segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

A MOÇA QUE ODEIA BIOGRAFIAS NÃO AUTORIZADAS SE F...ERROU!

Prefeito ACM Neto cancela shows do final de ano e anuncia R$ 6,5 milhões para a cultura de Salvador

Da redação
O Prefeito ACM Neto provou que não veio para brincadeiras e que a sua gestão entrará para a história de Salvador. Com uma postura ousada, digna dos grandes líderes, o “pequeno notável” cancelou os festejos de final de ano (quatro noites de shows e queima de fogos de artifício) e anunciou a criação de uma política cultural com lançamento imediato de novos editais com o mesmo montante que seria gasto no Réveillon: “Não podemos gastar R$ 6,5 milhões em quatro noites. É uma atitude irresponsável e eu sou o prefeito da cidade. Não posso permitir isso. Nós vamos investir na economia da cultura, dar condições mínimas para que mais de 1.000 produtores, diretores, atores, músicos, escritores e dançarinos possam viver daquilo que nos alimenta durante todo o ano e para sempre: Arte !”, disse um prefeito emocionado para uma platéia que lotava as dependências do Palácio Tomé de Souza, em Salvador.
A classe artística quase foi às lágrimas, parecia não acreditar no que estava acontecendo. No mesmo evento, foi anunciada a criação da “Bolsa de Projetos” a ser gerenciada por uma comissão permanente que vai avaliar a realização e resultados dos projetos contemplados nos editais municipais. A partir daí, serão criadas linhas independentes que visam estimular o surgimento de jovens talentos, além de dar garantia de continuidade aos artistas e projetos consolidados: “Estudamos os melhores sistemas de financiamento cultural no mundo e chegamos a uma proposta inovadora, que garante a continuidade da produção artística”, concluiu o prefeito.
Muitos dos presentes ficaram um tanto frustrados por não conseguirem enxergar o burgomestre durante a cerimônia, mas a imensa maioria se mostrava muito contente diante das novidades:  “Creio que estamos assistindo a uma revolução na vida cultural da cidade. Compreenderam, finalmente, que editais são instrumentos e não se constituem, por si só, como política”, afirmou o cineasta Cláudio Marques. “Eu já estava ficando maluco com essa quantidade de festas. Foram sete dias em homenagem ao Samba e agora, seriam mais quatro para celebrar a passagem do ano, que tradicionalmente, em qualquer lugar do mundo, é celebrada apenas em uma noite, a última do ano”, disse, por sua vez, o arquiteto Márcio Correia Campos.
Até mesmo os mais céticos bateram palmas para a iniciativa: “Eventos, shows, festas… isso é uma anti-política cultural, um atentado a cidade. Ou melhor, era. Felizmente, ACM Neto teve a grandeza e o bom senso e interrompeu esse processo”, comentou o dramaturgo Gil Vicente Tavares, crítico costumeiro da apatia e imbecilidade soteropolitanas. O poeta e agitador cultural, James Martins, foi um dos mais comedidos diante do anúncio “Precisamos esperar um pouco, ler o decreto na íntegra para ver se o teatro profissional foi finalmente contemplado. Precisamos saber qual a importância que a literatura vai ter nessa política”.
Os bastidores
Um funcionário da prefeitura, que preferiu o anonimato, contou para a reportagem que toda essa reviravolta começou há algumas semanas, na Fundação Gregório de Mattos. Foi lá que o presidente do órgão municipal responsável pela cultura, Fernando Guerreiro, em dia de forte depressão, levantou-se de súbito gritando para quem quisesse escutar “Ou levam a cultura a sério ou eu vou embora !”. Na noite anterior, Guerreiro havia se encontrado com o Secretário de Cultura do Estado da Bahia, Albino Rubim, que demonstrara também uma grande dose de tristeza frente à situação de contingenciamento de verbas, promovida pelo Governo do Estado. Albino confidenciou para o colega que se sentia humilhado, sem forças e que se arrependia por não ter largado o cargo anos antes, quando o Governador impôs a mudança do IRDEB da pasta de cultura para a de comunicação, contra a vontade dele e de todos da cultura. “Estamos emprestando o nosso nome, a nossa história e a nossa honra para dar credibilidade a essa gente, que, no fundo, não nos respeita”, teria dito Albino. “Meu Deus, que vergonha eu passei com aquela história de ‘Cultura em Campo’… que vergonha promover aquilo, como eu me arrependo…”, confidenciou ao colega.
De alguma forma, aquela conversa mexeu com os brios de Guerreiro, que fez valer o seu sobrenome e impôs condições radicais para a sua permanência no cargo. ACM Neto, ao que tudo indica, entendeu o recado e tomou a atitude que rompe com a lógica levada a cabo pelo seu avô, de promoção de grandes eventos aliada à concentração de verbas nas mãos de poucos gestores culturais, em detrimento de ampla maioria de artistas locais.
Caetano Veloso e Gilberto Gil, estrelas contratadas pela Prefeitura e que tiveram seus shows cancelados, não se mostraram chateados com a decisão: “O futuro está nos jovens!”, exclamou um sorridente e brilhante músico e ex-ministro da cultura, que se revelou contente por ver aquele dinheiro irrigando um setor que precisa de pouco para dar tanto. Já Caetano também parabenizou o prefeito pela iniciativa, mas pediu que da próxima vez ele seja avisado com um pouco mais de antecedência. “Eu tinha uns cinco ou seis convites… mas, tudo bem. Ele está fazendo o que é certo”. A produtora Flora Gil, responsável pela organização do evento, não quis tecer nenhum comentário sobre a mudança de planos da Prefeitura. A amigos, ela teria dito que quem perdia com isso era a população de Salvador, pois os cachês dos shows seriam pagos por patrocinadores privados. “A prefeitura não pode e nem deve competir com os produtores locais em busca de patrocínio. Não é essa a sua função. O dever do poder público não é o de promover festas, mas sim de criar políticas que auxiliem no desenvolvimento do que há de mais criativo e elaborado em nossa cidade”, declarou o professor da UFBA, Ordep Serra.
Não há como negar o impacto positivo dessa medida a curto, médio e longo prazos para Salvador. Se por um lado, a economia da cidade agradece, por envolver milhares de pessoas, direta e indiretamente, por outro cria-se um valor não comensurável, pois o nome de Salvador e de seus habitantes será propagado pelos quatro cantos do mundo, por muito tempo.



2 comentários:

  1. Dimitri pelo amor que vc tem ao seu blog, dá uma parada pra analisar as coisas que vc recebe pela net antes de publicá-las aqui. Não é a primeira vez que o senhor posta aqui (copia e cola da net) "notícias" fictícias, os famosos boatos da internet. Aí o seu blog perde mais ainda a credibilidade.
    O atarde informa que o ACM desmentiu hoje a notícia acima: http://atarde.uol.com.br/bahia/salvador/materias/1557759-prefeitura-desmente-boato-virtual-sobre-o-reveillon

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    1. É verdade que, ás vezes erro. Quem não erra. No caso do Réveillon, eu sabia perfeitamente que Cláudio Marques tinha escrito o famoso texto. Resolvi entrar na brincadeira. Que aliás não é uma brincadeira, mas uma crítica muito bem elaborada e escrita. Uma forma elegante de constetar o absurdo gasto dos R$6,5 milhões. Bom fim de ano para você.

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