quinta-feira, 10 de março de 2016

MAR DE INVENÇÕES

autorretrato 
Mar de invenções
10/03/16
Passaram-se cinco anos e reencontro uma quase ficção, um pretexto para abordar ainda uma vez o engenho humano e sua insuperável competência para inventar, dissimulada, na ocasião, numa hipotética primeira audição do pianoforte. Do fascínio com o piano e a possibilidade dar à mesma nota diferente colorido, em função da força exercida sobre as teclas, aos inventores pioneiros, do pote, da lança, das sandálias, do cobertor ou da colher e, em sentido oposto, a quem hoje elabora o grande invento de amanhã, somos todos Professores Pardais, em diferentes medidas, como o celebrizado nas tirinhas da infância - estas, mais uma de nossas invenções!
Não importa onde ou fazendo o quê, certamente você usufrui agora inúmeras invenções do incomensurável acervo de tudo inventado no último milhão de anos, pelo menos. Da bala de goma ao pão quente e perfumado, da lâmpada elétrica ao foguete espacial, do conforto de uma meia no dia frio aos condicionadores de ar, usamos todas as criações dos cérebros passados, a exuberante coleção das invenções, com mesma naturalidade com que respiramos o ar.
Este ser assim tão criativo é também capaz de barbáries inomináveis, atrocidades abomináveis e tremenda insensatez. Diante deste quadro, entre atônito e perplexo, quedo mudo ou, no máximo, murmuro comigo "somos nós!" Fomos testemunhas, nos últimos cinquenta anos, de uma transformação tecnológica espetacular, aprendemos rapidamente a conviver com muitas coisas antes inexistentes, vimos surgirem muitas facilidades no dia a dia, mas todo o propalado progresso não foi capaz de produzir um mundo sem guerra, sem fome, sem desabrigados, sem violência de todo tipo, sem o imenso abismo a separar a riqueza da pobreza.
Certamente fomos espetaculares ao mudar tudo em volta, mas até hoje não conseguimos mudar a nós mesmos.

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