Brasília, 19 jun (EFE).- O Senado voltou a discutir nesta quarta-feira um projeto de lei que analisa há cinco anos e propõe reduzir os impostos do transporte público, cujo aumento de tarifas e má qualidade motivaram protestos em todo o país.
O senador Lindbergh Farias, do PT, disse que o projeto pode ser aprovado nos próximos dias na Comissão de Assuntos Econômicos, último passo antes de chegar ao plenário da Câmara dos Deputados.
'Estamos muito animados com essa possibilidade, mas tudo dependerá de acordos entre os partidos' representados no Senado e de uma 'boa articulação política', declarou Lindbergh.
O projeto propõe uma redução nos impostos e também diversos benefícios fiscais para as empresas concessionárias do transporte público no Brasil, com o objetivo de contribuir para uma redução tarifária.
Os protestos explodiram no país há dez dias, inicialmente motivados pelo aumento de R$3 para R$3,20 no preço da passagem de ônibus em São Paulo, cidade que foi palco de algumas das manifestações mais violentas.
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou hoje em entrevista coletiva que analisa diversas alternativas para tentar reduzir o preço do transporte, mas depositou boa parte de suas esperanças na aprovação dessa nova legislação no Senado.
Haddad não explicou nenhuma das outras 'alternativas' que analisa, mas advertiu que não tomará 'decisões populistas' para 'agradar em curto prazo'.
Também disse que deverá garantir que qualquer medida adotada para baratear as tarifas não afete os investimentos em outras áreas, entre as quais, citou saúde e educação.
As manifestações não deram trégua nos últimos dez dias e hoje continuavam na periferia de São Paulo, nos arredores de Brasília, em Belo Horizonte e em Fortaleza.
Nesta última, o protesto foi pela alta do transporte, mas também pelo elevado gasto público na Copa das Confederações e começou poucas horas antes do início da partida entre Brasil e México.
Segundo informaram as autoridades, pelo menos oito policiais e um manifestante ficaram feridos nos enfrentamentos ocorridos a cerca de três quilômetros do estádio Castelão.
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