sábado, 29 de dezembro de 2012

PEDACINHOS DE LEMBRANÇAS, PERGUNTAS...


Capela Anglicana

No Campo Grande, ainda conheci os dois quiosques brancos emoldurando a coluna do caboclo. Por que foram demolidos em vez de restaurados? Lembro também do imponente templo anglicano neoclássico do princípio do século XIX, também varrido pelo suposto progresso. 
Com a agressiva troca de antigos azulejos por cerâmica de banheiro público na mansão dos Cardeais ainda não me conformo. E, doutra praça, a Castro Alves, bem ao lado do cinema Guarani, não esqueci a modesta e charmosa fonte do Jornaleiro. Das outras fontes, sobrevivendo por milagre, melhor nem comentar...
No 27 da Ladeira dos Aflitos, até há poucos anos, a fachada de “um dos melhores conjuntos de arquitetura civil de Salvador” ostentava na platibanda dois nobres leões em cerâmica do Porto. Nos anos 90 foram vendidos por umas freiras que ocupavam a casa. O Iphan recuperou e lá reintegraram sua função de guardiões. Há pouco tempo novamente sumiram. Alguém sabe do paradeiro? 
Outros leões, em mármore de Carrara, ornamentavam a escadaria da Casa da Itália, junto ao Palácio da Aclamação. Também vendidos, banalizando o conjunto. Você conheceu a Vila Serena? E a mansão Wildberger, eterno escândalo?  
Se o antigo Hotel Colonial não foi demolido, o leitor pode me agradecer, porque, nos anos 80, me opus radicalmente à venda do casarão pela Aliança Francesa que nela acabaria se instalando.
Na Graça resiste o casarão dos Carvalhos, mas o pedacinho de mata escondido na traseira está ameaçado por uma imobiliária. E, no Comércio, o sobrado azulejado da Praça Cairu, ex-futuro Hotel Hilton - com a benção dos três órgãos responsáveis (sic) - já viram em que estado ficou? 
Na rua do Pilar, a magnífica balaustrada entre o Mercado de Ouro e o Trapiche Barnabé está desaparecendo. Cadê a fiscalização do Iphan? 


A Praça da Sé, sinistra depois de retirar o terminal de ônibus, o calçadão de pedras portuguesas, projeto assinado por Juarez Paraíso e as árvores chuva de ouro. 
A medíocre fonte luminosa não passa hoje de uma vasta incubadora de mosquitos.
Senil, inútil saudosismo? Você decide.


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