Amigos, para corresponder à beleza de um crepúsculo da Bahia de Todos os Santos, fotografado pela artista plástica Márcia Magno e postado no Facebook, não sei se ontem ou se hoje, somente a monumentalidade sensorial de um soneto do saudoso belmontino Sosígenes Costa (1901-1968), escrito em 1926, mas só publicado na sua "Obra Poética", em 1959, sua única edição em vida. Vai abaixo, com o espetáculo visual da foto.
FLORISVALDO MATTOS
Foto: Márcia Magno
CREPÚSCULO
Sosígenes Costa
Resplandece o crepúsculo de jade,
de turquesa, de opala e cornalinas.
Pelos céus há pavões. Toda a cidade
é lilás com repuxos de anilinas.
de turquesa, de opala e cornalinas.
Pelos céus há pavões. Toda a cidade
é lilás com repuxos de anilinas.
As aves cor de gesso, à claridade
do ocaso, ficam quase solferinas.
A cor dourada agora tudo invade,
tornando as passifloras ambarinas.
do ocaso, ficam quase solferinas.
A cor dourada agora tudo invade,
tornando as passifloras ambarinas.
A natureza cintilante e amena
sardanapalescamente se decora,
brilhando mais que as asas da falena.
sardanapalescamente se decora,
brilhando mais que as asas da falena.
Todo o horizonte de lilás se enflora.
Traja galas de príncipe a açucena.
Não parece o poente, mas a aurora.
Traja galas de príncipe a açucena.
Não parece o poente, mas a aurora.
(1926)
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