domingo, 2 de agosto de 2015

DESCOBRIR LISBOA

Famílias à descoberta de Lisboa ***

Dez mapas e um livro fazem de Explorar Lisboa um roteiro eficaz para as famílias partirem à descoberta da cidade. Numa lógica de peddy paper, os exploradores ficarão a conhecer ruas, jardins, recantos, artistas, escritores e muitas histórias. É aconselhável levar roupa e calçado confortáveis, um chapéu, uma garrafa de água, uma máquina fotográfica, um lápis e um caderno. Tudo a postos? Que comece a expedição. Primeiro destino: Belém
O mapa que inaugura a visita a Lisboa propõe um circuito que durará cerca de três horas e fará com que a família exploradora percorra cinco quilómetros na zona de Belém, mas sem pressas. Ao desdobrar-se o mapa, logo se avisa que o grau de dificuldade é alto. Mas isso é para quem não estiver atento ao que vem descrito no Livro do Explorador, que pode ser lido antes de se começar esta prova pedestre ou ser consultado durante o passeio.
Depois da indicação “inicia o percurso na Rua de Belém, junto aos Pastéis de Belém”, vem o primeiro desafio: “Para poderes avançar, tens de dizer com que especiaria é que se comem estes famosos pastéis.” Há três hipóteses: “canela”, “erva-doce”, “pimenta”. De seguida, diz-se aos exploradores: “Segue em direcção ao Mosteiro dos Jerónimos e vira na segunda rua à direita, no Beco do Chão Salgado. Aqui encontras um padrão. Quantos anéis tem?”
Hão-de seguir-se perguntas sobre o significado das cores da bandeira de Portugal, sobre a nascente do Tejo ou o significado da expressão “velho do Restelo” e ainda um pedido para identificar uma constelação.
“A ideia de dar ferramentas aos miúdos para aprenderem sobre cidades já era antiga”, conta ao PÚBLICO Maria João Baeta, uma das responsáveis pelo projecto e que cuida da parte comercial. “A escolha do formato foi variando”, continua. “Pensámos em tapetes com carros, que atraem bastante os rapazes, mas, ao mesmo tempo, era muito ‘parado’ e tornava-se redutor para os adultos”, explica a ex-funcionária da Câmara de Lisboa e que actualmente é proprietária da loja de brinquedos Nas Nuvens, no Saldanha Residence.
Explorar Lisboa foi apresentado durante a Feira do Livro deste ano, no Parque Eduardo VII, e a equipa conseguiu vender perto de mil exemplares. “Para começar, foi muito bom”, diz Maria João Baeta. No entanto, para já, não consegue definir o perfil dos interessados. “Apareceram alguns avós que compraram o pack para os netos e também vários educadores que adquiriram o Explorar Lisboa para utilizarem nas suas creches e escolas”, descreve a comercial.
O que se tornou claro foi a ligação imediata dos miúdos às ilustrações, cujos protagonistas são três crianças inspiradas em retratos de infância dos sócios do projecto: a própria Maria João Baeta, a arquitecta Márcia Xavier e o publicitário Francisco Leite.
Mapa 2: Da Casa dos Bicos ao Castelo
Já passeaste por Alfama nesta altura? Há uma planta, muitas vezes chamada “erva dos namorados”, que se vende nesta data e que os rapazes oferecem às namoradas. Sabes como se chama?
Quem é o santo padroeiro de Lisboa: São Vicente ou Santo António?
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O autor das ilustrações, Ricardo Santo, conta ao PÚBLICO, por email, a partir de Barcelona, onde vive actualmente, como foi esta escolha das imagens dos pequenos exploradores: “Tinha lógica que se utilizasse personagens com que eles [os sócios] se identificassem. Foram eles que o sugeriram e eu achei que fazia algum sentido. Se fosse uma coisa totalmente minha, os personagens seriam seguramente outros!”
Designer industrial, de 38 anos, diz que o mais difícil neste trabalho foi desenhar “os mapas dos bairros mais antigos, por terem ruas sinuosas e labirínticas”. E especifica: “Tive de os refazer várias vezes, porque nem sempre as proporções batiam certo. Foi uma luta rua a rua, quase!”
