Quando chegou a São Paulo, em 2003, o administrador baiano Crezo Suerdieck Dourado tinha pouco dinheiro no bolso, um Honda Fit e o desejo de se tornar um empresário de sucesso.
Ao saber que a pequena Mobi System, de tecnologia da informação, estava à venda, pagou R$ 100 mil para assumir o controle da empresa, dando o carro de entrada e parcelando o restante.
Em um ano, Dourado, um dos herdeiros da fábrica de charutos Suerdieck, fez com que seu faturamento saltasse de R$ 600 mil para R$ 1 milhão.
O empresário, então, decidiu vendê-la para embolsar os lucros.
Dourado: em troca do controle das empresas, ele assume o passivo
para colocar as contas em dia.
A transação lhe rendeu R$ 1,5 milhão e assim ele descobriu sua verdadeira vocação: consertar empresas com problemas e lucrar com isso. Hoje, divide o comando da DX3 Investimentos com o sócio, Leonardo Barros.
Os dois controlam 11 empresas.
A dupla gosta de correr riscos, assumindo o passivo de companhias de médio porte em dificuldades, mas com potencial de crescimento. Em troca, fica com o controle. E se não der certo? ?
É um risco, mas é o que me motiva?, disse Dourado à DINHEIRO. O portfólio atual reúne ativos de R$ 160 milhões e um faturamento anual de R$ 80 milhões.
O melhor momento na curta trajetória da DX3 ocorreu nos últimos oito meses, quando fez nove aquisições.A relação inclui a Seebla Engenharia e o grupo Trends, representante do Consócio TAV Brasil, que disputa a licitação do trem-bala.
Com isso, Dourado e Barros têm de provar que são capazes de recuperar negócios em setores complexos, já que a Trends e a Seebla têm passivo de R$ 60 milhões cada uma. A DX3 concentrará sua energia no que sabe fazer: gestão de caixa e renegociação de contratos.
Esse trabalho é tocado por uma equipe enxuta, formada por 25 profissionais entre auditores e advogados. ?Não dá para entender de tudo?, afirma.
Por isso, mantemos no organograma das empresas as pessoas que conhecem o dia a dia do negócio.?
Esse modelo de atuação serve para todas as tacadas nas quais a DX3 se envolve, especialmente em setores especializados como o de moda. A direção criativa da grife carioca Flor, fundada pelo empresário Marcos de Moraes, criador da Zipnet e filho do legendário Olacyr de Moraes, seguirá com a estilista Juliana Fregonesi.
Apesar do pequeno porte, Dourado diz que sua DX3 recebe cerca de 60 consultas por mês de empresários em dificuldades. Todas são checadas pessoalmente por ele, o que o faz se deslocar pelo Brasil pelo menos duas vezes por semana.
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