O que fazer com um prêmio de R$ 300 mil?
A arqueóloga Niède Guidon não teve dúvidas: destinou uma parte dessa quantia, que recebeu como reconhecimento de seu trabalho, laureada com o Prêmio da Fundação Conrado Wessel em 2013, para acelerar as obras do aeroporto de São Raimundo Nonato, no Piauí.
“Paguei o que deveria ter sido pago pelo governo do estado”, conta Niède, fundadora e diretora da Fundação Museu do Homem Americano, criada em 1986 no Piauí.
Segundo a pesquisadora, existe uma verba do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a construção do Museu da Natureza no município vizinho de Coronel José Dias.
Mas, para que o dinheiro seja liberado, o BNDES exige que o local seja turístico – por isso, é necessário que o acesso ao município conte com um aeroporto público. Niède explica que o aeroporto de São Raimundo Nonato é registrado como particular e, para que seja homologado como público, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) exige um conjunto de obras no local.
A arqueóloga prontificou-se a assumir despesas que seriam feitas pelo governo estadual por conta da urgência da homologação.
Niède destinou R$ 100 mil para a contratação de funcionários e compra de materiais. “Foram instalados 16 postes de iluminação, sistema de drenagem do solo, levantamos muretas e limpamos o terreno”, diz ela.
O pedido de homologação já foi encaminhado.
COMENTÁRIO DE UMA LEITORA
Enquanto trabalhadores tem que tirar do bolso para investir na cultura deste país os militantes de carteirinha, porque tem interesses próprios e não coletivos, e os "políticos" fazem a farra da campanha enaltecendo o menos corrupto!!!!! Comemoro sempre tudo o que vem do povo...o resto...to fora. Se ela não investe do próprio bolso, já se sabe o que acontece, 10, 20 anos para que as coisas finalizem principalmente em se tratando de patrimônio, museus e afins. As coisas ficam tramitando internamente anos...depois inaugura-se as reconstruções e pseudo restaurações e os projetos já obsoletos. São estas coisas que me chateiam profundamente, tudo , manco, aos trancos e barrancos, aos pedaços. Muito trabalho bom, se perde com a burocracia que impera soberana, e na falta de administração. Parabéns Niède Guidon.
Enilda Miceli
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