sábado, 1 de dezembro de 2012

NÃO TENHO MEDO DO IPHAN

   
Faço parte dos cento e tantos milhões de contribuintes que, sofrendo com carência generalizada, gostariam de saber onde desaparece este Iguaçu econômico.  Gozando de dose mediana de raciocínio, fico incomodado com obras faraônicas e obviamente inúteis.

Em vez de mantê-los, destroem-se estádios para construir outros, de suspeita necessidade, enquanto temos escolas e hospitais ruindo. 
Brasília investiu mais de 8 bilhões desde julho 2007 para transpor o rio São Francisco, mas nunca, como em 2012, a seca castigou tanto os nordestinos. 
Dois anos após os quase mil mortos nas avalanches da região serrana do Rio de Janeiro, as famílias ainda moram ao relento, prefeitos enfiando alguns milhões nos respectivos bolsos. 

Vivemos de promessas sempre postergadas para o trânsito, o transporte público e a segurança. 
As parcas áreas verdes urbanas acabam entregues a imobiliárias predatórias. 
Nos campos, partidos de ideologias opostas se unem para depredar matas ciliares e reservas ambientais.

 Em Salvador, somos obrigados a assistir à acelerada destruição da memória material e imaterial e agora não vamos poder protestar?                             
Imagine, leitor eventual, que, irritado com minhas freqüentes críticas, sempre justificadas e objetivas, o Iphan da Bahia, através do Ministério Público Federal, me mandou em novembro passado interpelação judicial pelo texto “Quem tem medo do Iphan?” publicado em 2011.  Voltamos à velha censura?
Pois eu não tenho medo do Iphan, não. Em nada prejudiquei ninguém que fosse digno do salário que nós, os cento e tantos milhões de contribuintes, pagamos com desmedido sacrifício. 
Quando afirmo que o bairro de Santo Antônio, como, aliás, todo o dito centro antigo de Salvador, está totalmente abandonado, não vejo como retirar uma só palavra. 
Digo e provarei se for preciso. 

Quem desejar, pode me acompanhar pelo centro da capital com gravador e filmadora. 
Terei o maior prazer em detalhar confusões e omissões.
 E não me venham com ameaças.          



   COMENTÁRIOS DE LEITORES


Caro Dimitri, Mais lamentável ainda foi a atitude do membro do Ministério Público Federal que ao tomar conhecimento das críticas/verdades, subscreveu em nome da União Federal o processo contra voce. O nobre procurador da república que subscreve a peça processual é pago por todos nós por via dos vexatórios impostos, e ao invés de repelir a pretensão como é também sua atribuição, e propor contra esses irresponsáveis e incompetentes medidas para coibir a improbidade administrativa (A partir da CF/88 O MPF não é apenas acusador), preferiu ignorar o óbvio;aquilo que está estampado no olhar das pessoas que não conseguem entender esses absurdos crimes praticados contra nosso patrimônio, hoje compartilhado com a humanidade. Como um soldado de uma trincheira sem tangentes, quando a guerra for contra o desvirtuamento e a apropriação daquilo que pertence a todos, eis me aqui com as necessárias armas solidárias. ( Edmar) 



Caro Dimitri  Creio que sou um dos muitos baianos que estão solidários a você, nessa questão do Iphan. Lamentavelmente esse orgão, atrapalha mais do que ajuda, e não cumpre corretamente suas obrigações, foi o caso do Banda Psirico, que através um acordo espúrio com a Associação das Baianas de Acarajé, privatisou o Belvedere da Sé, causando com seu som absurdamente alto prejuizos a Santa Casa, fraturando cristaes e outros. Que atitude tomou o Iphan? Nenhuma.
Mas como todo incompetente não suporta crítica. Continue mandando brasa
Cordial abraço do amigo Alvaro Conde Lemos Filho



Temer ameaça do IPHAN!!!! Eles não o conhecem. Vá em frente, meu amigo. Abraços, Jeferson


... Mande brasa na questão de defesa do
patrimônio cultural da Bahia, Não tenha medo do IPHAN; você vale mais
do que ele neste campo, pois não entra em conchavos públicos e privados. Pelo contrário, é contra..
Um abraço.
Florisvaldo


Caro Dimitri Ganzelevitch,
Li artigo de sua autoria na edição de hoje do Jornal A Tarde: "Não tenho medo do Iphan". Excelente produção textual, raciocínio crítica muito bem exposto, construção vernacular perlocutória reconhecidamente perfeita. Parabéns!
Para seu conhecimento, aqui em Cachoeira, já há algum tempo, o Iphan opera com a mesma (im) postura com que  vem desfigurando o conjunto tombado da Cidade Heróica e Monumento Nacional. 
No arquivo anexo, informações que reputo úteis, para seu conhecimento.
Atencisosamente,
Pedro Borges dos Anjos


