Pejota: com ela, nada dá certo. Atrasos e qualidade duvidosa marcam obras da construtora
Conhece alguma obra de recapeamento que deixou como herança buracos por toda a via ou uma passarela que demora mais que o tempo regular para ficar pronta? Provavelmente você está se deparando com alguma obra da Pejota Construções e Terrplanagem.
No portifólio de obras que apresentaram algum problema, está a da passarela do km 4,5 da BA-099, em Lauro de Freitas. Prevista para ser entregue em fevereiro de 2014, a obra acumula prazos de entrega vencidos, problemas estruturais e muitas reclamações. E os impasses não param por aí. O asfalto também parece ser um dos calos da construtora. As obras de pavimentação da Avenida Paulo VI, na Pituba, e a repavimentação e drenagem da Avenida Nilo Peçanha, na Calçada, também foram alvos de problemas e investigações da Prefeitura de Salvador, através da Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo (Sucom), que, após sucessíveis problemas, abriu uma investigação para saber a procedência do material usado no asfalto da construtora.
Apesar do cartão de visita nada atrativo, além das obras contratadas pela Prefeitura de Salvador, a construtora também é responsável por empreendimentos do governo do estado, como a requalificação urbana no entorno da Lagoa Grande, em Feira de Santana, orçada em mais de R$ 17 milhões. Democrática, a Pejota cria problemas aos dois lados - governo e Prefeitura - e continua ganhando as licitações de que participa. Um verdadeiro fenômeno. Por que será?
Passarela segue atrasada e inacabada
Digna de uma novela mexicana, a entrega da Passarela de Lauro de Freitas já virou um sonho - ou um pesadelo - para quem precisa se arriscar e atravessar a BA-099 entre os carros diariamente. Inicialmente prevista para ser entregue no final de fevereiro, o empreendimento da Pejota Construções e Terraplanagem já acumula cinco meses de atrasos. Custando aproximadamente R$ 2 milhões, o empreendimento acumula modificações estruturais - como a instalação de elevadores - e será entregue à população bem diferente do que previa a Ordem de Serviço aprovada pelos governos federal, estadual e pela Prefeitura de Lauro de Freitas em 2012.
"O contrato com a Conder foi para a execução de serviços de engenharia para a construção de duas passarelas para pedestres localizadas na Rodovia BA-099 Km 3,5 e 4,5. O fato é que apenas uma das passarelas está em obras, e esta, que deveria ter os elevadores, não tem", disse em maio o empresário da construção civil Alejandro Droguett, que perdeu a licitação em questão. Dois meses se passaram e pouca coisa avançou. Revoltada, a população resolveu assumir o risco e usar a passarela, mesmo sem a conclusão da obra. Os tapumes que bloqueavam as entradas foram arrancados, e os pedestres trafegam entre estruturas mal acabadas e faltando partes importantes.
Recapeamento na Nilo Peçanha virou lenda
E os problemas se repetiram na obra da Pejota na Rua Nilo Peçanha, na Calçada. Entregue para a população em maio de 2013 depois de inúmeros atrasos, a obra apresentou problemas e, menos de um mês depois, os buracos e alagamentos voltaram a fazer parte do local recentemente recapeado. Com a constatação do fracasso do empreendimento, em junho de 2013 o prefeito ACM Neto ordenou a suspensão do pagamento da Pejota e a demissão do fiscal das obras.
Mesmo depois de tantas reformas, o problema no asfalto da Nilo Peçanha ainda é recordista em reclamações entre os leitores do Jornal da Metrópole e os ouvintes da Rádio Metrópole. Muitos meses depois, basta uma chuva para que a avenida se torne um conglomerado de poças e, sucessivamente, os buracos tomem conta da já maltratada via. "Ninguém aqui aguenta isso mais. Faz obra o tempo todo e os problemas retornam. Solução, que é bom, nós não temos", reclama o leitor Wilson Nunes.
Com asfalto sonrisal, Av. Paulo VI precisou ser pavimentada duas vezes
Em fevereiro de 2014, as obras de recuperação asfáltica da Av. Paulo VI foram paralisadas para que a Prefeitura de Salvador pudesse investigar problemas como desníveis e ondulações que apareceram após a execução de alguns trechos - e sem a obra estar totalmente concluída pela Pejota.
Na ocasião, a Sucom realizou um levantamento técnico da qualidade de todo o material utilizado pela construtora, mas nenhuma irregularidade foi encontrada pela superintendência. Por força do destino ou falta de análise correta, a obra precisou ser refeita e os transtornos continuaram no local. "Essa obra aqui parece que é feita de Sonrisal", tenta entender o ouvinte Washington Silva.
Como sempre, Conder minimiza problemas
De acordo com a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), a autarquia possui "contratos com a Pejota Construtora para a execução de obras em Feira de Santana e Lauro de Freitas, nas áreas de habitação e mobilidade urbana". A informação, como esperado, não especificava o que está sendo executado. Tentando contra-argumentar diante dos problemas, a Conder alegou que as obras da passarela em frente ao hospital Menandro de Faria estão em fase de finalização. Esta alegação vem sendo usada pela Conder desde o primeiro atraso no prazo. Da última vez, a Companhia culpou o atraso no repasse da verba, de responsabilidade do Governo Federal e da Caixa Econômica Federal como os verdadeiros vilões da história.
