DOM MURILO FALA NO IGHB SOBRE O PAÇO
ARQUIEPISCOPAL
O pronunciamento de Dom Murilo Krieger sobre o Palácio
Arquiepiscopal reunirá no Salão Nobre do Instituto Geográfico e Histórico da
Bahia (IGHB), nesta quinta-feira (29.05), às 16h, personalidades da sociedade
soteropolitana que admiram o religioso e que são solidárias à luta em favor da
restauração do imóvel do século XVIII que completará 300 anos de existência no
próximo ano. O evento, em parceria com a Associação Bahiana de imprensa (ABI),
é aberto ao público. O superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional na Bahia (IPHAN-BA). Carlos Amorim, superintendente do
IPHAN-BA, havia confirmado sua presença no evento, porém não comparecerá porque
terá que atender convocação que lhe foi encaminhada pelo Ministério Público
Federal. Essa informação foi fornecida na terça-feira, 20 do corrente, pela
assessoria de comunicação da superintendência do IPHAN na Bahia. Amorim, mais
adiante, poderá retomar o tema em novo evento da ABI/IGHB. A palestra de dom
Murilo Krieger integra a programação do ciclo de debates “Três novos endereços
de Cultura”, organizado pela ABI, que prosseguirá no dia 12 de agosto, quando o
tema será o Memorial de Resistência (previsto para o Pelourinho), e no dia 20
de Novembro, quando a discussão será sobre o Museu Nacional de Cultura
Afro-Brasileira (MuNCAB). O ciclo foi aberto no Dia do Descobrimento, 22 de
abril, no Salão Nobre do IGHB, com a palestra de do professor Francisco Senna
com que se inaugurou o debate sobre o Palácio que enriquece a Praça da Sé.
PALÁCIO EM PERIGO As manifestações de preocupação da ABI com o Palácio
Arquiepiscopal aumentaram desde o início de 2012 e foram expressas em artigos
assinados, na Tribuna da Bahia, pelos diretores Consuelo Pondé de Sena e Luis
Guilherme Pontes Tavares. Na ocasião, a ABI trocou correspondências com o
arcebispo que, de modo cortês, declinou do convite para visitar a instituição
devido a compromissos para a data agendada e informou as providências que a
Igreja Católica tomara para a restauração do Palácio. Isso significa que há
projeto e há solicitação de recursos para a obra de restauração. O Palácio
Arquiepiscopal foi concluído em 1715 e foi tombado pelo IPHAN em 1938
(registrado no Livro de Belas Artes sob o número de inscrição 124). Foi a
primeira sede administrativa da Igreja no Brasil. Funcionava no imóvel o
arquivo da Cúria e a secretaria da Arquidiocese. Após a transferência dessas
repartições, o Palácio permaneceu fechado e hoje se assiste o processo de
arruinamento dessa construção que enriquece um centro histórico reconhecido
pela Unesco como Patrimônio da Humanidade. O IPHAN descreve o Palácio que estas
palavras: “Solar urbano, desenvolve-se em torno de um pátio central, para onde
se abrem duas galerias superpostas, denunciando influência dos palácios
renascentistas, ainda que tardia. Possui subsolo e três pavimentos sobre a rua.
Nos pavimentos superiores, dois lados do pátio têm galerias envidraçadas, que
devem ter sido varandas. Sua fachada caracteriza-se pelo frontão barroco do
tipo usado em palácios e igrejas, no acesso principal. No térreo e primeiro
andar as janelas são de peitoril e vergas retas e, no pavimento nobre, janelas
rasgadas com balcão e gradil de ferro denunciam a hierarquia empregada no
tratamento dos espaços. O edifício ligava-se ainda, à antiga Sé por passadiços
elevado que, demolida em 1933, expôs sua fachada lateral, interferindo em sua
ambiência”. (http://www.iphan.gov.br/ans.net/tema_consulta.asp?Linha=tc_belas.gif&Cod=1144)
O interesse pela restauração e reabertura do Palácio Arquiepiscopal é geral e
cresce o número de propostas e projetos dedicados ao imóvel. Consta que há
recursos do BNDES reservados para a obra. De um lado, dom Murilo Krieger não
esmorece na luta; do outro, a superintendência do IPHAN na Bahia não desconhece
que se trata de imóvel tombado pelo Governo Federal há quase 80 anos. Não
parece aceitável que a sociedade baiana não possa festejar, em 2015, os 300
anos do
alácio com ele de portas abertas e em
pleno funcionamento,
Tenho profunda veneração por este
palácio. além do seu valor histórico, beleza e imponência arquitetônica, nele
cursei alguns anos da minha faculdade de direito da UcSal, suas salas e seus
corredores são guardiãs da sabedoria e erudição que nelas se impregnaram, dos
eméritos mestres que as habitaram. Saudades e agradecimento àquela casa na qual
muito somei à minha vida e fui feliz.
Glaucia Lemos
Nenhum comentário:
Postar um comentário