sexta-feira, 31 de outubro de 2014
CADA REAL GASTO COM BOLSA FAMÍLIA...
Ipea: cada R$ 1 gasto com Bolsa Família
adiciona R$ 1,78 ao PIB
MAIS UMA BOA RAZÃO...
..PARA NÃO GOSTAR DE SHOPPING!
Mulher é sequestrada em estacionamento de shopping e estuprada por dois homens
A vítima foi abordada por dois homens, que a obrigaram a entrar no seu veículo, no estacionamento do Salvador Norte Shopping
Uma mulher foi violentada sexualmente após ter tido o carro roubado no estacionamento do Salvador Norte Shopping, no bairro São Cristóvão, em Salvador. Segundo a Polícia Civil, o caso aconteceu na terça-feira (28), mas não foi divulgado até esta quinta-feira (30).
Mulher é estuprada após ter carro roubado no estacionamento do Salvador Norte Shopping
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A vítima foi abordada por dois homens, que a obrigaram a entrar no seu veículo, um Renault Sandero branco, e deixaram o local com a mulher. Posteriormente, a mulher foi estuprada pela dupla e liberada após o crime.
Ainda de acordo com a polícia, os envolvidos no crime já foram identificados através da análise das imagens das câmeras de segurança do shopping. A mulher foi ouvida pela polícia, mas ainda não prestou depoimento.
Ela foi orientada a realizar um exame de corpo delito, e recebeu um coquetel anti-HIV - precaução tomada pela Justiça com vítimas de estupro. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados pela polícia.
O Correio24horas procurou a assessoria de comunicação do Salvador Norte Shopping, que informou apenas que está dando todo o apoio à polícia no esclarecimento do crime.
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
PORNÔ CULTURAL
Companhia de teatro distribui pornografia para fugir ao IVA
A companhia optou por vender revistas pornográficas como se fossem bilhetes para as peçasFotografia © Companhioa Primas de Riego / primasderiesgo.com
Companhia passou a vender revistas pornográficas, que servem como bilhete para as peças, mas têm IVA de 4%.
A companhia de teatro espanhola Primas de Riesgo vai transformar-se numa distribuidora pornográfica para "fugir" aos impostos. A companhia vai vender revistas pornográficas, em vez de bilhetes para as peças. Assim, as suas vendas passam a estar sujeitas à taxa de IVA de 4% das revistas pornográficas, por oposição à taxa de 21% aplicada aos bilhetes para o teatro.
"Quando vimos que as revistas porno tinham um IVA muito baixo, pareceu-nos cómico e paradoxal", explicou ao jornal espanholPublico a diretora da companhia de teatro, Karina Garantiva. "Quisemos iniciar esta campanha porque nos pareceu uma boa maneira de transmitir à sociedade o debate sobre o IVA da cultura."
De acordo com a diretora da companhia, trata-se de uma adaptação "à proposta que faz o governo". As primeiras revistas, que funcionam como bilhetes para a peça, podem ser adquiridas no site da companhia, por telefone, ou num quiosque de Madrid, e estão limitadas a 300 pessoas, para experimentar o método.
"Não é só um intercâmbio comercial", continua Garantiva. "Essas pessoas vão ter de identificar-se e assinar um documento em que dizem que estão a realizar um donativo para uma campanha. Os resultados vão ser usados em estudos sociológicos para determinar como é possível que numa sociedade como a espanhola do século XXI, uma revista porno tenha um IVA mais reduzido do que uma peça de Calderón."
Segundo o jornal espanhol, as revistas-bilhete podem ser adquiridas já a partir de hoje, para a peça El mágico prodigioso, de Calderón de la Barca, que estreia dia 25 de novembro em Madrid.
CASSAÇÃO!
Conselho de Ética aprova cassação de Luiz Argôlo
Acossado por denúncias de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, o deputado federal baiano Luiz Argôlo (SD) teve o pedido de cassação aprovado por 13 votos a 4 pelo Conselho de Ética da Câmara Federal, por quebra de decoro parlamentar.
O candidato, que foi candidato à reeleição e não logrou êxito na tentativa, foi flagrado por investigadores da operação Lava Jato trocando mensagens com Youssef. Argôlo também foi citado pela contadora do doleiro, Meire Poza, como sócio de Youssef em empreendimentos em Lauro de Freitas (BA).
Argôlo tem cinco dias para recorrer da decisão, antes que o caso seja levado ao plenário.