Os recursos para a execução da obra são provenientes de emenda parlamentar do Orçamento Geral da União e o atraso na liberação desse valor teria acarretado o não pagamento da empreiteira e, consequentemente, o atraso na obra. "Já em Feira de Santana, a construtora participa do consórcio que executa a requalificação urbana no entorno da Lagoa Grande, cujas obras seguem dentro do cronograma previsto, com previsão de conclusão para o primeiro semestre do próximo ano", afirmou a Conder.
Prefeitura fica em cima do muro
Procurada pelo Jornal da Metrópole, a Secretaria Municipal de Infraestrutura, Habitação e Defesa Civil (Sindec), por meio da sua assessoria de imprensa, reconheceu que há muita coisa para se ajustar em relação à Pejota e obras que apresentaram algum tipo de problema. Porém, a autarquia se recusou a pontuar quais eram esses problemas, alegando que os imbróglios estão sendo resolvidos pelo secretário Paulo Fontana diretamente com a empresa.
Pejota tenta justificar seus fracassos
A Pejota procurou a Metrópole para tentar esclarecer os casos de obras inacabadas ou com problemas. Por intermédio de um ofício com informações sobre as obras assinado pelo engenheiro Jair Gusmão Alves, responsável por todas as obras da Pejota na Bahia, a empresa listou desculpas para os atrasos e problemas nas obras da Passarela de Lauro de Freitas e da recuperação asfáltica da Avenidas Paulo VI e da Rua Nilo Peçanha. Curiosamente, quando procurado pela equipe do Jornal da Metrópole, o engenheiro que supostamente teria sido o responsável pela análise se recusou a confirmar as informações ou sequer falar sobre as obras.
Asfalto é fonte de problema em duas obras
O asfalto parece ser o calo da Pejota. De acordo com o responsável pelas obras da construtora, Jair Gusmão, a mudança de planos da Prefeitura de Salvador no projeto da Avenida Paulo VI teria causado os problemas na malha asfáltica. "Após a conclusão dos trabalhos, foi realizada uma mudança de tráfego na via, criando uma faixa exclusiva para ônibus. (...) A mudança provocou uma série de deformações devido ao tráfego intenso em uma única via", informa o documento. Já sobre a Nilo Peçanha, a culpa recaiu sobre São Pedro. "Os serviços foram iniciados e, para nossa surpresa, coincidiu [sic] com o período de chuvas constantes", explicou.
No portifólio de obras que apresentaram algum problema, está a da passarela do km 4,5 da BA-099, em Lauro de Freitas. Prevista para ser entregue em fevereiro de 2014, a obra acumula prazos de entrega vencidos, problemas estruturais e muitas reclamações. E os impasses não param por aí. O asfalto também parece ser um dos calos da construtora. As obras de pavimentação da Avenida Paulo VI, na Pituba, e a repavimentação e drenagem da Avenida Nilo Peçanha, na Calçada, também foram alvos de problemas e investigações da Prefeitura de Salvador, através da Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo (Sucom), que, após sucessíveis problemas, abriu uma investigação para saber a procedência do material usado no asfalto da construtora.
Apesar do cartão de visita nada atrativo, além das obras contratadas pela Prefeitura de Salvador, a construtora também é responsável por empreendimentos do governo do estado, como a requalificação urbana no entorno da Lagoa Grande, em Feira de Santana, orçada em mais de R$ 17 milhões. Democrática, a Pejota cria problemas aos dois lados - governo e Prefeitura - e continua ganhando as licitações de que participa. Um verdadeiro fenômeno. Por que será?
Passarela segue atrasada e inacabada
Digna de uma novela mexicana, a entrega da Passarela de Lauro de Freitas já virou um sonho - ou um pesadelo - para quem precisa se arriscar e atravessar a BA-099 entre os carros diariamente. Inicialmente prevista para ser entregue no final de fevereiro, o empreendimento da Pejota Construções e Terraplanagem já acumula cinco meses de atrasos. Custando aproximadamente R$ 2 milhões, o empreendimento acumula modificações estruturais - como a instalação de elevadores - e será entregue à população bem diferente do que previa a Ordem de Serviço aprovada pelos governos federal, estadual e pela Prefeitura de Lauro de Freitas em 2012.
"O contrato com a Conder foi para a execução de serviços de engenharia para a construção de duas passarelas para pedestres localizadas na Rodovia BA-099 Km 3,5 e 4,5. O fato é que apenas uma das passarelas está em obras, e esta, que deveria ter os elevadores, não tem", disse em maio o empresário da construção civil Alejandro Droguett, que perdeu a licitação em questão. Dois meses se passaram e pouca coisa avançou. Revoltada, a população resolveu assumir o risco e usar a passarela, mesmo sem a conclusão da obra. Os tapumes que bloqueavam as entradas foram arrancados, e os pedestres trafegam entre estruturas mal acabadas e faltando partes importantes.
