A noção de inferno tem variado ao longo dos séculos. Era
post-mortem, hoje é aqui e agora. Não se
fala mais em torturantes assadeiras, mas em angustiantes incomunicabilidades. No
centro histórico soteropolitano, Satanás dividiu o território entre o Santo
Antônio, ocupado pela diabólica GVT, e o Pelourinho pela infernal Oi, cuja
hegemonia se deve, dizem, à imperial diktat do IPHAN, por razões que a razão
desconhece.
O resultado é que ambas são de uma ineficiência que beira a criminalidade,
já que, com regularidade metronômica, somos obrigados a pagar qualquer quantia
exigida sob pena de não mais poder falar abobrinha com a comadre, confirmar
reserva de hotel ou gritar por socorro para o SAMU. Em 2014, nas cercanias da
Cruz do Pascoal, durante dois meses, o telefone e a internet, simplesmente,
pararam de funcionar, a cada dia, por longas horas.
Em nada adiantou protocolarmos
queixas. Em abril passado nossas telinhas ficaram mais mudas que estátua de
comendador. “O cabo foi roubado!”. Por duas manhãs seguidas, o mesmo cabo? E usufruiríamos
de algum abatimento nas contas? Claro que não! Ultimamente a GVT resolveu
mandar suas contas pela internet, sem perguntar ao cliente se concorda. Se
estiver viajando ou não tiver impressora, não interessa.
No Pelourinho a Oi - deveria se chamar Ai! – leva os
estabelecimentos comerciais à beira do suicídio coletivo. Dois meses
que hotéis, pousadas,
agências de viagens e restaurantes, fundamentais para o turismo na área, não conseguem, ou com extremas
dificuldades, acessar a Internet, deixando seus clientes e parceiros comerciais
numa situação de total caos.
Alguns desses estabelecimentos tentaram contratar
outra empresa fornecedora de conexão Internet, como a Embratel, na esperança de resolver seus
problemas. Mas o que ninguém
sabia, é que, segundo as normas do Iphan, só é permitida a utilização das
instalações da concessionária “exclusiva” do local.
Só queríamos entender...
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