A sessão do Conselho de Ética iria votar ainda pela cassação de Rodrigo Bethelm (PMDB-RJ), porém foi pedido vistas do processo.
Outro deputado citado na operação Lava Jato, André Vargas (sem partido-PR) não teve o recurso apreciado pelo colegiado.
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
DESEMBARGADORES AFASTADOS
Janot é favorável ao afastamento de desembargadores do TJ da Bahia
Em parecer, Procurador-Geral opina pela denegação de mandado de segurança impetrado pelos magistrados.
- Em julho, Lewandowski determinou o retorno de Mário Hirs e Telma Britto ao Tribunal de Justiça da Bahia.
O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal parecer em que opina pela rejeição de mandado de segurança impetrado pelos desembargadores Mário Alberto Simões Hirs e Telma Laura Silva Britto contra a decisão do Conselho Nacional de Justiça que, em novembro de 2013, instaurou processo administrativo disciplinar e determinou o afastamento cautelar das suas funções.
Os dois desembargadores são ex-presidentes do Tribunal de Justiça da Bahia. O CNJ apura a suspeita de pagamento de precatórios inflados.
A manifestação de Janot foi juntada no último dia 22 ao mandado de segurança nº 32.567.
Em dezembro de 2013, o relator, ministro Roberto Barroso, havia indeferido pedido de liminar em que os dois magistrados requeriam a suspensão da decisão do CNJ que os afastou de suas funções e do trâmite do processo disciplinar.
Barroso sustentou que o interesse público justifica, “em situações potencialmente graves, o afastamento preventivo das autoridades investigadas”. O relator constatou “um quadro de possível apropriação sistemática das funções públicas para a promoção indevida de interesses particulares, em detrimento do Erário e, em última instância, de toda a sociedade”.
Em julho deste ano, durante o recesso do Judiciário, o ministro Ricardo Lewandowski, atuando como presidente interino do STF, suspendeu o afastamento de Mário Hirs e Telma Britto, por entender que a demora no julgamento do processo administrativo no CNJ representaria uma antecipação indevida da punição.
A suspensão foi determinada por Lewandowski “sem prejuízo do regular prosseguimento do Processo Administrativo Disciplinar no âmbito do CNJ e de melhor exame da questão pelo eminente relator sorteado” [ministro Barroso.
O mandado de segurança de Telma Britto (MS 33.061) foi protocolado no dia 1º de julho, no último dia do expediente forense; o de Mário Hirs (MS 33.080) foi autuado em 16 de julho.
Em agosto último, Barroso determinou a tramitação conjunta dos mandados de segurança 32.567 e 33.080, tendo determinado que o CNJ esclarecesse a razão da demora e a perspectiva de julgamento do processo administrativo disciplinar.
Em seu parecer, Janot sustenta que o CNJ possui independência decisória e que a interferência do Poder Judiciário somente ocorre quando o órgão extrapola os limites da legalidade e razoabilidade.
“O Conselho Nacional de Justiça, além de ter apontado de maneira concreta e específica as irregularidades supostamente cometidas pelos impetrantes, manteve-se dentro dos limites de suas atribuições”, afirma Janot.
“Importa destacar que a potencial gravidade dos fatos investigados, os quais envolvem quantias financeiras milionárias, justifica a instauração de processo administrativo disciplinar contra os impetrantes, assim como o afastamento de suas funções, tendo o CNJ observado os limites de suas atribuições constitucionais sem ofensa aos princípios da legalidade, do contraditório, da ampla defesa e do due process of law“, conclui a manifestação da Procuradoria-Geral da República pela denegação da segurança.
GANHOU MUITO, TRABALHOU POUCO
João Durval se despede do Senado sendo menos atuante do que baianos com menor tempo de Casa
por Luiz Fernando Teixeira
Fez pouquinho... pouquinho...
João Durval (PDT) se elegeu em 2006, quando o ex-governador do estado e ex-prefeito de Feira de Santana foi apoiado por Jaques Wagner (PT) e seu filho João Henrique (até ali filiado ao PDT), governador da Bahia e prefeito de Salvador, respectivamente, e teve 46,97% dos votos – superando Rodolpho Tourinho (PFL) e Antônio Imbassahy (PSDB), que obtiveram 34,45% e 17,96%, respectivamente. Os demais candidatos não obtiveram nem um por cento das opções de voto.
