Criados para não lembrar as antigas barracas, quiosques já acumulam reclamações
Quase dez anos depois da decisão do juiz Carlos D’Ávila, da 13ª Vara da Justiça Federal, que determinou a derrubada de todas as barracas da Orla da cidade, baiano e turista vão poder voltar, aos poucos, a contar com a infraestrutura oferecida pelos equipamentos. Os primeiros quiosques começaram a ser instalados na segunda quinzena de setembro no trecho entre Itapuã e Piatã — que já foram requalificados pela Prefeitura. Assinados pelo arquiteto Sidney Quintela, os equipamentos pouco remetem ao padrão de barracas de praia.
Com estrutura de madeira e vidro, os quiosques terão 30m², 50m² e 100m², e segundo a Prefeitura, foram criados com a intenção de inovar. “Busca fugir do tradicional cobertura de palha, e ao mesmo tempo que tivesse uma durabilidade grande, fosse esteticamente bonito e que não impactasse no visual da praia. Por isso, ele tem bastante vidro”, explicou o secretário municipal de Cultura e Turismo (Secult), Érico Mendonça, após a divulgação do modelo adotado.
Na segunda etapa, outros 88 quiosques serão instalados na Barra, Rio Vermelho, Ribeira, Tubarão e São Tomé de Paripe e serão administrados pelos próximos 15 anos pelas empresas Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, Holz Engenharia e o consórcio RPH e Lazer Salvador. Porém, questões importantes ficaram de fora do planejamento.
Falta de diálogo na escolha do modelo
Apesar da grande espera, a opinião do baiano não foi levada em consideração pela Prefeitura na hora da escolha do modelo dos quiosques, que só foi apresentado no final de agosto. Questionado sobre a falta de diálogo, o secretário de Cultura e Turismo garante que não havia a necessidade de consultar a opinião pública. “A licitação foi feita no ano passado, foi escolhido um modelo que se adaptasse bem a Orla(...) Para esse tipo de projeto não há diálogo com a população, é uma decisão da prefeitura”, afirma.
Apesar da grande espera, a opinião do baiano não foi levada em consideração pela Prefeitura na hora da escolha do modelo dos quiosques, que só foi apresentado no final de agosto. Questionado sobre a falta de diálogo, o secretário de Cultura e Turismo garante que não havia a necessidade de consultar a opinião pública. “A licitação foi feita no ano passado, foi escolhido um modelo que se adaptasse bem a Orla(...) Para esse tipo de projeto não há diálogo com a população, é uma decisão da prefeitura”, afirma.
Critérios ainda em aberto
Apesar de serem um dos mais interessados, os barraqueiros alegam que só foram procurados pelas empresas que vão administrar os equipamentos na semana passada. Além da demora, de acordo com o presidente da Associação dos Barraqueiros de Salvador, Alan Rebelato, o critério que será aplicado na escolha dos comerciantes não ficou claro. “Não explicaram detalhadamente. Eles querem ver as pessoas que têm mais conhecimento na área, têm um pouco de condições para equipar a barraca (...) a pessoa tem que apresentar uma proposta do que vai vender e eles vão analisar”, disse.
Apesar de serem um dos mais interessados, os barraqueiros alegam que só foram procurados pelas empresas que vão administrar os equipamentos na semana passada. Além da demora, de acordo com o presidente da Associação dos Barraqueiros de Salvador, Alan Rebelato, o critério que será aplicado na escolha dos comerciantes não ficou claro. “Não explicaram detalhadamente. Eles querem ver as pessoas que têm mais conhecimento na área, têm um pouco de condições para equipar a barraca (...) a pessoa tem que apresentar uma proposta do que vai vender e eles vão analisar”, disse.
Questões como o valor que será cobrado pelo aluguel do espaço ainda não foram definidas. “A previsão que eles me falaram é que na semana que vem já tinham que ter as pessoas certas”, disse Alan. Ao Jornal da Metrópole, Thiago Botelho, representante da Nova Orla, limitou-se a dizer que o projeto “andou bastante”.
Em Stella Maris - que não foi citada nessa matéria - para caberem os 13 quiosques gigantescos programados, a última restinga de praia de Salvador será destruída e seu coqueiral centenário, uma verdadeira floresta de coqueiros, irá desaparecer.
ResponderExcluirSuspeitíssima foi essa licitação em que o vencedor foi justamente um arquiteto (não um urbanista) amigo do prefeito e que, além dessas aberrações que mais parecem vitrines de lojas de shopping, também foi o responsável pelo calamitoso e inadequado projeto da requalificação da Barra e do Rio Vermelho. Ou seja, levou todas.
Em Stella Maris a autoria do projeto-crime-ambiental coube à Prado Valladares. Coincidentemente a presidente da Fundação Mário Leal Ferreira, Tânia Scofield, antes de assumir o cargo na FMLF era arquiteta da mesma Prado Valladares.
Sempre lembrando nossos marginais sem colarinho branco, "tá tudo dominado".
Em tempo: ontem, quando voltava da faculdade, pude ver os tais quiosques sendo montados a pleno vapor, em Itapuã, às11 horas da noite (!!!).
ResponderExcluirMais de 20 metros da areia da praia foram cimentados para criar espaço para os monstrengos. Agora Itapuã tem um filete de praia para lazer gratuito. Será forçoso ocupar o cimento e os quiosques.