quinta-feira, 16 de outubro de 2014

ESTOU CAGANDO...



Ferreira Ferreira Gullar

“Todo mundo é avançado, moderno. Eu estou cagando para a modernidade.”

Vivi Fernandes de Lima e Rodrigo Elias

Vira e mexe, isso acontece. Algum curioso o avista e pergunta: “É você, o poeta Ferreira Gullar?” “Às vezes”, devolve nosso entrevistado. Logo ele, que deixou o Maranhão aos 21 anos para se tornar um dos nossos mais famosos escritores, ensaístas, tradutores, dramaturgos, críticos de arte... “Não trabalho em poesia. Isso não se faz por vontade”. Este, aliás, foi o caso de sua obra mais conhecida, Poema sujo (1976), que, escrito no exílio, voltou por linhas tortas ao Brasil na voz do próprio poeta, numa
 gravação feita pelo amigo Vinicius de Moraes.

Gullar, na verdade, nasceu José Ribamar Ferreira em São Luís, em 1930. Ainda jovem resolveu adotar o sobrenome da mãe, já que uns poemas de qualidade duvidosa assinados por um certo José Ribamar Pereira estavam sendo atribuídos a ele. Quarto de onze irmãos, Gullar se mudou definitivamente para o Rio de Janeiro em 1951. Foi locutor de rádio, editor de revistas literárias, revisor de O Cruzeiro, jornalista e crítico no Diário Carioca e no Jornal do Brasil. Enquanto isso, levou adiante um projeto de experimentação: foi precursor do concretismo paulista e autor do Manifesto Neoconcreto (1959). Em 1961, deixou a vanguarda de lado em nome do engajamento político. “Eu me envolvi com a poesia política a partir de um contexto social. Mas não é a política que define a poesia”, apressa-se a esclarecer.

Recentemente agraciado com o Prêmio Camões, o principal da literatura de língua portuguesa, Gullar está prestes a publicar um novo livro de poemas, Em alguma parte alguma, e recebeu a RHBN em sua casa, em Copacabana, no Rio de Janeiro. Hoje o poeta se divide entre os poemas, análises e reflexões sobre artes plásticas, as crônicas semanais na Folha de S. Paulo e os muitos debates para os quais é convidado. Nesta conversa, nosso entrevistado fala um pouco de cada um desses afazeres. Para ele, a crítica de arte desapareceu, a arte contemporânea não faz jus ao nome e a reeleição é um perigo. Pois é: Gullar preserva intacto o espírito crítico que faz dele um dos principais e mais controversos pensadores do país.

REVISTA DE HISTÓRIA O que significa para você ter recebido o Prêmio Camões este ano?

FERREIRA GULLAR Bom, eu tenho pouco a dizer sobre isso porque o prêmio tem a importância que é atribuída a ele. Eu só posso dizer que fiquei muito contente com o reconhecimento do meu trabalho.

RH Você ficou 12 anos em silêncio entre os livros Barulhos (1987) e Muitas Vozes (1999). Na época, chegou a dizer que pensou que fosse parar de escrever poemas, mas que isso fazia parte do processo de criação. Como é esse processo?

FG Na verdade, o que aconteceu entre o Barulhos e Muitas Vozes é comum acontecer. Não se trata de silêncio. Eu escrevo pouco e, consequentemente, não posso publicar um livro por ano, porque às vezes fico um ano inteiro sem escrever poema algum. Então, tenho que esperar um tempo até considerar que o livro tenha um número suficiente de poemas ou que o livro esteja pronto, que o que ele expressa está, de fato, concluído. Não é que eu fique em silêncio.

RH Trabalha em algum poema neste momento?

FG Eu devo publicar um livro de poesias este ano. Mas preciso dizer: não trabalho em poesia. Isso não se faz por vontade. Poesia é uma coisa que as circunstâncias determinam. Eu não posso decidir escrever um poema hoje à tarde. Não vai acontecer. O poema, pelo menos no meu caso, nasce de um espanto, de uma descoberta inesperada. Às vezes, fico um ano inteiro sem escrever sequer um poema. Então, preciso dar tempo ao tempo até ter certeza de que o livro já tem um número suficiente de poemas ou de que o que ele expressa está de fato concluído. Por isso, quando me perguntam se sou o poeta Ferreira Gullar, eu respondo: “Às vezes”.

