Recém-inaugurada Fundação Louis Vuitton, em Paris, atrai por sua arquitetura e pelas exposições
Localizado no Bois de Boulogne, o prédio projetado pelo arquiteto Frank Gehry recebe mostras de artistas contemporâneos
POR FERNANDO EICHENBERG, CORRESPONDENTE
PARIS — Entre deambulações pelas ruas, pausas em cafés e degustações nos novos bistrôs gastronômicos abertos na cidade, o turista deste outono parisiense tem a sua disposição uma variada escolha de exposições para visitar.
No Bois de Boulogne, a recém-inaugurada Fundação Louis Vuitton atrai tanto pela sua arquitetura como pelas obras que acolhe. Projetado pelo celebrado arquiteto canadense naturalizado americano Frank Gehry, o prédio em si, na parte externa e em seu interior, é uma obra à parte para o visitante, constituída de enormes placas de vidro sobrepostas. Criado como um espaço para a arte contemporânea, o local receberá obras da coleção particular do empresário Bernard Arnault (proprietário da Louis Vuitton), mostras de renomados artistas e também concertos (o pianista Lang Lang se apresentou esta semana, e o grupo Kraftwerk está confirmado para oito noites em novembro).
Para quem desejar se aprofundar no universo do arquiteto, o Centro Georges Pompidou exibe até janeiro de 2015, a maior retrospectiva europeia de suas criações. O Museu d’Orsay reservou também até janeiro de 2015 uma generosa parte de suas galerias para marcar o bicentenário da morte do Marquês de Sade (1740-1814), num contraponto dos escritos do autor de “Os 120 dias de Sodoma”, “A filosofia na alcova” ou “Justine” com obras de artistas como Rodin, Picasso, Goya, Géricault, Ingres e muitos outros.
BONECAS, GRAVURAS E CINEMA
O Grand Palais oferece duas grandes exposições em suas prestigiosas salas. Numa delas, o visitante poderá descobrir Niki de Saint Phalle (1930-2002), artista autodidata politicamente engajada, militante feminista e autora irreverente de uma vasta e original obra. Seu nome evoca comumente as célebres “Nanás”, sua série de bonecas gigantes, alegres e coloridas, parida nos anos 1960, ou a Fonte Stravinsky, incontornável conjunto de 16 esculturas instalado ao lado do Centro Pompidou. Escultora, desenhista, gravurista, cineasta experimental, a artista tem mais de 200 de seus trabalhos expostos até fevereiro de 2015. Em outro espaço, o Grand Palais exibe, até janeiro de 2015, 500 trabalhos do pintor, desenhista, ilustrador e gravurista, Hokusai (1760-1849), considerado um dos maiores artistas japoneses de todos os tempos, conhecido por sua série “Trinta e seis vistas do Monte Fuji” e “A grande onda”, dos anos 1830.
Por ocasião dos 30 anos da morte do cineasta François Truffaut (1932-1984), um dos grandes nomes da Nouvelle Vague, a Cinemathéque Francesa montou uma exposição em sua homenagem, com documentos inéditos de seu arquivo pessoal, e também a reconstituição de sua sala na redação da mítica revista “Cahiers du Cinéma”. Há ainda a reabertura do Museu Picasso,a exposição sobre a pintura de Marcel Duchamp (1887-1968), no Centro Pompidou (até janeiro de 2015), e a coleção do marchand do impressionismo Paul Durand-Ruel (1831-1922), no Museu do Luxemburgo (até fevereiro de 2015).
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