A música terminou e a sensação era de que alguma coisa sairia do buraco. Os magos, mágicos, feiticeiros responsáveis pelo som se batizam “meteorangos”. Meteorango Kid foi a canção que abriu o show. Pintaram-se de terra para tocar no interior da Terra. “Nosso figurino é tcheco”, brincava Tuzé de Abreu enquanto tudo o que vestia era uma sunga. O bastidor foi o palco. O palco, o Teatro Anatômico da Terra, na Ilha de Itaparica.Com apresentação bastante performática, o grupo apresentou composições próprias, algumas inéditas | Foto: Isbela TrigoDurante o Larrálibus Esumálicus Cujulélibus, concerto de música experimental apresentado no último sábado, 15, Tuzé de Abreu, Greice Carvalho, André Rangel, Orlando Pinho e Edbrass Brasil, com influências teatrais, ampliaram vozes, violões e piston cretino utilizando apenas a acústica do Teatro Anatômico da Terra, projeto da artista Camila Sposati para a 3ª Bienal da Bahia, onde o público se dividiu entre gente que já sabia de cor a poesia do grupo e moradores da ilha que chegavam tímidos para entender o que estava acontecendo.Marcados pela experimentação de instrumentos musicais, os músicos fazem parte do grupo que apresenta o show Novas Aventuras no País do Som | Foto: Gess AlencarO repertório foi resultado da adaptação feita de Novas Aventuras no País do Som, show que os artistas realizaram juntos no Teatro Villa Velha, em julho deste ano, em Salvador. Além disso, apresentaram composições inéditas como Arquiteto, letra musicada por Orlando Pinho em três dias antes da apresentação.
“Larrálibus Esumálicus Cujulélibus” foi última ação dentro do Teatro Anatômico da Terra antes que comece sua demolição | Foto: Isbela TrigoPara a artista Camila Sposati, o show, última ação dentro do Teatro antes que comece sua demolição, casou totalmente com o conceito de sua obra, inspirada nos teatros anatômicos do corpo humano surgidos na Europa, no século XVI. “Eles entraram totalmente na atmosfera do Teatro. Primeiro que eles estão com argila no corpo. E, depois, que tudo se encaixa: a coincidência do Tuzé ter trabalhado com dissecação de corpos no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues, a relação dele com Smetak, a brincadeira relacionando João Ubaldo Ribeiro, que também era da Ilha, com a “água do balde” [água que se acumula no Teatro]. Então, tudo se encaixa.”Gess AlencarProdução de conteúdoNúcleo de Comunicação71 91429979 | 71 3117 6137
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
AINDA O TEATRO DE ANATOMIA
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