones das Voluntárias Sociais poderiam ter poupado tempo, propaganda, divulgação, desgaste e caos no trânsito do Centro da cidade.
Era melhor cada aspone ter chamado os respectivos amigos para um encontro no playground e levado os eletrônicos. Vendiam em casa mesmo. Fazem uma propaganda assombrosa da coisa, atraem o povo para fazer figuração em filas, quando, na verdade, as cerejas do bolo são oferecidas em condições privilegiadas e a raros privilegiados por debaixo da mesa.
Essas sacolas que aparecem no vídeo, com aquela caixa quadrada dentro, têm a maior cara de "pertences" dos funcionários que estavam trabalhando na organização, não têm? Vender Play Station escondido de madrugada aos amigos é muito quinto mundo. Mais quinto mundo que dormir numa fila para comprar produtos apreendidos pela Receita.
É feio para quem vende e para quem compra. Anunciaram um evento para um local que não tem a menor condição de receber multidões - uma construção histórica, o Palácio da Aclamação - e ofereceram coisas sem a menor estrutura para receber os compradores, ainda por cima driblando as regras do acesso aos melhores produtos.
Será que a incompetência pública se tornou tão grande que nem um bazar beneficente o poder público consegue realizar sem corromper as regras, sem deixar privilegiados furarem a fila para comprar game, roupa e perfume?
Na verdade, o que fica é essa impressão de que coisas muito piores acontecem aquém dos bazares. Claro, pode ser só impressão.
Mas se passam a perna no povo mesmo após anunciar o evento e debaixo dos olhos de uma fila madrugadora quilométrica, nos perguntemos: onde não vão parar tantos e tantos desses produtos apreendidos pela receita antes de chegarem às prateleiras dos bazares beneficentes?
Sabe de nada, inocente!
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