Sete anos e 10 meses depois de assumir o cargo, o patriarca dos Carneiros entra na reta final do mandato com pouquíssimas contribuições efetivas. No período, João Durval foi autor de apenas 23 proposições no Senado Federal, sendo que nenhuma delas foi sancionada pela Presidência da Republica ou pelo presidente do Congresso Nacional – já passaram pelo cargo Tião Viana (PT), Garibaldi Alves Filho, José Sarney e Renan Calheiros, todos do PMDB.
Para se ter uma ideia, o número é quase cinco vezes menor do que o dos outros dois senadores do estado, Lídice da Mata (PSB) e Walter Pinheiro (PT), que assumiram apenas em 2011.
A socialista apresentou 158 proposições, enquanto que o petista foi autor de 135 delas. Durval fez 39 pronunciamentos na Casa desde que assumiu o mandato – Lídice fez 50 apenas em 2014 e Pinheiro, 46.
Em matérias relatadas, o pedetista também é muito menos produtivo do que os colegas baianos que têm quatro anos a menos de Senado.
Enquanto João Durval relatou 56 matérias em seu mandato, Lídice já tem 219 e Pinheiro tem 343.
terça-feira, 28 de outubro de 2014
O GALÃO D´ÁGUA
MARTHA MEDEIROS -
Reproduzo o relato que minha filha recebeu pelo whatsapp de uma garota brasileira que mora no Japão: Ontem veio um homem aqui e deixou um galão dágua na frente da minha porta. Disse que durante a madrugada eles fariam uma vistoria nos encanamentos de água do bairro e por isso estavam passando para avisar, deixar o galão e pedir desculpas por terem que desligar o registro de água por algumas horas.Eu disse para ele que não precisava deixar a água, afinal, estaríamos dormindo nesse horário, mas ele respondeu: Você paga suas contas todos os meses e nós temos obrigação de não deixar você sem água nem por um minuto. E ainda disse: Se precisar de mais, pode pedir. E assim seguiu a distribuir nas outras casas. Durante a madrugada, olhei pela janela e havia um grupo trabalhando nas ruas em silêncio. Hoje vieram novamente, casa por casa, só para agradecer.Pois é. Não é assim que deveria ser tudo na vida? Decência, responsabilidade e educação: por que é tão raro, tão complicado? A simplicidade da cena: um galão d’água deixado de porta em porta para o caso de os moradores terem alguma eventual necessidade às duas horas da manhã, às três horas da manhã.Não é caridade, e sim direito do cidadão que paga taxas e impostos. Eu não deveria me comover com isso, mas me comovo, porque a gente cumpre com os compromissos como qualquer japonês, qualquer sueco, qualquer canadense, mas onde está a contrapartida?Acho que isso explica nossa desesperança de que uma eleição mude alguma coisa. Já não acreditamos que um candidato consiga não se deixar corromper pelo poder, que possa governar sem dever favores para outros partidos, que solucione as mazelas do povo em detrimento das negociatas de gabinete. Política passou a ter um sentido desvirtuado.Ninguém obriga um homem ou uma mulher a se candidatar a um cargo público. Se ele se oferece para a missão de governar, deveria fazer isso unicamente por seu espírito altruísta. Mas soa como piada. Altruísmo na política brasileira. Tem graça.Um galão d’água na porta. Um serviço de atendimento ao consumidor que funcione de forma fácil. Um policial em cada esquina. Nota fiscal entregue em todas as transações comerciais. Lixeiras por toda parte. Ruas bem sinalizadas. Transporte farto, barato e que cumpra horários. Hospitais com vagas dia e noite. Escolas eficientes. Confiança em vez de burocracia. Sinceridade em vez de enrolação. Agilidade em vez de empurrar com a barriga. Se todo mundo concorda que é assim que tem que ser, por que não acontece, quem emperra?Não é só culpa de quem governa, mas dos governados também. Viciados em retórica, seduzidos por vantagens exclusivas e não coletivas, sempre nos perguntando “como posso faturar com essa situação?”, não permitimos que o Brasil se moralize e avance.Galão d’água na porta de casa? Só com um troquinho por fora, meu irmão.