RH Os jovens poetas se queixam de que têm dificuldades para publicar. Sempre foi assim?

FG Eu acho que sempre foi assim. Drummond, por exemplo, pagou seu primeiro livro. Até Sentimento do Mundo (1940), foi ele quem pagou as edições. Manuel Bandeira publicou Lira dos Cinquenta Anos (1940) com dinheiro dos amigos. Sempre foi assim a dificuldade para se publicar. Hoje pode até ser mais difícil do ponto de vista de editoras, mas tem a Internet, que possibilita que os poetas divulguem seus poemas com muito mais facilidade do que antigamente.

RH A poesia tem alguma finalidade?

FG Claro! Para início de conversa, a poesia é uma coisa necessária para quem faz e para quem lê. Seria fora de propósito que se fizesse alguma atividade humana desnecessária. As coisas são realizadas porque são necessárias de alguma maneira. O número de pessoas que se interessa por poesia evidentemente não é o mesmo daquelas que gostam de futebol, mas tem um público que precisa de poesia. O meu Poema Sujo (1976) é paradigmático neste sentido.

RH Como assim?

FG Eu terminei de escrever o Poema Sujo no exílio, na Argentina. Por que o Vinicius de Moraes trouxe o poema gravado para o Brasil? Por que o Augusto Boal insistiu para que o Vinicius me obrigasse a ler o poema? Ora, porque comovia as pessoas. O próprio Vinicius ficou com o olho cheio d’água quando o leu pela primeira vez. No dia seguinte ele já voltaria para o Brasil. Nós demos um jeito e fizemos a gravação. Se não prestasse, iam achar que ele estava louco. Só que as pessoas se apaixonaram pelo poema. Caso contrário, ele não aconteceria. Não existe amigo, nem decreto presidencial, nem instituição alguma que faça sobreviver uma coisa que não interessa às pessoas. É só isso. A poesia se mantém porque nos toca e se faz necessária na vida das pessoas. Agora, quando não presta, não presta. E aí não há milagre.

RH O interesse pela poesia tem alguma relação com o gosto pela política?

FG Não. Quando comecei a escrever, não tinha nenhum comprometimento político. Os meus primeiros livros, Um Pouco Acima do Chão (que considero imaturo e não o incluí em minha Poesia Completa) e A Luta Corporal (que, para mim, é a minha verdadeira estreia), não têm nada de política. Não acho que a poesia tenha esse dever. Não é a política que define a poesia. Isso é uma opção de cada poeta, muitas vezes determinada pelas circunstâncias. Esse talvez tenha sido o meu caso. Eu me envolvi com a poesia política a partir de um contexto social. A minha poesia só ganha um caráter político de 1962 a 75. Mas também nunca fui de fazer só poesia política.

RH É possível pensar em identidade nacional na arte hoje?

FG Claro. As culturas são nacionais. A minha vida não é universal. Eu me levanto, fico dentro da minha casa, moro em Copacabana... Todas essas coisas são particulares. Nós vivemos no particular. Não existe uma cultura universal. Nascida onde? Na atmosfera, no satélite artificial? Agora, claro que, na medida em que a civilização se torna global, em que os meios de comunicação e o desenvolvimento econômico e tecnológico possibilitam um contato e um intercâmbio maiores, a natureza dessas relações entre o universal e o particular mudam.

RH Neste sentido, como vê o papel da globalização?

FG Eu não sou contra a globalização. Sou contra o que ela tem de negativo. A globalização começa com as Navegações. E isso é enriquecedor. O que é negativo é transformar tudo em estereótipos. Houve um período em que a música popular tinha virado, toda ela, música pop. É bom que uma expressão se torne internacional e que eu conheça o que os jovens estão fazendo em outros países, mas não pode ser uma coisa a tal ponto acachapante que destrua o que eu realizo aqui no meu país. Aí não é legal.

