segunda-feira, 10 de junho de 2013

INSEGURANÇA EM SALVADOR

Com 149 homicídios em 1 mês, Salvador ainda não definiu segurança

Apesar da lacuna na divulgação, as polícias Civil e Militar garantem que trabalham ativamente no esquema de segurança do torneio há dois anos

Mesmo com o cenário de insegurança e violência, o plano do policiamento ainda é uma incógnita na capital baiana Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil
Mesmo com o cenário de insegurança e violência, o plano do policiamento ainda é uma incógnita na capital baiana
Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

Terceira maior capital do Brasil, com mais de 2,7 milhões de habitantes e um alto índice de criminalidade, Salvador (BA)ainda não divulgou seu esquema de segurança para a Copa das Confederações, apesar de os dados mostrarem que os turistas devem se preocupar com a violência na cidade. Apenas em março deste ano foram registrados 149 homicídios, 84 tentativas de assassinatos, 41 estupros, 64 assaltos a ônibus e 678 furtos a veículos. Mesmo com esse cenário, o plano do policiamento ainda é uma incógnita para os três jogos locais - Uruguai e Nigéria (20 de junho), Brasil e Itália (22 de junho) e a disputa do terceiro lugar (30 de junho) - na Arena Fonte Nova
Nesta segunda-feira, o Terra mostra a quarta reportagem da série sobre como as seis capitais estão se preparando para receber os jogos com segurança. Na sexta-feira, foi a vez de Brasília; no sábado, de Fortaleza (CE); ontem, do Recife (PE); na terça, de Belo Horizonte (MG), e na quarta do Rio de Janeiro, cidade que receberá a final no Estádio do Maracanã.
Dados do governo estadual baiano mostram que os turistas devem se preocupar com a violência em Salvador Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil
Dados do governo estadual baiano mostram que os turistas devem se preocupar com a violência em Salvador
Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil
Até o momento, foram divulgadas algumas ações, só que o plano completo da segurança dos jogos ainda é desconhecido, diferentemente das outras sedes da competição.  No Recife, por exemplo, o governo adiantou que terá delegacias móveis da Polícia Civil, batalhões especializados em salvamento e resgates do Corpo de Bombeiros, integração das forças de segurança na Arena Pernambuco, com cavalaria, motos e viaturas, além de o uso de um robô antibombas. Outro exemplo é Brasília, que anunciou cerca de 5 mil agentes, um número secreto de policiais infiltrados, dois helicópteros, 780 veículos, ambulâncias, viaturas de resgate e 550 motocicletas na abertura do torneio. Além disso, a Polícia Militar terá dois veículos blindados com câmeras altamente precisas, que identificam rostos e placas num raio de mais de 300 metros, e veículos aéreos não tripulados (vants).
As polícias Civil e Militar baianas, porém, garantem que trabalham ativamente no esquema de segurança do torneio há dois anos. O secretário da Comissão Estadual de Segurança Pública para Grandes Eventos, major Ary Pereira de Oliveira, diz que serão mais de 4 mil PMs no entorno da Fonte Nova, na escolta de autoridades e delegações e nos locais onde serão instalados telões (public viewings).
"Temos uma tática afinada de pronta resposta para esses pontos, especialmente porque o controle de entrada de armas é mais difícil e precisamos garantir que todos se divirtam em segurança”, explicou Oliveira, ao se referir aos telões, que ficarão nos bairros de Cajazeiras, Ribeira e Jardim. A expectativa é que cada um receba cerca de 30 mil torcedores.
Policiais bilíngues
Além da atuação nos public viewings e na Fonte Nova, a PM baiana também treinou policiais bilíngues para trabalhar no aeroporto Luis Eduardo Magalhães, em pontos turísticos e zonas hoteleiras. A corporação conta com uma equipe especializada em desarmamento de artefatos explosivos e resgate em estruturas colapsadas. “Já fizemos vários ensaios e vamos operar com um Centro Integrado de Comando e Controle ligado à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para que tudo saia como planejado”, afirmou o major Oliveira. 
A Polícia Federal (PF), dividida em 17 áreas - incluindo coordenações cibernética, marítima, aeroportuária e de migrações -, receberá a ajuda de 546 servidores recrutados nos Estados do Amazonas, Paraná, Sergipe e Tocantins. “Com o aumento do fluxo e da duração das rotinas de segurança, precisamos aumentar o efetivo para evitar a lentidão no embarque e desembarque”, explicou a coordenadora regional substituta da PF, Ana Cláudia Spinelli Alves, informando que serão 180 agentes no aeroporto.1

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