Antônio
Carlos Magalhães, quando governador, podia ter muitos e graves defeitos, mas
ele sabia da importância da área cultural e, no intuito de não se opor aos
formadores de opinião, sempre fez o possível para valorizar os artistas que
poderiam lhe dar algum retorno. Mas não vamos citar nomes. Os fantasmas são
vindicativos...
Não é o que
tem acontecido com nossos últimos governantes para quem a cultura não passa de
cereja do bolo. Na primeira gestão do Jaques Wagner as crises de egolatria do
secretário geraram reações exacerbadas. Hoje, a exagerada discrição do atual
secretário – homem culto e sensível - o faz parecer abafado por assessores
impertinentes. Um destes tem até orgulho em afirmar que nada entende de
cultura, como se isso fosse superioridade. Aliás, o mesmo no passado comprovou também
nada entender de saúde pública. Pela Bahia inteira estão a pipocar reuniões de
artistas e intelectuais questionando os diktats impostos pela Secult e a total
falta de diálogo.
Entre as
atitudes mais esdrúxulas temos que evidenciar a forma incoerente de postergar a
incontornável proposta do cineasta Cláudio Marques. O criador do conjunto de
cinemas Glauber Rocha/Itau almeja a formação de plateia para o cinema nacional.
Proposta baseada na política cinematográfica francesa, de comprovada eficácia,
hoje realidade econômica que emprega milhares de trabalhadores e vende seus
produtos em grande parte do globo. A extrema simplicidade do projeto esbarra numa
administração que, infelizmente, muito preza pela burocracia. Sem contar com
uma estranha alergia a toda e qualquer opinião que possa se aproximar da mais
leve suspeita de sombra de crítica.
Desde já, toda uma geração de estudantes na Bahia e o próprio cinema
nacional estão sendo prejudicados.
Afinal, que democracia é essa que não admite
opinião divergente e recusa dialogar? Vamos, por favor, deixar o endeusamento
dos dirigentes para a Coreia do Norte!
Chamar o atual secretário de cultura de "culto e sensível" é no mínimo um deboche. Exatamente por sua condição de auto didata a necessidade de auto afirmação fala mais alto quando as boas ideias não são de sua lavra. Nada a ver com burocracia ou assessoria.
ResponderExcluirRelembro que alguns anos atrás estava no centro da cidade e vi passar manifestação de professores da rede pública, proferindo palavras de ordem contra esse mesmo indivíduo (que adora holofotes sobre si e não sobre artistas), chamando-o de traidor e de mau caráter.