Recapeamento na Nilo Peçanha virou lenda
E os problemas se repetiram na obra da Pejota na Rua Nilo Peçanha, na Calçada. Entregue para a população em maio de 2013 depois de inúmeros atrasos, a obra apresentou problemas e, menos de um mês depois, os buracos e alagamentos voltaram a fazer parte do local recentemente recapeado. Com a constatação do fracasso do empreendimento, em junho de 2013 o prefeito ACM Neto ordenou a suspensão do pagamento da Pejota e a demissão do fiscal das obras.
Mesmo depois de tantas reformas, o problema no asfalto da Nilo Peçanha ainda é recordista em reclamações entre os leitores do Jornal da Metrópole e os ouvintes da Rádio Metrópole. Muitos meses depois, basta uma chuva para que a avenida se torne um conglomerado de poças e, sucessivamente, os buracos tomem conta da já maltratada via. "Ninguém aqui aguenta isso mais. Faz obra o tempo todo e os problemas retornam. Solução, que é bom, nós não temos", reclama o leitor Wilson Nunes.
Com asfalto sonrisal, Av. Paulo VI precisou ser pavimentada duas vezes
Em fevereiro de 2014, as obras de recuperação asfáltica da Av. Paulo VI foram paralisadas para que a Prefeitura de Salvador pudesse investigar problemas como desníveis e ondulações que apareceram após a execução de alguns trechos - e sem a obra estar totalmente concluída pela Pejota.
Na ocasião, a Sucom realizou um levantamento técnico da qualidade de todo o material utilizado pela construtora, mas nenhuma irregularidade foi encontrada pela superintendência. Por força do destino ou falta de análise correta, a obra precisou ser refeita e os transtornos continuaram no local. "Essa obra aqui parece que é feita de Sonrisal", tenta entender o ouvinte Washington Silva.
Como sempre, Conder minimiza problemas
De acordo com a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), a autarquia possui "contratos com a Pejota Construtora para a execução de obras em Feira de Santana e Lauro de Freitas, nas áreas de habitação e mobilidade urbana". A informação, como esperado, não especificava o que está sendo executado. Tentando contra-argumentar diante dos problemas, a Conder alegou que as obras da passarela em frente ao hospital Menandro de Faria estão em fase de finalização. Esta alegação vem sendo usada pela Conder desde o primeiro atraso no prazo. Da última vez, a Companhia culpou o atraso no repasse da verba, de responsabilidade do Governo Federal e da Caixa Econômica Federal como os verdadeiros vilões da história.
Os recursos para a execução da obra são provenientes de emenda parlamentar do Orçamento Geral da União e o atraso na liberação desse valor teria acarretado o não pagamento da empreiteira e, consequentemente, o atraso na obra. "Já em Feira de Santana, a construtora participa do consórcio que executa a requalificação urbana no entorno da Lagoa Grande, cujas obras seguem dentro do cronograma previsto, com previsão de conclusão para o primeiro semestre do próximo ano", afirmou a Conder.
Prefeitura fica em cima do muro
Procurada pelo Jornal da Metrópole, a Secretaria Municipal de Infraestrutura, Habitação e Defesa Civil (Sindec), por meio da sua assessoria de imprensa, reconheceu que há muita coisa para se ajustar em relação à Pejota e obras que apresentaram algum tipo de problema. Porém, a autarquia se recusou a pontuar quais eram esses problemas, alegando que os imbróglios estão sendo resolvidos pelo secretário Paulo Fontana diretamente com a empresa.
Pejota tenta justificar seus fracassos
A Pejota procurou a Metrópole para tentar esclarecer os casos de obras inacabadas ou com problemas. Por intermédio de um ofício com informações sobre as obras assinado pelo engenheiro Jair Gusmão Alves, responsável por todas as obras da Pejota na Bahia, a empresa listou desculpas para os atrasos e problemas nas obras da Passarela de Lauro de Freitas e da recuperação asfáltica da Avenidas Paulo VI e da Rua Nilo Peçanha. Curiosamente, quando procurado pela equipe do Jornal da Metrópole, o engenheiro que supostamente teria sido o responsável pela análise se recusou a confirmar as informações ou sequer falar sobre as obras.
Asfalto é fonte de problema em duas obras
O asfalto parece ser o calo da Pejota. De acordo com o responsável pelas obras da construtora, Jair Gusmão, a mudança de planos da Prefeitura de Salvador no projeto da Avenida Paulo VI teria causado os problemas na malha asfáltica. "Após a conclusão dos trabalhos, foi realizada uma mudança de tráfego na via, criando uma faixa exclusiva para ônibus. (...) A mudança provocou uma série de deformações devido ao tráfego intenso em uma única via", informa o documento. Já sobre a Nilo Peçanha, a culpa recaiu sobre São Pedro. "Os serviços foram iniciados e, para nossa surpresa, coincidiu [sic] com o período de chuvas constantes", explicou.
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