OS DOMINICANOS QUE TANTA GENTE
QUEIMARAM VIVA
EM NOME DE DEUS,
EM NOME DE DEUS,
TIVERAM SUA IGREJA TAMBÉM QUEIMADA.
IGREJA DE SÃO DOMINGOS
LISBOA
Decerto já ouviram falar que algures em Lisboa há uma igreja cujo interior foi preservado com as mazelas de um grande incêndio. Estamos enganados? E mais, muito provavelmente muitos dos leitores até já lá passaram à porta e não fazem ideia do que existe no seu interior. E esta?
Lisboa é uma cidade fascinante no que diz respeito à arquitetura religiosa, sendo que é possível fazer uma viagem histórica pelas igrejas da idade média até aos dias de hoje. Contudo, muitas há que sofreram um sem número de transformações ao longo dos tempos, em grande parte devido a acidentes naturais que afectaram Lisboa, como os terramotos de 1531 e 1755.
Um destes casos de persistência histórica é a Igreja de São Domingos, que fica mesmo ao lado do Rossio, disfarçada numa correnteza de fachadas da Rua Dom Antão de Almada. Além da sua beleza e imponência, tem a particularidade de ter o seu interior conservado com as mazelas de um violento incêndio que sofreu já no século XX.
Tendo sido lançada a primeira pedra no ano de 1241, e alvo de sucessivas e diferentes campanhas de obras que lhe foram alterando e adicionando a traça primitiva, data de 1748 a reforma efectuada na capela-mor pelo arquitecto Ludovice, acabando por ser a única zona do templo poupada ao terramoto de 1755.
Seguidamente, a igreja foi reconstruída por Manuel Caetano de Sousa, que reaproveitou o portal e a sacada sobrejacente pertencentes à Capela-Real do Paço da Ribeira.
Em 1959 um incêndio destruiu o seu interior que, ainda assim, sobressai pelas colunas gigantes e pela policromia dos seus mármores.
Em termos formais, esta Igreja conventual denuncia uma arquitectura barroca, de planta em cruz latina. Enquanto que exteriormente é caracterizada pelas suas linhas simples, o interior ainda revela alguma da sua notória riqueza ecléctica.
Assim, serão dignos de realce, não apenas o aspecto grandioso de todo o espaço interior, como os próprios mármores e pinturas, infelizmente hoje desaparecidos.
Atestando as diferentes campanhas de obras que o seu espaço sofreu desde o século XIII, verificamos que a arquitectura, tanto da sacristia, como da portaria, ainda conservam alguns dos traços maneiristas.
Atestando as diferentes campanhas de obras que o seu espaço sofreu desde o século XIII, verificamos que a arquitectura, tanto da sacristia, como da portaria, ainda conservam alguns dos traços maneiristas.
Estilo este, que pode ser de igual modo observado nos túmulos e nos lambris de azulejos de ponta de diamante existentes na sacristia.
A nave única da igreja possuí quatro altares colaterais simples em vãos de arco pleno, separadas por colunas duplas compósitas encimadas por tribuna e janelas, encontrando-se nos topos do transepto uma capela e coro-alto.
A capela-mor encontra-se dividida, a meio, por colunas duplas compósitas, contendo um retábulo com trono e colunas que apoiam os vestígios do antigo grupo escultórico.
O tecto do templo é em falsa abóbada de berço, decorado a manganês e ocre mediante a técnica do esponjado.
A igreja possui, ainda, uma cripta, também ela abobadada, com lambril de azulejos, e onde se encontram os túmulos de D. João de Castro, capelão de D. João.
[AMartins]
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