MEMES, MIMIMIS, VENENO E MIAMI
MALU FONTES
Depois da guerrilha eleitoral que transformou os brasileiros em nós, eles, os outros e aqueles lá, numa onda xenófoba jamais explicitada nessa escala em função do poder de espalhamento das redes sociais, tá difícil passar a régua na ressaca pós-urnas 2014. Mesmo porque o tabuleiro do xadrez político-eleitoral se move com uma velocidade subterrânea para além da imaginada pelos leitores e eleitores. Exatamente nesse instante, já, vitoriosos e derrotados com tinta na caneta estão renovando o acervo bélico para as eleições para prefeito daqui a apenas dois anos. Como a eleição começa muito tempo antes das urnas, a guerra recomeçará para valer no máximo daqui a um ano e meio, mas nas ruas. Nos bastidores, já está em pleno vapor.
Do lado de cá do poder, uma classe média intermediária, aquela que não mora numa cobertura na Graça, mas também não sabe onde fica o Alto do Cabrito, saiu das urnas ontem arrotando preconceito e referindo-se aos “pobres” como se esses fossem um exército de mosquitos que transmitiram Chicungunya para o país inteiro. Como essa parcela do eleitorado não se dá bem nem com a própria língua portuguesa, não arranha um A em inglês (tanto que arrota as vantagens de um celular da Apple chamando-a de êipôul) e não tem cacife nem bala na agulha para anunciar o êxodo para Miami (ou, maiami, para que não fiquem ambiguidades e achem que a grafia tá errada e soe como um me ame), concentra sua artilharia nos pobres, esses invertebrados desinformados que desgraçam este país. Para usar uma expressão usada explicitamente por Diogo Mainardi, o Nordeste é uma região de bovinos.
Bem, com as coisas nesse nível, a dificuldade de passar a régua não será pequena. Nunca na história deste país uma eleição provocou tanta ruptura. O sonho lindo de se ter nas redes sociais o milhão de amigos de Roberto Carlos levou um baque e 26 de outubro 2014 entrou para a história no Brasil também como o Block Day. Foi um faxinaço. Gente desconhecida pregando como Beatos Salus insanos foram defenestrados numa faxina que durou o dia todo. O tom de novela mexicana daquelas reprisadas mil vezes nas tardes do SBT fez com que famílias estremecessem, desejo de morte da presidente eleita fosse manifestado por senhoronas com o maior jeitão de pé na cova e, creia-se, até mãe deletou filho do Facebook e cancelou oficiosamente a guarda compartilhada.
Para que o mexicanismo novelesco ficasse ainda mais rico, o povo que nunca se aproxima de uma página de jornal e não sabe a diferença entre uma manchete e uma nota de erramos, passou a véspera e o dia da eleição gastando o whatsapp para dizer que o partido da presidente Dilma havia dado uma dose cavalar de veneno ao doleiro Youssef. Foi impossível não lembrar de Adma (Kássia Kiss), a vilã de um novelão do passado (Porto dos Milagres, 2001). Ela carregava um anelão cheinho de veneno em pó, com a qual ia despachando para o outro mundo cada um que lhe representasse uma ameaça.
Os autores desse folhetim eleitoral já haviam escrito vários outros roteiros: Dilma Rousseff passou mal ao fim do debate do SBT porque João Santana, seu marqueteiro, mandou, para comover o eleitor; e, com a ajuda póstuma de mãe Dinah, diretamente do além, vaticinaram: na véspera da eleição, o ex-presidente Lula fingiria uma enfermidade grave e seria internado para comover o eleitor e chantageá-lo emocionalmente a votar em sua sucessora.
Ao final, não gostaram muito desse texto e preferiram a dose cavalar de veneno enfiada goela abaixo do doleiro. Depois de tudo isso, tá difícil recompor a pose e os afetos. Só se salvaram os memes. Os mimimis ainda vão dar munição, e muita, para brigas familiares no próximo Natal e para os amigos nos botecos após o terceiro copo. O Natal de 2014 será um encontro de alto risco. É bom pensar nisso antes do champanhe ou da sidra.
A PRESSÃO COMEÇA AGORA
A pressão por uma guinada de Dilma à esquerda começa agora,
por Leonardo Sakamoto - Geledés
Dilma Rousseff não ganhou o segundo turno por conta de João Santana. A atuação de Lula, que segue sendo o grande eleitor do país, foi fundamental, mas outro elemento se mostrou determinante: a militância.
Petistas ou pessoas que não são ligadas ao partido, mas defendem bandeiras de esquerda e enxergavam na continuidade do mandato uma possibilidade maior de diálogo para essas pautas, levaram, junto com organizações e movimentos sociais, a campanha ao espaço público e às redes sociais. Conquistaram votos como o PT fazia antigamente antes do partido se apegar demais ao poder e se apaixonar pelo reflexo no espelho.
