Os imensos lustres de cristal que decoram o salão de festas do
Palácio do Eliseu, a sede do governo francês, em Paris, não
ofuscaram a verdadeira constelação em que consistia a lista de
convidados do jantar de gala oferecido pelo presidente francês,
François Hollande, em honra à presidente Dilma Rousseff, na
noite desta terça-feira. Celebridades e a elite do empresariado
francês se misturaram à alta cúpula do governo socialista, que
recebia pela primeira vez a brasileira em uma visita de Estado.
Palácio do Eliseu, a sede do governo francês, em Paris, não
ofuscaram a verdadeira constelação em que consistia a lista de
convidados do jantar de gala oferecido pelo presidente francês,
François Hollande, em honra à presidente Dilma Rousseff, na
noite desta terça-feira. Celebridades e a elite do empresariado
francês se misturaram à alta cúpula do governo socialista, que
recebia pela primeira vez a brasileira em uma visita de Estado.
As homenagens estavam por toda a parte. Cada uma das 27
mesas dispostas num dos mais belos salões de recepção da
França, havia o nome de uma capital brasileira. Enquanto na
"Brasília" os presidentes sentaram lado a lado, na "Rio de
Janeiro", "Vitória" ou "Porto Alegre" foram estrategicamente
posicionados nomes de destaque da política francesa, como o do
primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault e do ex-premiê Lionel
Jospin, além de nada menos do que 15 ministros do
governo.Mas também apareceram os nomes do ex-jogador de
futebol Raí, do chef Alain Ducasse, da estilista Agnes B. e da
apresentadora de televisão francesa Claire Chazal. Donos de
fortunas brasileiros e franceses também circularam pelo
luxuoso salão, como os presidentes das poderosas companhias
Casino (dona do Pão de Açúcar), Dassault (fabricante dos caças
Rafale) e a petroleira Total, do lado francês, e as construtoras
brasileiras OAS e Andrade Gutierrez. Somados aos jornalistas -
inclusive os correspondentes brasileiros em Paris, convidados
pela primeira vez para uma ocasião como esta -, 250 pessoas
degustaram o jantar.
No cardápio, a entrada de vieiras marinadas e o tartare de
salmão defumado ao molho de pimenta rosada foi servida antes
de um tenro frango de Bresse gratinado com parmesão,
acompanhado de suflê de batatas com cenouras. Uma torta de
mousse com avelãs fechou o banquete, regado a vinhos e
champagne, evidentemente nacionais. Os brindes foram
celebrados em taças de cristal onde se liam as iniciais RF, para
República Francesa - assim como os pratos de porcelana,
fabricados à mão pela marca Puiforcat, que estampavam a
inscrição "Palácio do Eliseu" no verso. Cada prato pode custar
até 6 mil euros.
No vai e vem sincronizado dos garçons de fraque, o grande
ausente foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que
cancelou a presença de última hora - em mais uma tentativa de
escapar ao assédio da imprensa diante das novas denúncias
feitas pelo publicitário Marcos Valério à Procuradoria-Geral
da República. "Ele estava cansado", justificaram próximos ao
petista, que cumpre agenda em Paris desde segunda-feira.
Além da ilustre relação de presenças, a trilha sonora com
partituras do século 17 e as peças do serviço de prata maciça -
as da sobremesa eram ainda banhadas a ouro - não deixavam
dúvidas: Hollande queria estender com toda a pompa o tapete
vermelho à delegação brasileira. Neste ano, apenas um segundo
país, a Itália, terá recebido distinção semelhante - enquanto que
o ex-presidente Nicolas Sarkozy ofertou um jantar de Estado a
somente sete líderes mundiais ao longo de seus cinco anos de
mandato.
Ao lado de Hollande, que permaneceu com um largo sorriso no
rosto ao longo de toda a noite, sua companheira Valérie
Trierweiller atraiu os olhares indiscretos masculinos e de
admiração femininos. Elegante em um discreto vestido preto e
cinza acinturado, a companheira do presidente - que até agora
não conseguiu sequer se aproximar da popularidade de que
desfrutava a antecessora, a cantora e ex-top model Carla Bruni
-, parecia deslocada, posicionando-se sempre atrás do
presidente e se esforçando para não ocupar um papel de
primeiro plano no evento. A postura faz parte de uma busca que
já dura sete meses pelo papel ideal de primeira-dama quando,
antes do poder, exercia a profissão de jornalista - no que muitos
vêem como cargos incompatíveis.
Nem sempre acompanhado de Dilma, o casal anfitrião fez
questão de passar em todas as mesas para cumprimentar os
convidados. As mesas, aliás, eram decoradas com arranjos de
minirrosas e pétalas espalhadas sobre a toalha branca, onde
também estavam dispostos envelopes em papel machê, fechados
com um delicado cordão nas cores do Brasil. Dentro dele,
encontravam-se os discursos oficiais realizados na abertura do
jantar, o menu e a trilha sonora tocada ao vivo pela Orquestra
de Cordas da Guarda Republicana do Palácio do Eliseu -
incluindo Tom Jobim e Villa Lobos.
Pontualmente às 23h, os instrumentos silenciaram e o casal
presidencial dirigiu-se à saída - no rígido protocolo francês,
este é o sinal de que a noite, literalmente excepcional, havia
chegado ao fim.
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