Leia resumo dos fatos desta quinta que agravaram crise do governo Dilma
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A crise política se acentuou nesta quinta-feira (17), um dia após a divulgação de um grampo telefônico que sugere uma ação da presidente Dilma Rousseff para evitar eventual prisão do ex-presidente Lula.Entenda o que já aconteceu durante o dia no país:
PROTESTOS
A quinta-feira começou com vigília pelo impeachment ou renúncia da presidente Dilma na avenida Paulista, que amanheceu bloqueada para o trânsito. Segundo a Polícia Militar, ao menos cem pessoas estavam reunidas por volta das 4h em frente ao prédio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Os atos, contra e a favor do governo, se espalharam pelo país, com buzinaços, panelaços e episódios de violência. Houve confronto entre manifestantes e policiais em frente ao Palácio do Planalto e ao Congresso Nacional. Bloqueios em ao menos oito rodovias federais tiveram veículos queimados.
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| Trator é queimado em protesto contra o governo Dilma, na BR-163, em Lucas do Rio Verde (MT) |
No discurso de posse do ex-presidente Lula como ministro da Casa Civil, a presidente Dilma criticou a atuação do juiz Sergio Moro ao divulgar o grampo telefônico, afirmando que a ação dele abre caminho para golpe. "Convulsionar a sociedade brasileira em cima de inverdades, métodos escusos e práticas criticáveis viola princípios e garantias constitucionais e os direitos dos cidadãos. E abrem precedentes gravíssimos. Os golpes começam assim."
O juiz Moro defendeu a legalidade do grampo e comparou Dilma ao ex-presidente americano Richard Nixon.
O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) recebeu três representações para apurar os atos Sergio Moro na divulgação dos grampos de Lula.
POSSE DE LULA SUSPENSA
Menos de duas horas depois da posse de Lula como ministro, porém, umadecisão da Justiça Federal de Brasília determinou a suspensão da nomeação do ex-presidente como ministro.
| Pedro Ladeira/Folhapress | ||
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| Presidente Dilma empossa o ex-presidente Lula como ministro da Casa Civil na manhã desta quinta (17) |
O STF recebeu dez ações que pedem que o tribunal impeça o ex-presidente Lula de assumir cargos no governo Dilma.
O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, afirmou que a liminar não muda nada em relação aos atos de Lula como ministro. Sobre Lula ter ou não foro privilegiado, Cardozo disse que essa é uma questão discutível.
IMPEACHMENT
Em sessão tumultuada, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou, por 433 votos contra 1, a lista dos 65 deputados que irão compor a comissão especial do pedido de impeachment contra a presidente Dilma.
A Câmara também anexou a delação do senador Delcídio do Amaral ao pedido de impeachment, contrariando declaração do presidente da Casa, Eduardo Cunha, dada na véspera.
O relator da comissão, escolhido na tarde de hoje, é um dos nomes mais próximos de Cunha, o deputado Jovair Arantes (PTB-GO).
No final da tarde de hoje, a presidente Dilma foi notificada oficialmente da abertura do processo de impeachment pela Câmara.
CASSAÇÃO DA CHAPA DILMA-TEMER
O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Dias Toffoli, determinou a unificação da tramitação das quatro ações que pedem a cassação da chapa Dilma-Temer. A medida acelera a análise do processo.
LAVA JATO
| Divulgação/Polícia Federal | ||
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| Adega do sítio frequentado por Lula em Atibaia, no interior de São Paulo |
FRASES DO DIA
"[Não vou] comparecer à posse de um ministro que afronta a decisão soberana da convenção nacional do PMDB de não ocupar cargos" - Michel Temer, vice-presidente, justificando ausência à posse de Lula
"[Ser ministro] não blinda ninguém" - Rodrigo Janot, procurador-geral da República, sobre o foro privilegiado de Lula ao se tornar ministro
"A direita está assanhada porque sabe que Lula pode ajudar a reorganizar o nosso governo e retomar o nosso projeto" - Emídio de Souza, presidente do PT-SP
"Nem mesmo o supremo mandatário da República tem um privilégio absoluto no resguardo de suas comunicações, aqui colhidas apenas fortuitamente, podendo ser citado o conhecido precedente da Suprema Corte norte-americana em US v. Nixon, 1974, ainda um exemplo a ser seguido" - juiz Sergio Moro
"Isso, desculpe, me cheira o artigo 10º da lei de interceptações, que qualifica como crime quando se torna público uma gravação que diz respeito a investigações autorizadas dentro do marco legal e constitucional. Vamos tirar as consequências disso, doa a quem doer" - Eugênio Aragão, novo ministro da Justiça
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