Envolvido no petrolão, Lobão
confirma que sai da Esplanada
Em discurso de despedida, ministro classificou maior esquema
de corrupção da história recente do país como 'crise circunstancial'
Citado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa como um dos beneficiários do megaesquema de corrupção operado na estatal, o ministro de Minas e Energia Edison Lobão confirmou nesta terça-feira que deixará a pasta. Em discurso de despedida, o peemedebista aproveitou para se defender - e também a presidente da Petrobras, Graça Foster. "Só posso ter uma palavra quando souber o que se alega. Não devo nada, estou isento de qualquer culpa, venha ela de onde vier", afirmou.
O ministro ainda classificou a crise desencadeada pelo descobrimento do esquema do petrolão - o maior escândalo de corrupção da história recente do país - como "circunstancial". "Não tem origem sólida e não vai se perpetuar no tempo", avaliou Lobão. Ele afirmou ainda que, a partir de 1º de janeiro, está fora da Esplanada. O peemedebista voltará a ocupar sua cadeira no Senado.
Sobre Graça Foster, afirmou: "Ela é uma administradora rigorosa e séria, e no que depender dela, tudo se corrigirá rapidamente e bem". Segundo ele, o governo não conhecia os fatos que motivaram as denúncias de corrupção contra a estatal e lembrou que a Petrobras é constantemente fiscalizada, tanto pela corregedoria interna, por auditorias externas e pelo Tribunal de Contas da União.
Em café da manhã com jornalistas, ele não quis adiantar quem será seu substituto, mas afirmou que a presidente Dilma Rousseff deverá indicar o nome ainda nesta terça. Segundo Lobão, o novo ministro irá encontrar "a casa ajustada e em ordem". "Temos planejamento e não caberá surpresas desagradáveis aqui no Ministério". Lobão voltou a afirmar que não haverá racionamento de energia nos próximos anos e disse que os pedidos de revisão extraordinária que deverão ser feitos pelas distribuidoras de energia elétrica são justos, mas que o governo vai examinar se concede ou não. Ele admitiu que a tendência é que o custo maior da energia vá para o consumidor, em vez de ser bancada pelo Tesouro, mas ressaltou que é melhor pagar mais caro do que não ter energia. "O que não se pode é não ter energia elétrica. O custo mais alto é lamentável, mas não ter é infinitamente pior", avaliou Lobão.
(Com Agência Brasil)
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