Foto: Divulgação
Planilhas do departamento financeiro da Odebrecht em Salvador, datados de 1988, aos quais a CPI da Petrobras e à força-tarefa da Operação Lava Jato tiveram acesso, indicam que a contabilidade de propina realizada pela empreiteira nos últimos anos seguia os mesmos padrões da época do fundador da empresa, Norberto Odebrecht.
Segundo informações do jornal O Globo, agentes públicos e políticos eram mencionados nas planilhas de 30 anos atrás como “parceiros”, também usando codinomes. Documentos dessa contabilidade ficaram guardados por cerca de 20 anos com Conceição Andrade, uma ex-secretária do departamento financeiro da empresa, hoje septuagenária.
Além de planilhas com valores ligados a obras públicas e codinomes de políticos, há recibos de transações bancárias e remessas de recursos ao exterior. “Muitos desses manuscritos entregues à CPI eram bilhetes que eu recebi do meu gerente para operacionalizar os pagamentos. Eu embalei muito dinheiro em caixas”, relatou Conceição, em entrevista a O Globo.
Ela foi desligada da empresa nos anos 1990 e os documentos foram para sua casa por engano após a demissão, encaixotados junto com seus pertences. A atuação de Conceição era semelhante a de Maria Lúcia Tavares, secretária que gerenciava os lançamentos de propina da empreiteira, presa em fevereiro durante a Operação Acarajé (23ª fase da Lava Jato).
Ela entregou os documentos ao deputado Jorge Solla (PT-BA), que os encaminhou à CPI.
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