quarta-feira, 7 de maio de 2014

LUIZ E ALBERTO, AMORES IMPOSSÍVEIS

denúncias sobre ligações entre deputado e doleiro deixam clima tenso em órgãos do governo


A série de denúncias sobre as ligações do deputado federal Luiz Argôlo (SDD) com o doleiro Alberto Youssef deixou ainda mais tenso o clima em três órgãos do governo Jaques Wagner (PT): Detran, Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR) e Agência Estadual de Defesa Agropecuária (Adab), todos com cargos de confiança preenchidos por apadrinhados do parlamentar. Após a divulgação de novos grampos na edição de ontem da Folha de S. Paulo, com indícios de que o doleiro preso pela PF bancou R$ 110 mil em gado para Argôlo, a demissão dos indicados por ele é dada como certa. Em especial, a do diretor-presidente da CAR, Vivaldo Mendonça, e a da coordenadora de Análise, Registro, Rotulagem e Estatística da Adab, Milena Argôlo, irmã do deputado.
Inimigo íntimo
Com Luiz Argôlo tragado pelo noticiário negativo, o PP elevou a pressão para tomar os cargos dele no governo do estado. Como é de conhecimento até dos postes do CAB, a cúpula do antigo partido do deputado vem apertando Jaques Wagner para abocanhar os espaços de Argôlo. O cerco foi montado desde que ele embarcou no Solidariedade. Para piorar, os líderes da atual legenda do parlamentar se reúnem hoje, em Brasília, para decidir o que fazer diante dos escândalos.
Rota no radar
A reunião no SDD foi marcada após a repercussão dos diálogos sobre a compra de gado para Luiz Argôlo, divulgados com base em escutas realizadas pela PF em dezembro do ano passado. Um mês antes, o deputado baiano voou pelo menos duas vezes para Foz do Iguaçu com passagens pagas por meio da cota parlamentar, segundo levantamento feito pela Satélite no site da Câmara. A cidade paranaense é uma das bases da organização de lavagem de dinheiro liderada por Alberto Youssef.

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