Um forte terremoto de magnitude 7,8 estremeceu neste sábado (25) o Nepal, deixando cerca de 1.800 mil mortos e 5 mil feridos, segundo a agência Reuters.
A força do terremoto foi sentida também em Bangladesh, Índia, China, Paquistão e no Monte Everest, onde uma avalanche provocada pelo abalo deixou pelo menos 17 mortos.
O tremor ocorreu às 3h11 (de Brasília), a 77 km ao noroeste de Katmandu e a 15 km de profundidade. Outras quatro réplicas menores atingiram o país logo após o terremoto mais potente.
"Há relatos de danos generalizados. A devastação não está confinada a algumas áreas do Nepal. Quase todo o país foi atingido", disse Krishna Prasad Dhakal, vice-chefe da missão na embaixada do Nepal, em Nova Déli.
Testemunhas disseram às agências de notícias que o terremoto durou entre 30 segundos e dois minutos. Milhares de pessoas deixaram seus lares e estão nas ruas da capital, Katmandu, com receio de que casas e prédios desmoronem.
Ajuda
As comunicações, a eletricidade e a água corrente foram cortados, informou a ONG Oxfam, que "se prepara para fornecer água potável e artigos de primeira necessidade", segundo a sua diretora no Nepal, Cecilia Keizer.
As comunicações, a eletricidade e a água corrente foram cortados, informou a ONG Oxfam, que "se prepara para fornecer água potável e artigos de primeira necessidade", segundo a sua diretora no Nepal, Cecilia Keizer.
Os hospitais do país de 28 milhões de habitantes tentam dar conta dos feridos, enquanto a busca por sobreviventes é complicada devido à falta de equipamentos para escavar. As imagens mostram cidadãos tentando retirar escombros com as próprias mãos.
Destruição
A cidade de Katmandu foi a que mais sofreu. Há registros de danos em edificios e casas, especialmente nas construções mais antigas, e também em templos e monumentos.
A cidade de Katmandu foi a que mais sofreu. Há registros de danos em edificios e casas, especialmente nas construções mais antigas, e também em templos e monumentos.
Erguida em 1832 na capital do Nepal, a torre histórica de Dharara, uma das atrações turísticas da capital do país, não resistiu ao tremor e foi totalmente destruída.
Cerca de dezessete corpos foram retirados das ruínas, segundo um fotógrafo da agência France Press (AFP).
É a segunda vez que a torre vai ao chão por causa de um terremoto – a primeira foi em 1934, quando um abalo de magnitude 8,1 provocou a morte de 10.700 pessoas no leste do país e na província indiana de Bihar.
Brasileiros
Às 16h30, o Itamaraty informou que, até o momento, não há brasileiros entre as vítimas e que todos aqueles que foram localizados pela embaixada no Nepal estão bem.
Às 16h30, o Itamaraty informou que, até o momento, não há brasileiros entre as vítimas e que todos aqueles que foram localizados pela embaixada no Nepal estão bem.
As famílias podem entrar em contato pelo telefone: (61) 8197-2284. O G1 entrou em contato com diversos brasileiros que presenciaram o terremoto.
Segundo o Itamaraty, a comunicação com as autoridades no Nepal está muito ruim. Uma equipe de funcionários da embaixada está fazendo uma busca nos hotéis e nas comunidades brasileiras para saber se precisam de ajuda.
O montanhista cearense que está no Monte Everest, Rosier Alexandre, ligou para a família por volta das 7h30 da manhã deste sábado, após o terremoto. O montanhista conversou com a mulher e disse que está bem.
"Ele falou muito rapidamente, disse que está bem, mas não sabe como está a via de escalada", disse Danúbia Saraiva, mulher de Alexandre. O cearense está no campo 2 do monte, a 5.364 metros de altitude.
Everest
O forte terremoto desencadeou uma avalanche no Monte Everest. Segundo uma autoridade do Ministério do Turismo local, são ao menos 17 mortos e 61 feridos. "O número de vítimas pode subir e incluir estrangeiros", disse à agência Reuters.
O forte terremoto desencadeou uma avalanche no Monte Everest. Segundo uma autoridade do Ministério do Turismo local, são ao menos 17 mortos e 61 feridos. "O número de vítimas pode subir e incluir estrangeiros", disse à agência Reuters.
O alpinista romeno Alex Gavan disse no Twitter que havia muitas pessoas na montanha na hora da avalanche. Entre elas, o engenheiro do Google Dan Fridenburg, que sofreu um ferimento na cabeça e não resistiu.
Abril é um dos meses mais populares para escalar o Everest, antes de a chuva e as nuvens encobrirem a montanha do Himalaia no final do mês que vem.
O tremor também sacudiu algumas regiões da Índia, principalmente o norte do país, desde Calcutá, Nova Déli, até a fronteira com o Paquistão. Ao menos seis pessoas morreram na Índia, cinco delas no estado de Bihar (noroeste), informaram autoridades.
Mobilização internacional
A mobilização internacional para ajudar as vítimas do terremoto no Nepal se organiza rapidamente, embora as agências humanitárias ainda não tenham conseguido calcular exatamente as necessidades no local.
A mobilização internacional para ajudar as vítimas do terremoto no Nepal se organiza rapidamente, embora as agências humanitárias ainda não tenham conseguido calcular exatamente as necessidades no local.
"Tratamos de avaliar a amplitude da catástrofe", disse à AFP um integrante da ONG Médicos do Mundo, que tem uma equipe no Nepal, mas que enfrenta dificuldades de acesso à área afetada, já que a maioria das telecomunicações foram interrompidas na região.
Voluntários e funcionários da Cruz Vermelha no Nepal ajudam a buscar eventuais sobreviventes e a atender os feridos, disse a organização em comunicado.
Os Estados Unidos anunciaram o envio de uma equipe de resgate e o desbloqueio de uma primeira parcela de US$ 1 milhão para ajudar as vítimas, anunciou a agência americana de ajuda USAID.
Reino Unido, Israel, Rússia e membros da Comunidade Europeia já afirmaram que pretendem enviar equipes de especialistas em reação a catástrofes humanitárias. A chanceler alemã Angela Merkel, que se disse "comovida pela magnitude da catástrofe e pelo grande número de vítimas", também enviou suas condolências ao primeiro-ministro do Nepal, Sushil Koirala.
A presidente Dilma Rousseff divulgou nota oficial para prestar "solidariedade" às famílias das vítimas do terremoto. No comunicado, distribuído pelo Palácio do Planalto, Dilma diz que a embaixada está tomando "todas as providências em apoio aos cidadãos brasileiros" que estão na região da tragédia.
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