Exclusivo: Estaleiro Enseada Paraguaçu deve fechar no dia 28
Reportagem Adriano Villela
O Estaleiro Enseada do Paraguaçu deve ser completamente desmobilizado no dia 28. A notícia já circula na região do Recôncavo, segundo fonte que procurou Gente e Mercado, e foi confirmada pela entidade sindical que representa os trabalhadores do empreendimento. Hoje, segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e Montagem Industrial (Sintepav-BA), apenas 200 pessoas trabalham no estaleiro.
Antes da operação eram 5,2 mil atuando no local e, a partir do dia 28, todos serão demitidos. Apenas a vigilância atuará no canteiro.
O declínio do negócio começou com a operação Lava-Jato, que envolve a cliente Petrobrás e três das sócias do empreendimento – Odebrecht, OAS e UTC.
O empreendimento foi inaugurado em 2012 – com a presença de grande comitiva política, tendo a frente a presidente Dilma Rousseff – com objetivo de produzir seis sondas para o pré-sal para a Sete Brasil, empresa que tem participação da Petrobrás e é responsável pela encomenda das plataformas de exploração.
A Sete deve cerca de R$ 2 bilhões aos cinco estaleiros contratados. A japonesa Kawasaki participa ainda do Enseada.
“Na Bahia ainda conseguimos garantir o pagamento dos direitos trabalhistas, inclusive de participação nos lucros atrasadas”, afirmou o vice-presidente do Sintepav-BA, Iraílson Warneaux, conhecido como Gaso. A preocupação do sindicalista é quanto a recolocação destes trabalhadores.
O site não conseguiu contato com a administração do empreendimento.
De acordo com ele, a Enseada Indústria Naval (empresa responsável por operar o estaleiro e fabricar as sondas) também foi afetada. Seus trabalhadores que foram treinados, receberam qualificação no exterior (Japão) e agora não têm opções de mercado que aproveitem este preparo.
Na avaliação de Gaso, a depender dos desdobramentos da Lava-Jato há perspectivas da reativação do estaleiro e retorno dos empregados desligados apenas para daqui a seis meses.
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