Itália cria manual de reforma sustentável para construções históricas
20 de Dezembro de 2013
O ponto de partida para a criação do novo protocolo foi observar a falta de normas atuantes para melhorar as características de sustentabilidade de um edifício histórico, permitindo a economia de energia e evitando danos na natureza, tanto nas reformas, como no uso rotineiro dos edifícios.
Os responsáveis pela regulamentação apontam que algumas das construções históricas já utilizavam a sustentabilidade como ferramenta. É o caso das construções em Veneza, em que, devido à falta de acesso à água potável, foi necessário desenvolver sistemas de aproveitamento das chuvas – como poços e caixas d’água, usadas para armazenar as águas pluviais. Além disso, as construções históricas da cidade aproveitam sistemas de ventilação e iluminação natural, eliminando os gastos com ar condicionado ao passo que a eficiência energética é priorizada.
Em entrevista exclusiva ao CicloVivo, Marco Mari, vice-presidente do GBC Itália, falou sobre a importância do novo protocolo. “Até hoje, não havia uma maneira eficiente para medir a sustentabilidade nas reformas em prédios históricos. É o GBC Historic que traz essa oportunidade”, avalia. “O novo protocolo cria uma carteira de identidade do edifício histórico, levando em conta os referenciais de sustentabilidade para preservar as construções que são testemunhas da civilização”, completa o italiano.
Como este tipo de construção está diretamente ligado ao turismo, a nova regulamentação deverá impactar os visitantes de museus, bibliotecas e outras atrações culturais ao redor do planeta. No entanto, Mari acredita que a incorporação do protocolo trará vários desafios. “O objetivo é levar conscientização ambiental à população. Mas a coisa não é tão simples no mundo todo, pois é preciso mudar paradigmas que se iniciaram na formação dos valores das pessoas. Assim, cada país precisará reavaliar suas raízes e sua cultura”, sugere o vice-presidente do GBC Itália.
Aplicada no mundo inteiro, a nova regulamentação também deverá atuar no Brasil, um dos primeiros países a incorporar iniciativas de preservação e restauração de seu patrimônio histórico, arquitetônico e cultural. “Olinda conta com 3.286 edifícios protegidos, o Rio possui 2.500 e Porto Alegre tem 3.000 edifícios tombados. De fato, existe uma cadeia de restauração no Brasil”, conclui Marco Mari.
Redação CicloVivo
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