Bela, jovem ainda, ela caminha no calor do meio-dia, se
aproxima da imensa cratera no meio do deserto de Karakum. O forte cheiro a
enxofre não lhe incomoda. Foi por esta estranha fatia de entranha da terra que
ela deixou os perfumes parisienses e os gramados do Ibirapuera.
Pelas chamas que iluminam as noites geladas - chamas que queimam um pouco do gás que o Turcomenistão manda para a Rússia – ela ousou adentrar um dos regimes mais radicais do mundo depois da Coréia do Norte.
Camila Sposati não veio à procura da rota da seda. Persegue pelo mundo afora crateras, sejam elas naturais ou resultado da incessante busca do homem pelos segredos da terra.
Pelas chamas que iluminam as noites geladas - chamas que queimam um pouco do gás que o Turcomenistão manda para a Rússia – ela ousou adentrar um dos regimes mais radicais do mundo depois da Coréia do Norte.
Camila Sposati não veio à procura da rota da seda. Persegue pelo mundo afora crateras, sejam elas naturais ou resultado da incessante busca do homem pelos segredos da terra.
Fecha-se a cortina asiática para se levantar outra, mais
leve, sobre uma ilha tropical. Há nove meses foi convidada para participar da
III Bienal da Bahia, rica agora de diplomas - residências em Londres, Paris,
Helsinque, Glasgow, Tóquio. Faculdades, institutos e bibliotecas foram, por
anos, a rotina quotidiana. Prêmios. Muitos.
O último sendo do IPHAN para sua exposição no Paço Imperial do Rio de Janeiro.
O último sendo do IPHAN para sua exposição no Paço Imperial do Rio de Janeiro.
Camila escolheu a dengosa cidade
de Itaparica para cavar/construir uma estrutura de teatro anatômico da terra.
Obra efêmera, desconcertante como um óvni. Objeto de comentários insistentes
desde os bastidores do MAM até a sombreada Praça da Quitanda e as escolas da
ilha.
Obra que atrai o apoio de nomes consagrados na Bahia: Tuzé de Abreu, Bernard Attal, Pasqualino Magnavita, Carmen Paternostro, Tuca Pinheiro, Carlos Etchevarne. Quem diria que a gentil Caca da tia Luiza (Erundina) fosse se transformar numa artista irrequieta, procurando elos entre química, geografia, física e história?
Obra que atrai o apoio de nomes consagrados na Bahia: Tuzé de Abreu, Bernard Attal, Pasqualino Magnavita, Carmen Paternostro, Tuca Pinheiro, Carlos Etchevarne. Quem diria que a gentil Caca da tia Luiza (Erundina) fosse se transformar numa artista irrequieta, procurando elos entre química, geografia, física e história?
Amanhã, outros teatros anatômicos. No Alentejo? No Rif marroquino?
Na Provence? Depende de acordos com fundações e ministérios culturais.
Em paralelo, prepara, aqui, no bairro de Santo Antônio, exposições em Paris, São Paulo e Nova-Iorque.
Continua caminhando.
Em paralelo, prepara, aqui, no bairro de Santo Antônio, exposições em Paris, São Paulo e Nova-Iorque.
Continua caminhando.
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