Em cena, os trapalhões. Com Dilma no papel principal
Ricardo Noblat
Atende pelo nome de “CPMF – O Retorno” a comédia candidata ao título de “A mais desastrosa trapalhada” encenada até agora pelo segundo governo Dilma. Uma comédia simplesmente inacreditável e pouco engraçada.
Em Salvador, onde participa do 5º Congresso do PT, o ministro Arthur Chioro, da Saúde, revelou que negocia com governadores a criação de um novo imposto para aumentar os recursos do setor.
Seria uma versão da Contribuição sobre Movimentações Financeiras (CPMF), o chamado imposto do cheque, extinto em 2007. A CPMF arrecadava 40 bilhões de reais por ano.
— Não será uma CPMF como no passado. Será uma contribuição financeira com outras características — explicou Chioro.
Poucos horas depois, em São Paulo, o ministro Joaquim Levy, da Fazenda, desmentiu Chioro.
- Não cogito de criar uma nova CPMF – ditou Levy.
Na véspera, o Congresso do PT aprovara a “Carta de Salvador”, e dela constava uma defesa enfática do restabelecimento da CPMF. O que fazer?
Rui Falcão, presidente do PT, queria que a menção à CPMF ficasse na carta. Mas para não desautorizar Levy, Dilma cobrou que a menção desaparecesse. É o que deverá acontecer.
Antes do fim do dia, o Ministério de Saúde divulgou uma nota negando o que o ministro da Saúde havia dito de manhã.
Divertido, não?. Mas preocupante.
Tanto mais porque na quinta-feira, em entrevista coletiva, Dilma estimulou o brasileiro a consumir mais, quando o Banco Central aumenta os juros justamente para que ele consuma menos.
Dilma Rousseff (Foto: Fernando Bezerra / EFE)
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