quarta-feira, 5 de junho de 2013

ÁRIA VERMELHA

ÁRIA VERMELHA

Para as orelhas sem cera,
vem com o efeito de um bafo.
Oriunda das entranhas,
assada, esta ária obscena,
sofrendo de pau quebrado,
assola no seu passado.
Ópera bufa molhada,
tatuando a própria nádega,
sai, tatu, do seu buraco.
Ah!Batuta sem conserto
encurralada na merda,
que só do seu verso abunda,
nesse papel higiênico,
o cacófato é sua bunda.

Bernardo Linhares
 

Venezuelanos não poderão comprar o mesmo produto duas vezes num só dia
Foto: Epigrama obsceno 
(Depois do textículo do grande Pedro Nava)

“Considero tão inconcebível um livro de pornografia pura como o fato de comer cebola, alho ou pimenta puros. Mas a expressão chula ou obscena tem valor condimentar e tem de entrar num texto na hora e proporções certas – como o alho no arroz, a cebola no bife e a pimenta na moqueca. A palavra maldita também é tempero... usá-la no momento adequado é fazer alta cozinha.”

ÁRIA VERMELHA

Para as orelhas sem cera,
vem com o efeito de um bafo.
Oriunda das entranhas,
assada, esta ária obscena,
sofrendo de pau quebrado,
assola no seu passado.
Ópera bufa molhada,
tatuando a própria nádega,
sai, tatu, do seu buraco.
Ah!Batuta sem conserto
encurralada na merda,
que só do seu verso abunda,
nesse papel higiênico,
o cacófato é sua bunda. 

Bernardo Linhares

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