O governo reeleito sabe disso. Dilma citou isso em seu discurso de vitória. Gilberto Carvalho, ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, exaltou o papel dessa militância em entrevista a Josias de Sousa, Mario Magalhães e a mim, no UOL, neste domingo (26). A partir de agora, como Dilma tratará esses grupos será definidor do seu próximo mandato.
Porque essa militância histórica que defendia bandeiras ligadas à efetivação dos direitos humanos e os movimentos sociais foram, por vezes, ignorados ou nem mesmo atendidos nos últimos quatro anos. Parlamentares representantes do agronegócio, por exemplo, tomaram litros de cafezinho com bolinhos transgênicos com Dilma, enquanto lideranças indígenas eram atendidas apenas por alguns ministros.
A grande pergunta é: o governo dará o devido valor a esses grupos, empoderando alas do próprio governo que já tentam pautar esses temas na agenda e atendendo às reivindicações ou continuará levando-os em banho-maria ou ignorando-os em nome da governabilidade – uma palavra tão vazia quanto casuísmo, oportunismo e hipocrisia?
Menos da metade das terras indígenas foram regularizadas e, pelo menos 30 delas, estão com processo pronto, mofando em cima da mesa enquanto esperam a canetada presidencial.
A reforma agrária parou – o que vemos é um simulacro que obedece mais ao calendário eleitoral do que a necessidade de trabalhadores rurais.
O governo não tem conversado devidamente com comunidades tradicionais e, tendo Belo Monte como laboratório, planeja alterar para sempre o ecossistema do rio Tapajós com um rosário de usinas sem entender e ouvir quem mora por lá.
Ao atender aos pedidos de movimentos sociais apenas em momentos de pressão (pré-Copa e eleições), o governo federal evitou desenhar uma política de moradia que não passe apenas pelo acesso ao financiamento, mas promova uma verdadeira reforma urbana, tentando tirar da Constituição a teoria da função social da propriedade.
Isso sem contar a inexistência de uma política decente de promoção da diversidade e combate à homofobia, apesar dos reiterados pedidos dos movimentos sociais.
Ou uma fuga louca do debate quando organizações sociais põem na mesa a ampliação dos direitos reprodutivos.
E uma subserviência completa, para a tristeza de sindicalistas não-pelegos, quando o assunto é responsabilizar financiadoras de campanhas, ops, empreiteiras, pelas péssimas condições dos operários da construção civil.
Enfim, a lista é longa.
Gilberto Carvalho disse que o governo sabe que, a partir de 2 de janeiro, esses militantes e esses movimentos sociais vão, com toda a justiça, cobrar a fatura para ver essas pautas saindo do papel.
Caso o governo resolva mudar sua postura, quer dizer que o segundo turno levou a uma guinada à esquerda. Isso não significa acirrar os ânimos ou criar cisão. Desde quando um governo conciliador tem que ser um governo que ignora os direitos fundamentais? Ou que não garante serviços públicos de qualidade e não promove uma boa reforma política? Pelo contrário, seria um governo que garanta a todos e todas um quinhão de dignidade há muito negado. Para os que votaram em Dilma, para os que votaram em Aécio.
Muita gente que tem experiência em Brasília duvida disso e diz que Dilma colocará a culpa no Parlamento, mais conservador. Mas a questão para esses movimentos e essa militância não é o governo federal tentar e conseguir pouco e sim nem tentar.
Mas o ministro Gilberto está enganado. Não é a partir do início do ano que vem que essa pressão vai acontecer. Encontrei-me, neste domingo, com Guilherme Boulos, do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), que é a liderança do principal movimento social deste país hoje em termos de centralidade da pauta, mobilização e visão de atuação na minha opinião. Um movimento com uma pauta antiga, mas que sabe se comunicar e influenciar a disputa simbólica da narrativa, pela mídia, pelas redes sociais, de uma forma nova. Também conversei com lideranças LGBTT e indígenas ao longo do dia de ontem.
A pressão começa agora.
segunda-feira, 27 de outubro de 2014
A CIDADE SOB AS ROCHAS
Escondida nas colinas de Espanha está um dos lugares mais estranhos que você já viu. Enquanto há muitas casas em cima do Mediterrâneo, aldeias em vulcões, e mosteiros no topo do Himalaia, essa pequena cidade está localizada sob uma pedra gigante.
