Carta aberta ao Governador, ao Secretário da
Fazenda, ao Secretário de Culturae ao Conselho de Cultura do Estado da Bahia
“Fundo é mecanismo criado
por lei, sem personalidade jurídica, para gestão individualizada de recursos
vinculados, visando ao alcance de objetivos específicos”
Com o anúncio das medidas de contenção de
despesas pelo Governo do Estado da Bahia através dos decretos nº 14.682, de 31
de julho de 2013 e nº 14.710, de 14 de agosto de 2013, a Secretaria de Cultura
do Estado da Bahia sofreu grande impacto, resultando no cancelamento ou
adiamento de editais e atividades da FUNCEB - Fundação Cultural do Estado da
Bahia. Ainda que amparadas pela lei, tais retaliações para uma pasta já
fragilizada pelo seu baixíssimo orçamento, inferior ao mínimo indicado pela
UNESCO, merece nosso repúdio incondicional.
Tirar de quem já não tem quase nada nos parece irresponsável e pouco
sensível.
Como se não bastasse tais implicações,
também os Editais via FCBA, Fundo de Cultura do Estado da Bahia tiveram seu lançamento,
previsto para o dia 20 de agosto, adiado. Outra frustração, pois o FCBA é, hoje,
a maior fonte de recursos dedicada aos projetos da sociedade – ainda que, como
sabemos, sejam insuficientes. Neste quesito, solicitamos que os recursos
necessários para estes editais sejam garantidos no orçamento de 2014, no
mínimo, no mesmo formato em que foram anunciados: com recursos da ordem de
R$30,6 milhões distribuídos por 21 editais.
Ainda sobre o FCBA, notamos ao longo dos
últimos anos que é recorrentea imprevisibilidade e o não planejamento, por
parte da SEFAZ e SECULT, de repasse de recursos à conta específica do FCBA,
para que sua unidade gestora, a SECULT, em especial a SUPROCULT, possa gerir
bem - o que é seu dever – estes recursos. Saem prejudicados nisto tudosobretudo
a própria sociedade (que é o fim do
sistema/cadeia produtiva das artes),
além dos produtores culturais, técnicos e artistas (meio deste mesmo
sistema) que vêm seus cronogramas de trabalho sendo continuadamente
reformulados, gerando insegurança, falta de perspectivas e mesmo a
impossibilidade de realizá-los.
Recentemente
se teve notícia de que as empresas Oi e Coelba repassaram “51,73 milhões ao FCBA, sendo 38,8 milhões
exclusivamente para os Editais do Fundo de Cultura da Bahia (os 25% restantes
vão para o fundo de repasse dos municípios)”. Este valor, segundo as
informações oficiais, seriam alocadosexclusivamente para o pagamento de
convênios resultantes dos editais de 2012/2013 que ainda não foram
completamente quitados. O que temos
acompanhado é um lento repasse de recursos e uma falta de planejamento para que
ao menos este passivo seja sanado. Estamos atentos e exigimos que estes
recursos, destinados à Cultura pelas empresas citadas através de ICMS, sejam
alocados exclusivamente para tais projetos bem como solicitamos a imediata publicação,
como é exigido no artigo 12º da LeiNº 9.431, de “Demonstrativo Contábil” e “Relatório
Discriminado” dos recursos e projetos beneficiados.
Em
tempo, ratificando a importância da participação da sociedade civil na
construção das políticas públicas para a nossa área, solicitamos um encontro com
o novo Secretário da Fazenda, Sr. Manoel Vitório, juntamente com o Sr. Carlos
Paiva, superintendente de Promoção Cultural (Suprocult) da Secult, justamente para
tratar destes e de outros assuntos, buscando alternativas para que a Cultura em
nosso Estado possa fruir com a mesma criatividade e pujança com que é
produzida.
Colegiados
Setoriais das Artes, em reunião com 111 artistas, produtores e técnicos da área
cultural, em 18/09/2013, no Complexo Cultural dos Barris, Espaço Xisto Bahia.
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