Enquanto este jornal publica em primeira página “Nilo vai aumentar verba
de gabinete dos deputados” de R$78 mil para R$92 mil e a Assembléia - ou seja,
novamente o barbudo Marcelo - aumenta a verba “indenizatória” para mais de R$2
milhões, num total escabroso de R$13 milhões, a Lei do Fundo de Cultura após
longos meses de discussão, é retirada da pauta, obrigado, Zé Neto (PT). E o
Estado corta de 50 a 70% das verbas da Secult!
À boca pequena diz-se que o novo secretário estaria profundamente
deprimido com a situação da cultura na Bahia. E não é para menos. Afinal o que
se fez nos últimos oito anos? Muitos discursos, muitos, muitos editais e pouco
mais. Dos torturantes atrasos nos pagamentos e do vergonhoso estado físico de
muitas instituições - Arquivos Públicos, Instituto Geográfico e Histórico,
Wanderley Pinho etc. - por falta de espaço, não falaremos.
Após um responsável
devorado pela egolatria, outro envolto no nobre manto do partidarismo. O
próprio Jaques Wagner teria confessado, ao deixar o cargo, lamentar a ausência
de resultados marcantes no âmbito da cultura. Temos que admitir: a política
cultural do estado careceu de ambição, permanecendo rasteira quando não omissa.
Prova é o inquietante número de cinemas e teatros que estão fechando as portas.
No centro histórico, abandonado à leviandade da Conder e transformado em dysnelândia
tupiniquim, o descaso chega a ser escandaloso. É evidente o profundo descontentamento
de todos os segmentos culturais, resultando no número significativo de artistas
e produtores que compareceu à manifestação “Ao pé do caboclo” na sexta-feira 27
de março para protestar contra tão ostensivo marasmo.
Muitos são os agentes
culturais obrigados a desistir de seus projetos de vida. O mais estranho é, em
contrapartida, o governo da Bahia anunciar ter gerado em 2014 um dos maiores
superávits orçamentários do país: mais de um bilhão!
Coitada da cereja!
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