DOIS ANEXOS

ttps://docs.google.com/viewer?a=v&pid=gmail&attid=0.1&thid=13b58d8cec10f210&mt=application/msword&authuser=0&url=https://mail.google.com/mail/u/0/?ui%3D2%26ik%3Dd80861bad9%26view%3Datt%26th%3D13b58d8cec10f210%26attid%3D0.1%26disp%3Dsafe%26zw&sig=AHIEtbShfIf_Xk2OrtQIsQ5Z1xBRTShdLg


https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=gmail&attid=0.2&thid=13b58d8cec10f210&mt=application/vnd.openxmlformats-officedocument.wordprocessingml.document&authuser=0&url=https://mail.google.com/mail/u/0/?ui%3D2%26ik%3Dd80861bad9%26view%3Datt%26th%3D13b58d8cec10f210%26attid%3D0.2%26disp%3Dsafe%26zw&sig=AHIEtbQRCnkSq138FysruiY3jk5uBXGs5Q

De fato, não é preciso muito esforço para constatarmos a inoperância dos órgãos de proteção do patrimônio cultural baiano, vivemos um descalabro completo nessa matéria e a cidade vai se descaracterizando, favelizando-se por completo, enfeiando-se nos lugares em que foi sempre bela. Salvador hoje é uma cidade escorada.  Luiz Alberto Freire



Li o seu artigo no jornal A Tarde. Estou com você e não abro. Subscrevo tudo que você escreve e avise quando forem lhe prender, porque eu devo ir preso junto com você, por formação de quadrilha.   LUIZ ELADIO Humbert

Prezado articulista Ganzelevitch,

Gostei muito de seu artigo na  A TARDE de hoje, segunda-feira,  01/12/2012.

Sinto-me devedor das pessoas que escrevem coisas interessantes e/ou importantes.
Assim sinto-me devedor seu e,  por isso, estou incluindo um anexo onde apresento alguns comentários sobre a transposição do rio São Francisco, um dos temas abordados em seu artigo de hoje, referido acima. Retribuo oferecendo-lhe  um artigo meu, publicado na revista do Instituto Politécnico da Bahia, acessível também emwww.ipolitecnicobahia.com.br .

Sugiro um rápido olhar na pagina 6, item 6 do Anexo. A transposição resulta do que chamo “força da tradição”, isto é algo incorporado ao conhecimento público como resultado de repetição de ditos ou fatos antigos. A transposição do São Francisco foi uma ideia de 1877 quando tivemos um seca durante a qual morreu uma proporção significativa da população do Nordeste. Nos anos 1940-60, ao se propor solução para superar o problema da seca, os autores sequer citaram a transposição, pois para os autores, era assunto superado tendo em vista o conhecimento acumulado até então sobre a região: a topografia (desconhecida em 1877) desaconselhava esse tipo de obra e o conhecimento acumulado sobre água subterrânea no Nordeste já indicava uma solução de custo substancialmente menor e efetividade mito maior.

A obra concluída não contribuirá para coisa alguma e seu custo superará qualquer eventual benefício fortemente localizado que se possa obter dela, além de problemas novos que criará, como redução da vazão do rio para a produção de energia elétrica, perturbação da fauna marinha na região da foz do rio São Francisco e redução (ou eliminação) do volume de água, ainda disponível, para a irrigação de vastas regiões das margens do rio dentro dos estados de Mas Gerais e Bahia.

Continue a brindar-nos com seus artigos inteligentes.

Atenciosamente

Sylvio de Queirós Mattoso
Engenheiro de minas e metalurgista, DSc Geociências

https://mail.google.com/mail/u/0/?ui=2&ik=d80861bad9&view=att&th=13b563b67dbbf3f3&attid=0.1&disp=safe&zw


Dimitri:
Parabéns, mais uma vez pelo maravilhoso artigo de hoje.
Quem lhe escreve é uma admiradora do seu trabalho porque reflete, com sinceridade, os problemas que somos obrigados a suportar.
Um abraço,
Rizoleta Lacerda Sampaio (Lola)

"...Anyhow, I just found your blog on the internet, and I already wanted to send you an e-mail after reading your column Não tenho medo do Iphan, when I was in Salvador recently. You are absolutely right! And yes, I would like to accompany you with a camera and/or tape recorder to write an article about the degradation of Salvador. Many people in Holland ask me about the progress in Brazil, and it's always hard to explain that progress is not for everybody in Brazil, that racism still exists, that health care and education seem to be forgotten about. When I am in Salvador I hate and love it at the same time. It's very confusing..."" EVA BOMANS (HOLLAND)

O IPHAN PARECE CONHECER BEM DE RUINAS.
DE PATRIMONIO DESCONHECE TOTALMENTE DEVERIA ATÉ CHAMADO DE IRHAN (INSTITUTO DE RUINA HISTÓRICA E ARTISTICA NACIONAL)  VAI PARAR SALVADOR PORQUE NÃO BUSCAM SOLUÇÃO PARA O QUE ESTA ERRADO E TUDO LEVA ANOS PARA SER APROVADO,TODOS ALI SÃO COMPLICADOS.TEM FERRO PARA TODO LUGAR SEGURANDO RUINAS .CADÊ AS REFORMAS???$$$ Anônimo

