Quebec, 15 de abril de 2014
Sra. Luciana Rique Moreno
Direita Rua de Santo Antonio, 508
Salvador 40301-280
Bahia, Brasil
Cara Senhora,
Permita-me tomar um pouco de seu tempo para falar de um assunto que me preocupa muito. Serei breve.
Devo me apresentar. Sou arquiteto canadense especializado em urbanismo. Como consultante da UNESCO, participei, dentre outras intervenções, da inscrição de Diamantina na lista do Pátrimônio Mundial em 1999, sendo também diretor científico da Organisação das Cidades do Patrimônio da Humanidade. Vivo em Quebec, bela cidade da qual me orgulho como você é, sem dúvida, de sua bela Salvador. Aliás, as duas cidades têm muito em comum, além de ambas serem cidades coloniais, com cidade baixa e cidade alta de onde se pode admirar o mar. Ambas também foram registradas em 1985 pelo UNESCO na lista do Pátrimônio Mundial.
Como cidadãos que somos dessas cidades, você e eu, portanto, compartilhamos do desejo preservar uma parcela significativa da Memória da Humanidade.
Estive em Salvador recentemente e aproveitei para visitar longamente seu centro histórico. Como cidadão do mundo, este complexo histórico é, logicamente, parte de minha herança. Não vou negar: fiquei bastante surpreso com o estado de degradação de muitas de suas casas, de arquitetura muito interessante, bem como de grande importância histórica. É fácil imaginar quanto estes imóveis poderiam ser agradáveis para morar, se devidamente renovados.
Durante a minha visita, o jornal A Tarde publicou em sua edição de 25 de Março, um artigo sobre as numerosas casas abandonadas do centro histórico. Estou anexando cópia do artigo. O jornalista autor do artigo também lamenta o estado lastimável de muitas das casas na parte histórica da capital baiana.
Disseram-me que a Senhora era dona de mais de trinta delas. Permito-me hoje pedir-lhe para contribuir na restauração da parte do centro histórico que lhe pertence com a maior urgência e que estas casas sejam habitadas por pessoas que saberão fazer bom uso delas, contribuindo para a animaçao do tão significativo bairro histórico.
Disseram-me que você é uma empresária dedicada ao desenvolvimento de Salvador. Portanto tem todas as qualidades necessárias para mostrar aos visitantes que, como eu, você sabe apreciar a riqueza histórica e a beleza desta cidade. Imagine o impacto que esta restauração terá na economia do bairro!
Cara Senhora, apelo para o seu intuito empresarial, tanto quanto o orgulho como cidadã consciente lhe convido a se preocupar com suas propriedades no centro histórico de Salvador. Como evidenciei no princípio da carta, sua propriedade faz parte de um pátrimônio que compartilhamos. Temos a responsabilidade de salvar este patrimônio tanto para o nosso benefício quanto para as gerações futuras.
Estou convencido que o meu apelo será ouvido. Entretanto, lhe peço que acredite, cara Senhora, na minha mais elevada consideração.
Sra. Luciana Rique Moreno
Direita Rua de Santo Antonio, 508
Salvador 40301-280
Bahia, Brasil
Cara Senhora,
Permita-me tomar um pouco de seu tempo para falar de um assunto que me preocupa muito. Serei breve.
Devo me apresentar. Sou arquiteto canadense especializado em urbanismo. Como consultante da UNESCO, participei, dentre outras intervenções, da inscrição de Diamantina na lista do Pátrimônio Mundial em 1999, sendo também diretor científico da Organisação das Cidades do Patrimônio da Humanidade. Vivo em Quebec, bela cidade da qual me orgulho como você é, sem dúvida, de sua bela Salvador. Aliás, as duas cidades têm muito em comum, além de ambas serem cidades coloniais, com cidade baixa e cidade alta de onde se pode admirar o mar. Ambas também foram registradas em 1985 pelo UNESCO na lista do Pátrimônio Mundial.
