Duas francesas, em dezembro passado, foram assaltadas por
meia-dúzia de pivetes na altura da fonte de Mário Cravo, os quais roubaram o celular,
ainda dando risada no outro lado da rua. O diretor do Villa-Bahia, dirigindo-se
ao estacionamento nunca vigiado, teve seu relógio arrancado na esquina da
igreja da Ordem Terceira de São Francisco. Um alemão foi assassinado na praia
do Flamengo...
Cada vez que um visitante é agredido, voltando - vivo! - ao
seu país, fala pelo menos a dez pessoas que falarão a outras cem. Belo
contra-marketing! Durante os anos que o Hotel Pestana recebeu turistas no Rio
Vermelho, não parou também de receber queixas de assaltos. Na saída do Convento
do Carmo, apesar do quadriciclo com logotipo do 18° Batalhão enferrujando há
dois anos na porta do Deluxe, a ladeira do mesmo nome é o terreno tradicional e
seguro dos malandros.
Em 2012, um agente da muy eficiente polícia secreta de Israel
pegou um mapa do centro histórico de Salvador e demostrou que bastava controlar
as poucas entradas para controlar o bairro inteiro. Exatamente como acontece em
Cartagena de las Índias, na não menos perigosa Colômbia. Lá andei de noite como
de dia sem o menor receio. Não adianta promover em Miami e em Dubai os encantos
da Bahia se, ao perambular pelo centro, os turistas serão incomodados por vinte
drogados e assaltados a cada esquina.
Os policiais, mal treinados e pouco
atuantes são figuras meramente decorativas. Alguém já viu policial GG correr atrás
de ladrão? Nunca estão nos pontos nevrálgicos. Onde o recurso humano é falho,
câmeras deveriam monitorar as áreas sensíveis. Mas, ou não existem ou não
funcionam.
O turismo na Bahia sobrevive unicamente pelos esforços
teimosos dos comerciantes, eles mesmo sobrevivendo por milagre aos impostos
escorchantes do estado e do município.
Enquanto não houver responsáveis
profissionais e competentes nos postos-chave, nosso turismo continuará sendo
uma enorme avacalhação.
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