Dimitri,
Parabéns pela ação!
Encaminhei até as fotos que o Urano mandou, para todos do Iphan que possuo e-mail, daqui e de São Paulo. abs 
Suzana Severs




A FAVELIZAÇÃO ACELERADA 
DE UM BAIRRO 
CONSIDERADO 
PATRIMÓNIO MUNDIAL
 PELA UNESCO 


             
ESTAS POUCAS FOTOGRAFIAS FORAM TOMADAS NESTE SÁBADO 1 DE DEZEMBRO. É EVIDENTE QUE SÃO A MODESTA PONTINHA  DE UM ENORME ICEBERG DO ABANDONO CRIMINOSO DO BAIRRO 













































































































ESTA CASA FOI FECHADA PELO IPAC EM 1995 PARA REFORMA.PERMANECEU VAZIA DESDE ENTÃO. ACABOU RUINDO...       



















Seja sincero: 
você acha que isso é 
Património da Humanidade?


Após  olhar estas poucas fotos, 
você acha pertinente a UNESCO ter declarado
 o bairro de Santo Antônio 
Património Mundial? 
A mim, me parece
 uma piada de péssimo gosto!



9 comentários:

  1. Parabéns Dimitri, a muito que nosso patrimônio encontra-se em abandono e a mercê da especulação imobiliária.

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  2. O IPHAN PARECE CONHECER BEM DE RUINAS PATRIMONIO DESCONHECE TOTALMENTE
    DEVERIA ATÉ CHAMADO DE IRHAN(INSTITUTO DE RUINA HISTÓRICA E ARTISTICA NACIONAL)VAI PARAR SALVADOR PORQUE NÃO BUSCAM SOLUÇÃO PARA O QUE ESTA ERRADO E TUDO LEVA ANOS PARA SER APROVADO,TODOS ALI SÃO COMPLICADOS.TEM FERRO PARA TODO LUGAR SEGURANDO RUINAS .CADÊ AS REFORMAS???$$$

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  3. De fato, não é preciso muito esforço para constatarmos a inoperância dos órgãos de proteção do patrimônio cultural baiano, vivemos um descalabro completo nessa matéria e a cidade vai se descaracterizando, favelizando-se por completo, enfeiando-se nos lugares em que foi sempre bela. Salvador hoje é uma cidade escorada.

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  4. Dimitri, Na qualidade de admirador e leitor assiduo de seus escri
    tos,e da sua inteligência ,não poderia deixar de hipotecar minha
    solidariedade e aplausos, abraços, Climerio Andrade

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  5. parabéns, dimitri!

    de seu admirador, cláudio marques

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  6. Muito boa ação viral de protesto. É preciso utilizar todos canais e redes sociais para denunciar nacionalmente o descalabro que se tornou o centro histórico de Salvador. Entretanto, sou adjunto à voz de Albergaria: O Pelourinho é a ruína da ruína. Justamente por isso é importante restaurar e preservar. Vejo também que os predadores imobiliários estão montando suas próprias ciladas, porque ao que tudo indica não restará ninguém para usufruir e apreciar os imóveis que estarão à venda. A galera, como se diz na Bahia, está indo embora. Eu já fui! Vivre la France!

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  7. Caro Dimitri,
    Mais lamentável ainda foi a atitude do membro do Ministério Público Federal que ao tomar conhecimento das críticas/verdades, subscreveu em nome da União Federal o processo contra voce.O nobre procurador da república que subscreve a peça processual é pago por todos nós por via dos vexatórios impostos, e ao invés de repelir a pretensão como é também sua atribuição,e propor contra esses irresponsáveis e incompetentes medidas para coibir a improbidade administrativa( A partir da CF/88 O MPF não é apenas acusador),preferiu ignorar o óbvio;aquilo que está estampado no olhar das pessoas que não conseguem entender esses absurdos crimes praticados contra nosso patrimônio, hoje compartilhado com a humanidade.

    Como um soldado de uma trincheira sem tangentes, quando a guerra for contra o desvirtuamento e a apropriação daquilo que pertence a todos, eis me aqui com as necessárias armas solidárias. ( Edmar)

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  8. Caro Dimitri,
    Concordo em gênero, número e grau quanto às suas opiniões sobre o IPHAN. Durante mais de 10 anos fui o responsável pelo Forte São Marcelo (2000-2011). Com o término do Contrato, solicitei a presença do superintendente local para receber o Forte (10 jul 2010), não compareceu nem enviou nenhum preposto para receber o monumento. Cinco meses depois moveu uma ação de reintegração de posse (despejo), numa clara demonstração de má fé, já que nunca me opus a devolver o monumento.
    Abraços,

    Anésio Ferreira Leite
    www.museuvivonacidade.com.br
    abraf.presidencia@gmail.com
    Tel 71 9122-8776 e 8882-8776

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  9. E a foto do tal muro da Regina Casé?

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