Como cidadãos que somos dessas cidades, você e eu, portanto, compartilhamos do desejo preservar uma parcela significativa da Memória da Humanidade.
Estive em Salvador recentemente e aproveitei para visitar longamente seu centro histórico. Como cidadão do mundo, este complexo histórico é, logicamente, parte de minha herança. Não vou negar: fiquei bastante surpreso com o estado de degradação de muitas de suas casas, de arquitetura muito interessante, bem como de grande importância histórica. É fácil imaginar quanto estes imóveis poderiam ser agradáveis para morar, se devidamente renovados.
Durante a minha visita, o jornal A Tarde publicou em sua edição de 25 de Março, um artigo sobre as numerosas casas abandonadas do centro histórico. Estou anexando cópia do artigo. O jornalista autor do artigo também lamenta o estado lastimável de muitas das casas na parte histórica da capital baiana.
Disseram-me que a Senhora era dona de mais de trinta delas. Permito-me hoje pedir-lhe para contribuir na restauração da parte do centro histórico que lhe pertence com a maior urgência e que estas casas sejam habitadas por pessoas que saberão fazer bom uso delas, contribuindo para a animaçao do tão significativo bairro histórico.
Disseram-me que você é uma empresária dedicada ao desenvolvimento de Salvador. Portanto tem todas as qualidades necessárias para mostrar aos visitantes que, como eu, você sabe apreciar a riqueza histórica e a beleza desta cidade. Imagine o impacto que esta restauração terá na economia do bairro!
Cara Senhora, apelo para o seu intuito empresarial, tanto quanto o orgulho como cidadã consciente lhe convido a se preocupar com suas propriedades no centro histórico de Salvador. Como evidenciei no princípio da carta, sua propriedade faz parte de um pátrimônio que compartilhamos. Temos a responsabilidade de salvar este patrimônio tanto para o nosso benefício quanto para as gerações futuras.
Estou convencido que o meu apelo será ouvido. Entretanto, lhe peço que acredite, cara Senhora, na minha mais elevada consideração.
Michel
Bonnette, OUQ
Arquiteto e urbanista
Consultante do
UNESCO para o Pátrimônio Mundial
Cc: Sra. Marta Suplicy, Ministra da Cultura
Sr. Antonio Carlos Magalhães Neto, Prefeito Salvador
Sra. Jurema de Sousa Machado, Presidenta
do IPHAN
Sr. Carlos Amorim, Diretor Geral do IPHAN
Sra. Elizabeth Gandara, Diretora Geral do IPAC
Sr. Lucien Muñoz, Director do Gabinete e Representante do UNESCO no Brasil
Sr. Dimitri Ganzelevitch, produtor cultural
Sr. Carlos Amorim, Diretor Geral do IPHAN
Sra. Elizabeth Gandara, Diretora Geral do IPAC
Sr. Lucien Muñoz, Director do Gabinete e Representante do UNESCO no Brasil
Sr. Dimitri Ganzelevitch, produtor cultural
1075-A, avenue du Parc
Québec, Québec
Canada
G1S 2W6
SAIBA QUEM É O ARQUITETO MICHEL BONNETTE:
E vcs acham que ela vai se importar com a emotiva carta do Sr. Dr. de Québec? Gostaria de saber se legalmente ela tem alguma obrigação em fazer algo com as casas (qual número da lei? de que orgão?). Ou se esse seria apenas um apelo para o bom senso da LGR?
ResponderExcluirLá vem o rançoso de novo! Você sofre de alguma monomania...
ResponderExcluirQuando alguém não concorda contigo o senhor se exalta e o chama de rançoso e monomaníaco? É esse o comportamento de alguém que se diz tão democrático e aberto a ideias diversas? Fico imaginando se o Sr. Bonnette também usa essa estratégia para estimular o debate sobre assuntos que diz dominar.
ResponderExcluirVocê tem toda razão! A próxima vez, em vez de consultar o responsável pela restauração de Quebec, eu lhe chamarei. Suas soluções devem muito especiais!
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