Encontrada em Setenil de las Bodegas, Espanha, esta cidade de 3.000 pessoas é o lar de alguns dos melhores restaurantes e bares em toda a Europa.
Como está situado ao lado do Rio Tejo, é um lugar ideal para construir uma cidade, que recebe muita água e temperaturas amenas. Muitas das casas são construídas sob as paredes do próprio desfiladeiro.
Os cientistas acreditam que os seres humanos têm vivido aqui desde a época pré-histórica.
O ambiente único atrai turistas durante todo o ano.
Você pode ver algo aqui que você não pode ver em qualquer outro lugar.
Espero que você não seja claustrofóbico…
Incrível!
A PERSISTÊNCIA DA INTOLERÂNCIA...
A tristeza de uma
Campanha Eleitoral.
Arrependo-me de não ter escrito e publicado esse texto antes, afinal o que me motivou foi o deplorável “debate” que presenciei em um grupo no facebook um dia antes das eleições no 2° turno. Mesmo assim publico-o com a doce esperança de instigar a reflexão em alguns, nessa reta final ou em qualquer outro momento, onde a intolerância se faz presente.
Realmente é interessante observar (deplorável levando em consideração alguns constantes comentários presentes nessa rede social) como os que se dizem defensores “disso e daquilo” e de outras tantas liberdades, tratam aqueles que pensam diferente dos demais. E como vários estão despreparados para conviverem em sociedade.
Respeito, tolerância, liberdade de expressão, um bom diálogo, onde estão?
O que vi em menos de um mês foi um verdadeiro espetáculo de horrores, onde são claras as demonstrações carregadas de um instinto de violência extrema e falta de educação medonha, que se fossem transladadas para o diálogo ao vivo poderiam significar atos de total covardia, onde provavelmente sangue seria derramado sob a justificativa débil de defender candidatos, alçados a categoria de santos, e seus respectivos projetos políticos.
Estaríamos discorrendo com bobas crianças? Adolescentes rebeldes em plena puberdade na ânsia para usar suas emoções ao bel-prazer? Ou estamos conversando com cidadãos conscientes que vivem em uma sociedade democrática (e ressalto isso), por mais que não pareça em determinadas situações, onde a diversidade sempre existirá!
Na busca pelo espetáculo gratuito e pelo menosprezo do outro a humanidade já fez horrores, vejo que em pleno o século XXI, em um espaço virtual, a história se repete. Fora dele os horrores continuam existindo. Envergonha-me ver várias pessoas das mais diversas áreas se comportarem como quase ditadores que não perdem a chance de impor sua opinião e seus apaixonados argumentos, expondo a sede pela barbárie e aviltamento presente em escritos e falas lastimáveis.
Quem prega o não respeito ao outro, como vi nesses dias, abre espaço para inúmeras formas de tratamento, que podem variar das mais simples demonstrações de repúdio, asco, ou mesmo, a sinais de verdadeiros pedidos de linchamento ou morte “adoçados” na forma de ironias (como vi em uma publicação meses atrás de um futuro professor); ocultados em sentimentos que dormem enquanto os dedos digitam violentamente no facebook.
Se querem criticar algo (ou mesmo destroçar opiniões apresentadas) argumentem, fundamentem seus votos e pontos de vista em um ou no outro candidato; ou em qualquer questão em algum debate. Construam teses, ou não, sobre os mais diversos assuntos, mas respeitem o outro! O saudável debate político não pode ser realizado com ações desprezíveis como as que observamos nessas eleições. Pena em ver a fraqueza e a tristeza de opiniões que giravam em torno de preconceitos e generalizações carregadas de tamanho ódio. Colocando o outros sempre como inimigo, ou coisa pior, só por apoiar algum candidato.
Realmente recuso-me a perder tempo em debates onde os donos da “verdade” se colocam como arautos da “razão”. Recolho-me, não por temer o enfrentamento daqueles que se elevam a tão alto desnível de “esperteza e ilusão de soberania”, mas sim por constatar que onde existe a intolerância, e principalmente a falta de respeito, não nascerá e não existe espaço para a ideia de liberdade, por mais que alguns se intitulem defensores dela.
Recolho-me, mas não desisto!
Um bom Domingo para os eleitores da Dilma e do Aécio, os que vão votar Nulo, justificar ou não votar.
Atenciosamente.
Rafael Dantas.
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