sábado, 22 de junho de 2013

CARTA A PRESIDENTA

Senhora PresidentA,

Sábado o Brasil conversou com a senhora olho no olho. Face a face. Sábado o Brasil, disse à senhora, em uma conversa de cerca de 45 segundos
, o que ele pensa sobre esse momento que vive o Brasil. Abra os olhos presidentA. O que lhe dizem os institutos de pesquisa não refletem a realidade.

Foi visível o quanto lhe doeu receber aquelas sonoras vaias. Mas acredite, sua dor é nada perto da dor do povo brasileiro.

O brasileiro sente dor quando enxerga que 40% do que ela produz é destinado a sustentar os camaradas que estão todos aninhados na máquina estatal cada vez mais inchada e consequentemente menos qualificada. Ele sente dor quando vê que seu suado diploma do ensino superior vale menos que uma carteira de filiado partidário com a contribuição mensal em dia.

O brasileiro sente dor quando enxerga que paga impostos britânicos e recebe serviços africanos. O brasileiro sente dor quando vê suas universidades sucateadas e seus professores precisando fazer greve, lutando não por um bom salário, isso parece até já ter sido sublimado, mas lutando por dignidade.

Os médicos brasileiros estão sentindo muita dor, presidentA, já que a senhora vai trazer pro Brasil seis mil outros médicos, que ao contrário deles, que precisavam comprovar seu conhecimento em avaliações que seguiam as normas do Brasil, não precisarão comprovar absolutamente nada, já que vem com um diploma chancelado não pelo MEC, mas por uma ditadura quinquagenária que sob o pretexto da divisão igualitária dos bens, persegue, prende e oprime aqueles que dela divergem. Logo a senhora, que bravamente combateu uma ditadura...

Os exportadores brasileiros sentem dor quando enxergam o real ora supervalorizado ora desvalorizado por uma política econômica que parece agir por eliminação. Tenta uma medida num mês, pra avaliar o resultado, depois desfaz e tenta outra, e assim vai. PresidentA, nessas tentativas, quem quebra não é o governo, é o empregador. Quem fica desempregado não é o camarada, é o operário despolitizado.

PresidentA, dói em todos nós, ver a seu lado homens como José Dirceu, um dos maiores bandidos que esse país teve o desprazer de conhecer, um criminoso condenado, chefe de quadrilha.

Dói em todos nós ver ao seu lado, João Paulo Cunha, José Genoíno, e aqui nem vou mencionar Lula, pois estou me atendo nesta reflexão apenas a fatos judiciais, não a juízos de valor que eu venha a fazer.

Dói vê-la abraçada a Rennan Calheiros. PresidentA, ainda que a achemos uma mulher correta e bem intencionada, aprendemos desde cedo, com nossas avós: “Diga-me com quem anda e te direi quem és.”.

Os brasileiros sentem dor quando assistem trapalhadas dos “camaradas” que eles sustentam, a mais recente foi a humilhação por que passaram os usuários do Bolsa Família. Na cabeça daquelas pessoas, duas perguntas reverberavam enquanto eram humilhadas naquelas filas. A primeira era: “Será que vou conseguir sacar?” E a segunda era: “E no mês que vem?”. Isso dói presidentA.

Doeram demais naqueles meninos as borrachadas, as bombas, os tiros de bala de borracha, as dentadas de cachorro, os coices da cavalaria que aqueles meninos combateram com flores em São Paulo, protestando contra o aumento da passagem de ônibus, autorizado pelo governo dirigido pelo prefeito Fernando Haddad do PT e pela Vice prefeita Nádia Campeão, do PC do B.

Dói ver o governo transformando o Congresso Nacional em cartório do executivo. Governando por MP`s e agora enviando-as no limite do vencimento pra pressionar sua aprovação a toque de caixa e sem qualquer discussão consistente.

Dói no judiciário ver seus camaradas tentando limitar a atuação do Ministério Público, como que numa retaliação pelo trabalho realizado por esta instituição no maior julgamento da história deste país, o mensalão petista.

Dói na nossa constituição federal ver que os seus camaradas querem retirar a última palavra constitucional do Supremo Tribunal Federal.

Dói olhar pra trás e ver que seu partido, já no poder, lutou por um marco regulatório da imprensa.

Me gela a espinha imaginar se todos os planos do PT tivesse tido sucesso. Imagine um Brasil com uma imprensa regulada, um ministério público limitado e um supremo que não pode dar a última palavra...

É presidentA... Dói ver que se o PT tivesse conseguido levar a cabo suas ideias, hoje estaríamos vivendo numa ditadura. Entristece-me demais, presidentA. Ao invés de mudar o país, vocês preferiram mudar de lado.

PresidentA, nós vimos o quanto doeu em seu ego as vaias que o Brasil lhe deu. Mas eu repito, a dor que a senhora sentiu não é nada perto das dores que sentimos.

Autor(a) sem garantia: "um(a) brasileiro(a)"
Madrugada do dia 17, segunda feira do mês de junho.

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