RH Nesse cenário, ainda há espaço para vanguardas?

FG Não. A História não viveu de vanguarda a vida inteira. Não havia movimentos ou manifestos no século XVII. Eles nascem muito tempo depois. Foi um fenômeno do século XX. A vanguarda ampliou as capacidades de expressão das linguagens artísticas, criou uma perplexidade muito grande, e uma liberdade sem limites. O que é perigoso. O próprio Picasso, o principal desintegrador da linguagem velha, chegou a dizer: “É preciso ter alguma norma, algum princípio”. Ele achava que a coisa estava virando bagunça. Pra mim, Duchamp é o personagem que encarna esse drama que surge no século XX, com a desintegração das linguagens anteriores e a busca de um outro tipo mais livre de arte.

RH Por quê?

FG - Duchamp e os dadaístas nos levaram a uma ruptura, a uma radicalização total, a favor de toda e qualquer norma, princípio ou coerência. Ser dada é ser antidada. A negação pela negação. Ao mesmo tempo em que negava a arte em obras como o “Urinol”, Duchamp também a afirmava em outros trabalhos. O seu “Grande Vidro” levou oito anos para ser realizado. Ele passou doze anos fazendo sua última obra, o “Etant Donnés”, e morreu sem terminá-la. Era uma pessoa fora dos quadros estabelecidos, que abandonou a arte e passou doze anos jogando xadrez. Uma personalidade especial.

RH O que acha da arte de hoje?

FG Atualmente temos a chamada arte contemporânea ou conceitual. Na minha opinião, é uma coisa que pouco tem a ver com arte.

RH  Por quê?

FG É só ver. Você acha que uma exposição que nos mostra larvas de mosca é arte? Pode até ser muito interessante, mas não tem nada a ver com arte. Lá no CCBB [Centro Cultural Banco do Brasil] tinha uma mulher que expunha uma porção de pedaços de madeira com uns alto-falantes no meio. O que isso tem a ver com arte? Eu chamo isso de “Caninha 51, a boa ideia”. Tanto podia ser isso, aquele amontoado de ripas de madeira, como podia ser uma porção de gravetos, pedras, ou qualquer coisa. Nada é determinante ou necessário. De fato, alguém teve uma boa ideia e colocou aquilo ali. E me diz uma coisa: o que se faz com aquelas tábuas? Vai guardar? Não. Aquilo já foi exposto em outro lugar, jogou-se tudo fora e depois foram compradas mais ripas... É uma besteirada. Mas não se pode dizer isso. Eu sou o único crítico que diz essas coisas. Todo mundo fica com medo de parecer retrógrado. Todo mundo é avançado, moderno. Eu estou cagando para a modernidade.

RH Sua apreciação é baseada nas diferenças entre expressão e arte, não é?

FG Sim. Arte é expressão, mas nem toda expressão é arte. Se eu pegar essa folha de papel e amassar, estarei me expressando. Um quadro em branco, sem nada, não é uma expressão? É. Se eu fizer um traço preto, é outra expressão. Arte não é isso. Não é feita nem pela natureza, nem pelo acaso. Arte é uma coisa do ser humano. A arte existe porque a vida não basta, a vida é pouca. E a arte nos traz coisas belas, fascinantes, atordoantes, maravilhosas. É para isso que existe. Não serve para mostrar larva de mosca.

RH A realidade não é arte?

FG De maneira nenhuma. A arte é feita para mudar a realidade. A arte inventa, ela não revela realidade. É uma questão de necessidade. Se você ler o Saramago, vai entender que aquele cara tinha necessidade de escrever aquilo. A vida dele era aquilo. Ele não estava brincando, não estava de farra. Ele precisava extrair de alguma coisa palavras, frases e imagens que inventem um mundo do qual ele necessitasse. Certa vez, um artista espanhol me mostrou umas fotografias de uma exposição que ele tinha realizado em Madri. Eram imagens de raízes de árvores enormes que foram tiradas da terra. Eu perguntei: o que você fez com essas raízes? Ele as tinha jogado fora. Você imagina se o Rodin vai jogar fora as esculturas dele? Entendeu? Isso fica entre a vigarice, a esperteza e a burrice.