À pergunta sobre se ficou satisfeito com o resultado final, responde assim: “Nunca se está totalmente satisfeito com nada, acho eu. Sinto sempre que há uma quantidade de coisas que podia ter feito diferente, se tivesse a oportunidade de refazer o trabalho. Cada projecto é um degrau na nossa escada evolutiva e a satisfação vem mais de ver o trabalho concluído e de saber que se fez o melhor que se conseguiu. Sabendo também que o próximo trabalho, à partida, tem tudo para sair melhor.”
E o próximo trabalho será sobre a cidade do Porto, a que se seguirá Paris. “A ideia de internacionalizar esteve presente desde o início”, já tinha explicado Maria João Baeta quando nos justificou o nome não português da editora, I Play My City. “Mesmo as cidades portuguesas terão versões noutras línguas, para as famílias de outras nacionalidades que as visitem.” Há também uma espécie de lema que norteia estas explorações urbanas: “Every city is a playground”, que podemos verter livremente para português como “todas as cidades são um parque de diversões”.
Por enquanto, Explorar Lisboa (que custa 14,9 euros) está à venda, na capital, na Edicare Editora, na livraria Pó dos Livros, na loja Nas Nuvens, na Capitão Lisboa e no Museu Arqueológico do Carmo, mas também em Cacilhas, na Casa da Avó Berta. O objectivo, segundo Maria João Baeta, é conseguir ter rapidamente distribuição nacional.
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Mapa 8: Jardim da Estrela
Dirige-te à entrada do jardim. Atenção aos carros: atravessa sempre na passadeira.
Sabes qual é o verdadeiro nome do Jardim da Estrela? Assinala a resposta certa: Jardim da Basílica; Jardim Guerra Junqueiro; Jardim do Coreto
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Para Ricardo Santo, Explorar Lisboa foi um bom exercício profissional: “Foi um projecto onde aprendi alguma coisa do ponto de vista da concepção e comercialização de um produto. Enquanto designer que é ao mesmo tempo ilustrador, quaisquer projectos onde possa explorar e conciliar estas duas vertentes têm para mim o máximo interesse. O que se passa muitas vezes com as pessoas que, como eu, estão mais ligadas à parte da criação, é que nos falta um bocado o contacto directo com essa componente mais comercial. E esse contacto directo abre-nos os olhos para questões das quais normalmente estamos alheados. Há sempre uma certa tendência para complicarmos e para nos perdermos em detalhes.”
O designer – que já tinha criado alguns guias juvenis de museus, para o projecto Museu, Espelho Meu! do Alto-Comissariado para a Imigração e o Diálogo Intercultural, mas que enquanto ilustrador está “mais virado para a banda desenhada e para um público adulto” – valoriza a interactividade neste tipo de produtos. “O facto de ser um jogo que, além de educativo, estimula os mais novos a irem para a rua e a serem curiosos é muito importante.”
Ricardo Santo gostaria de ter mais possibilidades de ilustrar para o universo infantil. “Infelizmente, oportunidades que valessem a pena tive poucas. Em compensação, já tive muitíssimos convites para trabalhar de graça!”, conta o ilustrador, que foi viver para Barcelona porque a sua companheira teve uma proposta de trabalho irrecusável. “Para mim, foi uma oportunidade de me livrar de uma espiral de contratos de trabalho cada vez mais intermitentes e precários.”
Mapa 10: Jardim da Gulbenkian
Inicia o percurso na Praça de Espanha.
Estás a ver uma estátua de um pássaro muito grande com um senhor sentado aos seus pés?
Sabes que ave é esta? Uma águia; Um melro; Um falcão
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Belém; Da Casa dos Bicos ao Castelo; Chiado; Da Graça a Santa Clara; Do Príncipe Real à Glória; Dos Restauradores ao Marquês de Pombal; Do Cais do Sodré à Praça do Comércio; Jardim da Estrela; Do Carmo à Baixa e Jardim da Gulbenkian são os dez mapas que irão orientar as famílias (portuguesas ou não) que queiram conhecer a cidade e dela se apropriarem enquanto passeiam. Alegremente.
*** COMENTÁRIO DO BLOGUEIRO BEM QUE NOSSA BAHIATURSA DEVERIA SE INSPIRAR  NA FORMA DE PORTUGAL DIVULGAR SEU TURISMO...

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