terça-feira, 15 de março de 2016

OUSEI QUESTIONAR O NEOJIBÁ


Sempre é bom suscitar polêmica, mais ainda na área cultural, tão maltratada na nossa sociedade. Contrariado com o naufrago da Orquestra Sinfônica da Bahia, ousei questionar o que insisto em chamar de espetacularização do Neojibá. http://dimitriganzelevitch.blogspot.com/2016/03/nosso-titanic-musical.html) 
Um lindo projeto social, com certeza. 
Mas ainda muito longe da maturidade da Orquestra Sinfónica Simón Bolívar, na Venezuela, criada em 1978, com critérios cuidadosamente conceituados. 

Seria interessante saber quantos jovens baianos - se forem todos baianos - são realmente “de rua” ou de famílias carentes. 
Como alguns adolescentes chegam aos 28 anos, já pais de família, quais são os critérios? 
Que tipo de contrato eles têm com o Estado? 
Os estudos académicos têm sempre prioridade sobre os ensaios? Os jovens têm seguro de saúde? 
Afinal usar desde muito cedo mãos, ombros, coluna vertebral e pulmões de forma bem definida e constante pode originar traumas e deformações graves. 
Conhecem as diferencias entre tocar Mozart e tocar Beethoven? Para qual mercado de trabalho são formados? 
Após 8 anos no Neojibá, quantos destes já não tão adolescentes entraram para a Osba ou a Ufba? 
Como são muito jovens, participar do Neojibá só pode ser considerado como aprendizado, preparo para a vida adulta. 
Fora os que se destacaram e foram até estudar na Europa, qual o futuro dos outros? 

É exatamente isto que desejo me convencer que está acontecendo. Vamos, por favor, parar de endeusar qualquer proposta que se declara social?

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