São Paulo - Wang Jianlin, o homem mais rico da China, enviou o seu recado: acordem para a realidade.
Em entrevista publicada no South China Morning Post, ele disse que o país "precisa abandonar a fantasia de manter uma taxa de crescimento de 7% ou 8% e aceitar 6%, 7% ou mesmo 5%".
Apesar de dados preocupantes, a China mantém como meta crescer 7% este ano. Mesmo se alcançada, seria a menor taxa dos últimos 25 anos.
Na entrevista, Jianlin disse também que "a economia chinesa precisa se transformar de uma dependência de investimento e exportações para consumo. Este é um processo doloroso. Se a transformação não acontecer agora, será ainda mais dolorosa no futuro".
As dificuldades deste processo de rebalanceamento tem sido uma das fontes de turbulência nos mercados da China e do mundo, que viveram uma montanha-russa nos últimos dias.
O governo tenta conter o pânico de curto prazo, mas analistas alertam que retroceder nas reformas ou recorrer a novos estímulos pode agravar os desequilíbrios já existentes.
Jianlin lidera um conglomerado imobiliário que possui mais de 100 shoppings na China, além de hotéis e outros centros de entretenimento, e se tornou a maior operadora de cinemas do mundo com a compra da americana AMC Entertainment em 2012.
Sua fortuna é estimada pela Bloomberg em US$ 31,5 bilhões. Isso faz dele o homem mais rico da China, posição na qual esteve em 2013 e havia perdido.