RH Mas existem exceções?

FG É claro que também no meio disso existem outras expressões, que já tendem a buscar uma coisa com alguma beleza e interesse. Estou falando de maneira negativa de algo que é predominante. Nem todos são realmente destituídos de sentido. Na verdade, acho que os artistas estão naturalmente começando a se tocar e ver que o que estão fazendo não adianta de nada. Daqui a pouco, o cara tem 70 anos e só tem as fotos das exposições que ele fez, mais nada. Não existe obra porque ele expôs um troço que na semana seguinte foi desfeito. Como tudo é happening, fica só a foto do acontecimento. O cara ficar nu no museu é obra de arte; nu na rua, vai preso. Então, quer dizer que o museu é que faz ele virar obra de arte? É o espaço institucional que dá valor a ele? Que diabo de vanguarda é essa? Quando eu era rebelde, eu não queria saber de museu, de porra nenhuma. Rebelde é rebelde. Agora, o cara é rebelde abençoado e subvencionado pela instituição. Vai enganar outro! Que revolução é essa? Isso tudo é mentira, é uma grande farsa. A Bienal de São Paulo é de vanguarda, sabiam? É instituição de vanguarda. Já ouviram falar nisso? Pois é. Ou é instituição ou é de vanguarda! Ou você é institucional ou você é rebelde. Quer dizer: eu sou guerrilheiro, mas não pego em armas e almoço com o presidente! Então é tudo de mentira, virou bagunça, porque libertou tanto que agora é o vale-tudo.

RH Costuma ser procurado por jovens artistas?

FG Uma vez, uma moça brasileira chegou para mim se queixando de que estavam imitando as obras dela. Ela dizia: “Eu inventei dar nó em corda, fui eu que fiz, e agora está o cara expondo no museu uma porção de corda com nó". Eu não aguentei e respondi: “Foi você que inventou? Mas você sabe que, lá em casa, minha mãe dava nó em corda também, os marinheiros, o pessoal da Praia do Caju...” Foi ela quem inventou dar nó em corda, vejam vocês, e ninguém sabia.

RH A crítica de arte tinha um papel importante nas décadas passadas. O que a fez perder espaço?

FG Não sei. Realmente, a crítica de arte era diária. Na verdade, tratava-se mais de colunas com informações, notas e, às vezes, artigos críticos. Quando uma exposição era inaugurada, o articulista escrevia, fazia a crítica daquilo. Isso não existe mais. Em geral, a crítica de arte aparece na apresentação de uma exposição em que o curador assina um texto, que é muito pouco crítico, é promocional. Ele está lá para justificar o que está fazendo. Curadoria, por definição, não é crítica. Ao contrário. Aquele crítico militante praticamente desapareceu. Mas, veja: não foi somente a crítica de arte que sumiu dos jornais e das revistas; a literária também perdeu espaço.

RH Sente falta disso?

FG Sim. Mas quem sente mais falta disso são os jovens poetas. Eles não têm quem aprecie os seus livros. Eles publicam e a coisa fica em silêncio, não tem juízo crítico algum sobre o que eles fazem. Isso é muito negativo. Não vejo motivo efetivo para isso. Talvez tenha um pouco da cabeça dos responsáveis pelos jornais, que costumam subestimar a arte, a literatura. Nós estamos na época da civilização midiática. O que conta é a televisão, o popstar, essas coisas. É uma banalização de tudo. Em função disso, a arte e a poesia, foram colocadas em segundo plano. Isso é uma bobagem, um desserviço à cultura prestado pela imprensa.

RH Você participou da reforma editorial e gráfica do JB nos anos 1960. A imprensa brasileira carece de reformas como aquela?

