segunda-feira, 27 de outubro de 2014

A PERSISTÊNCIA DA INTOLERÂNCIA...

A tristeza de uma 
Campanha Eleitoral.

Arrependo-me de não ter escrito e publicado esse texto antes, afinal o que me motivou foi o deplorável “debate” que presenciei em um grupo no facebook um dia antes das eleições no 2° turno. Mesmo assim publico-o com a doce esperança de instigar a reflexão em alguns, nessa reta final ou em qualquer outro momento, onde a intolerância se faz presente.
Realmente é interessante observar (deplorável levando em consideração alguns constantes comentários presentes nessa rede social) como os que se dizem defensores “disso e daquilo” e de outras tantas liberdades, tratam aqueles que pensam diferente dos demais. E como vários estão despreparados para conviverem em sociedade.
Respeito, tolerância, liberdade de expressão, um bom diálogo, onde estão?
O que vi em menos de um mês foi um verdadeiro espetáculo de horrores, onde são claras as demonstrações carregadas de um instinto de violência extrema e falta de educação medonha, que se fossem transladadas para o diálogo ao vivo poderiam significar atos de total covardia, onde provavelmente sangue seria derramado sob a justificativa débil de defender candidatos, alçados a categoria de santos, e seus respectivos projetos políticos.
Estaríamos discorrendo com bobas crianças? Adolescentes rebeldes em plena puberdade na ânsia para usar suas emoções ao bel-prazer? Ou estamos conversando com cidadãos conscientes que vivem em uma sociedade democrática (e ressalto isso), por mais que não pareça em determinadas situações, onde a diversidade sempre existirá!
Na busca pelo espetáculo gratuito e pelo menosprezo do outro a humanidade já fez horrores, vejo que em pleno o século XXI, em um espaço virtual, a história se repete. Fora dele os horrores continuam existindo. Envergonha-me ver várias pessoas das mais diversas áreas se comportarem como quase ditadores que não perdem a chance de impor sua opinião e seus apaixonados argumentos, expondo a sede pela barbárie e aviltamento presente em escritos e falas lastimáveis.
Quem prega o não respeito ao outro, como vi nesses dias, abre espaço para inúmeras formas de tratamento, que podem variar das mais simples demonstrações de repúdio, asco, ou mesmo, a sinais de verdadeiros pedidos de linchamento ou morte “adoçados” na forma de ironias (como vi em uma publicação meses atrás de um futuro professor); ocultados em sentimentos que dormem enquanto os dedos digitam violentamente no facebook.
Se querem criticar algo (ou mesmo destroçar opiniões apresentadas) argumentem, fundamentem seus votos e pontos de vista em um ou no outro candidato; ou em qualquer questão em algum debate. Construam teses, ou não, sobre os mais diversos assuntos, mas respeitem o outro! O saudável debate político não pode ser realizado com ações desprezíveis como as que observamos nessas eleições. Pena em ver a fraqueza e a tristeza de opiniões que giravam em torno de preconceitos e generalizações carregadas de tamanho ódio. Colocando o outros sempre como inimigo, ou coisa pior, só por apoiar algum candidato.
Realmente recuso-me a perder tempo em debates onde os donos da “verdade” se colocam como arautos da “razão”. Recolho-me, não por temer o enfrentamento daqueles que se elevam a tão alto desnível de “esperteza e ilusão de soberania”, mas sim por constatar que onde existe a intolerância, e principalmente a falta de respeito, não nascerá e não existe espaço para a ideia de liberdade, por mais que alguns se intitulem defensores dela.
Recolho-me, mas não desisto!
Um bom Domingo para os eleitores da Dilma e do Aécio, os que vão votar Nulo, justificar ou não votar.
Atenciosamente.
Rafael Dantas.

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