Começou mal, ao receber e-mail de uma destas mulheres
sorridentes e decididas que são ótimas para conversa de coquetel, mas só se dão
com gente muuuito rica.
Um casal que encontrara num jantar em NY vinha a
Salvador e precisava de informações. Para tanto, nada melhor que nosso graaande
amigo – coisa que nunca fui – para desvendar tooodos os segredos desta cidade
impar.
“Vão ser recebidos pela socialaite Leyde Slack que já colocou a
disposição um carro muuuito confortável com o motorista Ronaldo que conhece ab-so-luta-mente
tuuudo da capital”. Em anexo, o programa já elaborado. Tão imbecil que respondi
sem rodeio “Definitely terrible”.
Sugeri uma das guias mais conceituadas da Bahia. Seguiu-se
um rosário de perguntas num tom entre charmoso e autoritário. Sobre o Balé
Folclórico da Bahia, precisavam saber exa-ta-men-te o que era. Declarando-se
colecionadores, de museus não quiseram nem ouvir falar. Abaixo do Reina Sofia,
Orsay e Arsenal de Veneza, nada existe.
Queriam, sim, nomes de grandes
restaurantes, mas condescendiam em me convidar para um drinque no Deluxe Hotel,
a vinte metros de minha casa. Honra a qual nem respondi. Passei da idade de
aceitar meios-convites.
Falei á guia para evitar que viessem a minha casa, mas ela
tanto fez que me vi forçado em abrir a porta. Casal nota dez. O homem alto, elegante,
já coroa, com cabelo discretamente “dourado” por especialista caprichoso. Ela,
ainda nos seus 30, loira e esguia, vestida como para fazer compras na Avenue
Montaigne ou na Madison.
Imitando Machado de Assis ao colocar (injusta)
restrição a uma donzela só porque era coxa, eu diria que a gringa tinha, a meu
ver, um defeito re-di-bi-tó-rio. Ostentava no ombro uma enooorme bolsa LV.
Acontece que tenho horror a qualquer peça de roupa que evidencie a etiqueta de
qualquer fabricante.
E esta em particular.
A simplicidade é o máximo da sofisticação. Feliz 2016!!!
ResponderExcluirAssino o comentário acima, ok Dimitri ?
ExcluirLais Mel