segunda-feira, 20 de julho de 2015

MORRA NO SUS!

Quem necessita do SUS 
não pode ter emprego.

Para marcar uma consulta, caso já tenha a Guia, vai ao Posto. Pega a fila, normalmente enorme, debaixo de chuva ou sol. Não há nenhum cuidado com essa camada da população:  as pessoas ficam ao relento. 
Chegando ao guichê, o atendente recebe a guia e vai buscar, via computador, profissionais para atender a solicitação.

Normalmente a resposta é negativa: Não há vaga. 
Volte mais tarde ou amanhã.

Resultado de imagem para FOTOS DO SUS BAHIA

Passei um ano buscando um cardiologista. Quando consegui vaga, ele me pediu três exames, quais sejam: ECG, RX do tórax e hemograma. Fazer os exames é uma nova luta. Depois dos exames prontos, uma surpresa: para retornar ao profissional temos que amargar a fila novamente. 

Primeiro, temos que conseguir a Guia para o retorno. Ela deve ser fornecida por um clínico geral (informação recebida por mim). Se conseguirmos marcar o clínico e obtiver a guia, outra fila para marcar o cardiologista. 
Mais um ano? Os exames não servirão mais, caducaram. Não consegui retornar ao cardiologista. 

Outro problema: a marcação do retorno dá-se somente em alguns Postos.
Tenho experiência com um otorrino. Depois de conseguir o otorrino e fazer os exames solicitados por ele, nunca pude levar os exames de volta. Os Postos nos quais eu poderia marcar seriam Cosme de farias, Carlos Gomes, Itapoan, Cajazeiras. Moro em Brotas. Por que não posso marcar no Posto mais próximo de minha casa? 

Situação complicada para idosos que têm dificuldade de se movimentar. Fui ao Posto da Carlos Gomes e depois de uma hora e meia de fila me informaram que não estavam marcando retorno. Nunca pude levar os exames de volta ao médico.

Antigamente havia profissionais de plantão nos Postos de Saúde. Eles atendiam a população nas simples emergências. Se acordássemos com algum mal-estar, pressão alta, crise de sinusite, etc., corríamos até o Posto de Saúde e éramos atendidos. Acabaram com isso. 

Postos de saúde tornaram-se Clínicas. Hoje temos que nos servir das emergências dos hospitais superlotados. Temos que disputar atendimento com aqueles que passaram a noite levando tiros ou facadas. Claro que não seremos atendidos.


Resolveram construir as chamadas UPA, que existem em poucos bairros, sempre superlotadas. Portanto, o melhor é não precisar de médicos porque, quem depender do SUS, vai continuar passando mal. 

CECÍLIA VIEIRA DE MELO

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