O dia 8 de julho ficará registrado como A Grande Irritação
Popular durante o debate sobre o Centro Histórico.
O auditório da Faculdade de
Arquitetura da Ufba ficou pequeno para o público que veio das várias comunidades
do centro de Salvador.
Durante mais de 10 horas palestrantes se revezaram na
mesa, não raramente interrompidos por aplausos ou vaias.
A mais aplaudida?
Sem
sombra de dúvida a arquiteta Ana Fernandes. Discurso claro, objetivo, fundamentado,
sem nunca perder o foco do respeito ao ser humano. Sem rodeio, mas com
elegância, oficializou a denúncia do Instituto dos Arquitetos da Bahia à UNESCO
sobre a derrubada de 31 imóveis tombados na primeira capital do Brasil.
Repeteco
sangrento do drama da antiga Sé, novos atores com velhas máscaras.
O mais vaiado?
Incontestavelmente, o superintendente do Iphan, Carlos Amorim. A escolha dos
cargos de confiança sendo mais política que técnica, mais uma vez, aqui está
sendo exemplificado o princípio de Peter, nosso respeitável advogado tendo
Macbeth como ilustre predecessor.
Em nada adiantou evocar o parecer do
engenheiro da casa. Onde estão os pareceres das outras instâncias e dos
arquitetos e historiadores que são parte essencial do processo? Qual é a
especialização – e a competência - desse engenheiro? O Iphan/Brasília precisa
mudar muita coisa.
Começando pela cúpula baiana.
O clímax do dia ficou a cargo de uma jovem negra, Ana
Caminha, da comunidade da Gamboa, que reclamou da impossibilidade de
representantes serem atendidos pelo superintendente.
filmagem e edicao: tenille bezerra
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Acabou levando o auditório
ao delírio ao exigir que ele assinasse o protocolo na frente de todos.
A bem da
verdade, foi do meio do público que surgiram os mais importantes protagonistas do
debate. Acho bom o leitor memorizar outros nomes: Marcelo Peres, da ladeira da
Preguiça, e o surpreendente Wagner Moreira do movimento O Centro Histórico
Sangra.
Nasce uma nova geração, mais consciente, pedindo passagem.
Perfeito. Espera-se mudanças para melhor
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