FG É muito difícil opinar sobre isso. Acho que as coisas acontecem, em parte, por necessidade. A impressão que se tem hoje é que os jornais estão acabando. O Rio de Janeiro tinha uma quantidade enorme de publicações. Hoje tem O Globo, que é o jornal que toma conta, o JB, que está aí, morre, não morre [A entrevista foi feita três semanas antes da impressão do último número do JB], e um ou outro mais popular. E o caso do Jornal do Brasil é bem particular. O JB era um jornal de anúncios classificados. Não tinha nem redação. Era uma publicação feita de transcrições de noticiários de diversas agências. Ou seja: ninguém poderia prever que o JB provocaria uma mudança radical no jornalismo brasileiro. E as coisas aconteceram muito por acaso. Aliás, o acaso tem um papel muito importante na história e na vida das pessoas. Mas o acaso só alcança um resultado determinado se coincidir com alguma necessidade. O mero acaso não resolve.

RH Como se deu a reforma?

FG O Reynaldo Jardim achou que devia fazer um suplemento literário no JB. Ele começou reformando o suplemento feminino e criou um caderno literário, que, por coincidência ou acaso, nasceu praticamente na mesma época da poesia concreta. E esse suplemento tornou-se o veículo para aquele movimento, que teve grande repercussão na vida literária do país. O JB ganhou uma projeção que jamais havia sonhado. Isso fez com que todo o jornal fosse reformado. É claro que a imprensa brasileira estava atravessando um período complicado. Uma mudança se fazia necessária. Na verdade, o Diário Carioca foi a primeira publicação a mudar o modo de redigir as notícias. Eu mesmo fui formado lá.

RH Poderia falar dessas mudanças?

FG A mudança principal dizia respeito a um modo objetivo de redigir a notícia. Até aquele momento havia o que chamamos de “nariz de cera”. O sujeito começava o parágrafo dando uma lição de moral qualquer. A redação moderna não tinha nada disso. A opinião era suprimida. A notícia era a melhor alternativa. Essa maneira de redigir a notícia objetivamente, respondendo às perguntas quem, o que, quando, onde, como e por que, era o que vigorava no Diário Carioca. E isso foi para o JB.

RH O que o tem comovido?

FG A coisa mais difícil é me livrar de emoção. Eu não aguento mais a televisão. Todo dia é aquela tragédia. Gente morrendo em Pernambuco, famílias destruídas por inundações. E nada se faz que dê condições que impeçam esses desastres, que melhorem a vida das pessoas. É só propaganda, propaganda, propaganda. O que o presidente gasta com propaganda é uma nota preta e não precisa nem prestar conta. Eu estou sendo chamado pelo imposto de renda para prestar conta do dinheiro que eu dou para a minha filha. E o aumento que eles estão dando agora no Congresso? Eu estudei Economia quando estava em Moscou, e o professor lá falava: não há milagre econômico. O que eu boto aqui vai faltar lá. Mas aqui parece que há milagres. No Brasil é tudo milagroso.

RH Está desanimado com essa eleição?

FG Não, não estou desanimado. E nada disso é novidade. Estou habituado a ver isso. É sempre assim. Eu me preocupo com as consequências da eleição porque acho que a alternância no poder é fundamental. Ela evita que grupos determinados permaneçam fazendo as mesmas coisas. A alternância é uma das poucas coisas fundamentais. A pior desgraça foi a invenção do Fernando Henrique de promover sua reeleição por puro interesse. É aquele negócio: faço pelo meu interesse, e o preço é o país que paga.

RH E por muito tempo.

FG Pois é. Todo mundo se reelege. É muito difícil que governador ou presidente não consigam se reeleger. Eles já têm toda a máquina. A competição é desigual. O cara vai para a rua fazer propaganda, é seu principal cabo eleitoral. Vamos ver no que vai dar. Eu não sou pessimista porque acho que a própria história se corrige. Mas é uma pena que, em geral, ela só faça isso quando está nas últimas. Antigamente, sabe como isso era feito? Golpe militar. Felizmente, isso acabou. Pelo menos, podemos reclamar.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts with Thumbnails