O A380 pode ser configurado à medida de cada companhia aérea
D.R.
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Quando se entra num A380 a primeira sensação que se tem é de espaço. Espaço entre os lugares e espaço no próprio avião. Chega a haver áreas onde não há nada, nem sequer uma cadeira ou um armário escondido. Depois há pequenos luxos como ter internet e telefone a bordo e ter torneiras na casa de banho que permitem temperar a água digitalmente. E tudo isto em económica. A primeira classe, que normalmente fica num piso superior acessível por escadas, até pode ter suites com cama e chuveiro se as companhias assim quiserem.
Mais do que ser o maior avião do mundo, com capacidade para transportar 544 passageiros, o Airbus A380 é hoje a coqueluche do mundo dos aviões, um símbolo de estatuto e de grandeza da companhia aérea que o compra e dos aeroportos que o recebem. Na Europa ele já chega a Londres ou a Madrid, e em breve pode mesmo chegar a Lisboa.
"Há curvas que estão a ser alargadas para que o trem de aterragem do A380 possa curvar sem dificuldades", adiantou o presidente da ANA Aeroportos Jorge Ponce Leão. Em causa, reparou, não está tanto o espaço do aeroporto e da pista, mas sim da zona onde os aviões curvam. "Neste momento não consigo levá-lo até ao terminal e à mangas porque os rodados do trem de aterragem são grandes e não conseguem dar determinadas curvas sem sair da zona de segurança", explicou.
Aliás, para Ponce Leão, o facto de a Portela não receber ainda A380 nunca foi um problema de espaço, "mas sim do sítio para onde ele pode ser deslocado".
Segundo o gestor, o aeroporto de Lisboa já pode receber A380, mas ele teria de ficar na pista em vez de ir para o terminal e os passageiros teriam de ser transportados de autocarro em vez de saírem pelas mangas logo para dento do edifício. "Mas vamos mudar isso", acrescentou ainda o presidente da ANA, à margem de um almoço-conferência organizado esta quarta-feira em Lisboa pela revista Vida Imobiliária.
Contudo, não parece haver qualquer tipo de pressão ou de pressa por parte do gestor. "Não vejo que haja rotas que necessitem do A380 neste momento", comentou na mesma ocasião. Ou seja, o problema agora já não é o espaço mas sim as companhias aéreas quererem trazer tantos passageiros para Lisboa e não parece ser o caso.
Neste momento, as maiores companhias a operar em Lisboa são, além da TAP, a Ryanair e a Easyjet, que são transportadoras low-cost que viajam para destinos europeus para os quais precisam de mais frequência e não tanto de aviões maiores. A possibilidade seriam mesmo os voos para a América Latina e África, um mercado ainda dominado pela TAP. E, neste momento, a TAP não tem dinheiro para um A380.
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